Será que perderemos tanto sobre a selva se Off The Map for cancelada?
É isso. Chegamos ao fim da linha. Ou quase isso. Fato é que Off The Map encerra sua primeira (meia) temporada sem empolgar e o cancelamento é praticamente inevitável, ainda mais quando colocamos em perspectiva as notícias de que Martin Henderson e Rachelle Lefreve já estão filmando outra série como o casal de protagonistas. A julgar pela química inexistente entre eles, desejo sorte desde já. Muita sorte.
Por outro lado, nossa falta de empatia com os dois pode ser culpa do texto capenga de Off The Map. Sim, eu ri muito com a série, mas vamos ser sinceros: isso aqui era para ser um drama e não uma comédia. Infelizmente (ou felizmente, vai saber) não funcionou. Desde o Piloto lidamos com absurdos geográficos e uma visão pobre, para ser boazinha, dos países da América do Sul. Os casos médicos estranhos foram até palpáveis, mesmo que eu nunca vá entender como aquela anaconda fez um anel (UM ANEL) entrar na pele de uma pessoa. Também não engoli a história da cura da Doença de Chagas com comprimidos e nem barbeiros (os insetos transmissores) do tamanho de besouros bem nutridos. Isso sem falar que ainda aguardo a revelação de que o “Abuelito” era pedófilo e não nazista. Enfim. Ninguém vai discordar que Off The Map começou mal, foi pessimamente executada em cada episódio e terminou de forma idiota.
Quisera eu ter pelo menos aproveitado esse episódio final para dar aquela última gargalhada, mas não consegui. Eu queria rir do menino sendo acertado pelo touro, mas a cena foi tão tosca que conseguiu me irritar. Produção pobre e edição pior ainda, deixaram evidente que o coitado do touro teve de chifrar um boneco. Evidência forte de que os responsáveis pela filmagem estavam de má vontade, já que o efeito ali estava pelo menos dez níveis abaixo dos encontrados num clipe da Rebecca Black.
Contudo, eu preciso ser justa. Existe uma coisa boa na série e ela atende pelo nome de Mina Minard. Tudo bem que muita gente a identifica como um genérico de Cristina Yang, mas isso só prova que a personagem é a que mais tem potencial. Diferente dos demais, ela sempre esteve envolvida em tramas emocionais mais profundas, além de ter conseguido se encaixar entre drama e humor. Sua atuação nesse episódio é prova disso, lidando com crianças, carregando a paciente nas costas (tudo bem que ela escravizou algumas meninas latinas também) e tendo um momento de alívio e até redenção, nos braços de Tommy.
Esse também não foi dos piores. Pelo menos serviu de alívio cômico em diversos momentos e depois que criou interesse romântico em Minard, ganhou fôlego na história. Na contramão tivemos Lily, a suposta protagonista que terminou como bóia fria e se descobriu alérgica a cocaína. Difícil de lidar, não é mesmo? Meu único lamento é Mateo naquela situação, porque ele foi o único a realmente fazer valer a série ao tirar a camisa.
Martin Henderson só me decepcionou nesse quesito e além de interpretar um personagem completamente imbecil, resolveu apelar para o amigo traficante de órgãos e comprar um coração no mercado negro. Também pensei em outras duas possibilidades bizarras, que cairiam bem no roteiro de Off The Map. No primeiro caso, ele tiraria o coração da esposa defunta/caixa eletrônico para dar vida à namoradinha semimorta. Na segunda hipótese, matariam Mateo e usariam o coração dele em Clark. Quero deixar claro que eu só aprovo a primeira, mesmo sabendo que a probabilidade de a série voltar é próxima do zero.
Eu nem tenho muito a falar sobre Otis e Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz... Nesse nível mesmo. Outro casal com carisma nulo e que acaba por provar que pior do que roteiro mal acabado é ter personagens mal construídos.
Se (e isso é um grande SE) Off The Map retornar, é claro, as reviews também retornam. Quem sabe um milagre acontece e a ABC resolve renovar a série? É difícil, mas não impossível. Caso isso aconteça, torço imensamente para que resolvam todos esses problemas que fazem a produção virar piada, mesmo que eu adore rir de transfusões de sangue com água de coco e berne retirada com fatias de bacon. Os tratamentos alternativos são reais e de fato, funcionam. Seriam apenas curiosidades dentro de uma história que tivesse estrutura, mas do jeito que a coisa está, se transformam apenas em mais motivos para galhofa.