De presente de aniversário vocês preferem ganhar o quê: um trator velho ou uma nova pá?
Esperei muito pelo episódio em que finalmente conheceríamos mais sobre Alo. Estranho, feio, desengonçado, com uma tremenda cara de loser... Um monte de clichês e ideias prontas baseadas apenas na estética, por isso, eu queria saber quem ele seria de verdade. Além da forte amizade com Rich e do fato de ele não ser um babaca preconceituoso, ganhamos poucas informações sobre Alo. Acredito que ele tenha sido o personagem que menos apareceu e que foi deixado de lado na maior parte do tempo, enquanto que outros receberam muito mais atenção por parte dos roteiristas de Skins.
Não foi completamente ruim. Gostei da expectativa criada, até porque, depois de gostar tanto dos episódios e personalidades mostradas anteriormente, eu tinha a impressão de que também gostaria de Alo.
De fato, o achei interessante. Você olha praquele moleque meio doido, que foge do convencional e vive falando sobre sexo e não imagina as coisas que ele passa com a família. Correndo o risco de me repetir (e já me repetindo), reafirmo o quanto essa situação familiar enriqueceu Skins. Adolescentes não vivem sozinhos e a maioria não é largada no mundo, sem que ninguém tenha qualquer interesse, então, é muito importante colocar a vida deles em perspectiva para que possamos entender o todo.
Com Alo, foi exatamente assim. Ele simplesmente não se encaixa no ambiente em que foi criado e se esforça para fazer parte da família e não decepcionar aquela mãe megera. Ele vive sob intensa pressão, sob exigências e assim como seu pai, se recolhe e evita a discussão. Apesar de as críticas a ele passarem dos limites, eu não acho nenhum absurdo que ele trabalhe com os pais na fazenda, que colabore e aprenda certos valores. O problema é que, ali, diante das críticas e da baixa auto-estima, toda essa “lição de vida” acaba neutralizada e potencializada em revolta.
Alo, faz sim, muitas besteiras. Ele explodiu uma pobre vaca, afinal de contas e mesmo que tenha sido sem querer, é falta de responsabilidade em excesso. O legal é que ele não é aquele tipo de revoltado que se torna destrutivo. As reações de Alo são bem infantis até. Festas, guerra de leite, farinha e ovos, fugir de casa para virar roadie... Ele não faz nada que seja realmente ultrajante. Alo quer apenas ter voz e poder decidir coisas sobre sua própria vida, como o lance da escola, por exemplo.
Aquilo foi de uma ignorância sem tamanho e já nas primeiras cenas eu odiei aquela mãe imbecil e dominadora. O importante é que nessa curta jornada, Alo aprendeu algumas coisas, abriu mão de outras, cresceu e acima de tudo entendeu que a liberdade tem um preço. Mesmo louco para pagar e ver o que acontece, por enquanto, ele escolheu a família.
3 Comentários
