sábado, 19 de março de 2011

Fringe 3x17: Stowaway


Resumo da semana em Fringe: Um episódio fantástico e a pior audiência da série, desde sua estréia.

Como isso é possível? Como? Alguém aí, por favor, me diga. Não consigo entender como uma série de qualidade extrema pode ter uma audiência tão pífia e devastadora. Semana passada eu comecei esse texto mais animada, mas honestamente? Depois dessa eu já não sei o que pensar. As sextas feiras são mesmo para destruir as séries na Fox e nesse trabalho, o canal tem sido soberbo. Se nossos medos se confirmarem restam apenas cinco episódios de Fringe pela frente. Comecem a chorar.

Nesse clima de tragédia completa (desculpem, estou muito dramática com essa notícia) fica até difícil aproveitar as coisas ótimas que vimos nesse episódio, mas também não podemos deixar que as possibilidades nefastas arruínem o maravilhoso clima de humor que tomou conta de Fringe essa semana.

Nunca, em toda a minha vida, eu poderia imaginar algo tão genial quanto Bellívia. Sério. Não é só pela atuação incrível de Anna Torv, que pegou todos os maneirismos de linguagem de Leonard Nimoy, é pelo conjunto da obra. A começar pela manobra de roteiro absolutamente perfeita e que, planejada ou não, tornou a história dos imãs de alma absolutamente crível. Particularmente, eu gosto de acreditar que tudo em Fringe é pensado com antecedência, mas como Nimoy pediu para deixar a série, acredito que a história do chá possa ter surgido só agora na cabeça dos roteiristas. De um jeito ou de outro, coube perfeitamente e estou impressionada com mais essa trama de Fringe.

Não bastasse toda a parte científica que envolve essa “transferência de almas” ou “divisão de consciência” ainda ganhamos muito com situações absolutamente hilárias, todas envolvendo Bellívia. Até agora estou rindo das caras de pavor de Astrid, fechando os botões da camisa com medo de ser assediada sexualmente por aquela verdadeira entidade. A dobradinha com Walter então, foi mais impagável ainda e me fez desejar que Bellívia nunca mais fosse embora, para desespero de Peter, é claro. Imaginem a cabeça do coitado? Peter nunca mais vai conseguir “prestar serviços” para Olívia sem aquele medo de que Belly simplesmente apareça no meio da coisa toda.

E a ideia de roubar o corpinho enxuto de Gene? Fiquei revoltada. Como assim, Belly? Nós, fãs da Gene não aceitamos que você roube a personalidade dela, mesmo que eu tenha achado ótima a ideia de ver um renomado cientista ser ordenhado. Astrid pediria demissão de vez.

Outra coisa bacana foi a aparição de Lincoln. Embora eu nunca tenha comentado aqui, já havia me perguntado por andaria a versão dele no Lado A. O trabalho dele ao lado de Peter na investigação do caso da semana foi muito bom e até torço para que ele volte mais vezes. Falando no caso da vez, acredito que tenha sido uma sinergia perfeita do que Fringe se tornou. Não é só ciência. A série nos leva a questionar os limites do desconhecido, as possibilidades mais variadas e as teorias mais absurdas.

Não demorei a perceber o que, de fato, aconteceria. Quando mostraram aquela história dos anjos que salvaram uma alma do purgatório eu automaticamente pensei em algumas questões levantadas pela Doutrina Espírita e já imaginava que o segredo para que Dana Gray pudesse finalmente morrer fosse completar a missão de salvar a vida daquelas pessoas.

Interessante notar ainda que esse caso faz conexão com o destino de Peter. Aquela conversa dele com Bellívia, nos minutos finais, é sobre destino e sina. O que Belly quis dizer naquele momento é que certas coisas não podem ser evitadas e que não se pode (ou deve) querer fugir delas. “Jung chamava de sincronicidade. A interconexão de eventos aparentemente não relacionados. Você não acha que é curioso conhecermos uma mulher incapaz de morrer no exato momento em que minha consciência parece ter retornado da cova? Como cientista, prefiro acreditar que nada apenas acontece, que todo evento tem um significado. Algum tipo de mensagem. Só precisa se dispor a ouvir bem de perto para escutá-la”.

Na verdade, eu nem creio que Peter esteja tentando escapar de seu encontro com o Dispositivo do Apocalipse, mas Walter é um fator a se considerar nessa equação. A frase dita por Bellívia por si só já é impressionante e cabe perfeitamente na ocasião, mas o tocar dos sinos ao fundo ainda deixa tudo mais tenso. As mudanças na nuance de interpretação de Anna Torv são notáveis. Temos Belly, depois Olívia e então, depois de uma expressão de aparente desespero e desconforto na voz de Olívia, Bell retorna, para nos mostrar que as coisas, além de não acontecerem apenas ao acaso, podem se complicar ainda mais diante de fatores inesperados.



Atendendo a pedidos, a partir de agora sempre teremos aqui a foto do Observador. O danadinho estava parado do outro lado da rua onde Walter e Bellívia colhiam tecidos humanos como quando eram apenas crianças (oi?), bem ao fundo. (Ampliem a foto, se necessário).

Temos também bastantes curiosidades dentro do episódio, a começar pelo nome de Dana Gray, que foi baseado em dos personagens da série Caprica (do Syfy Channel) e que remonta às origens da saga contada em Battlestar Galactica, contando a história da criação dos Cylons. O personagem seria Amanda Graystone e Dana um anagrama das últimas quatro letras do nome, com as quatro primeiras letras do sobrenome. Em Caprica, Amanda era uma cirurgiã plástica casada com o criador dos Cylons. Sua filha Zoe, se tornaria o primeiro Cylon com consciência humana. Ambas foram interpretadas por Paula Malcomson.

Outra referência que reaparece na série é Sesame Street (Ou Vila Sésamo). Lincoln fala sobre a canção “One of these things is not like the others” (Uma dessas coisas não é como as outras). A mesma música já havia sido mencionada em “Momentum Deffered” por Rebecca Kibner, uma das crianças de Jacksonville, com a habilidade de ver o Universo Paralelo. Ela era capaz de identificar soldados que poderiam ser shapeshifters.


O Glyph Code de hoje é ERODE, que significa corroer. Não sei exatamente a que isso se refere. Pode ser à consciência de Olivia, sofrendo enquanto Belly assume o controle ou apenas mais uma dica sobre a deterioração do Lado A. Teorias são muito bem vindas nos comentários.



P.S¹- Se você está querendo saber os números da audiência, eles foram de 3.8 milhões de espectadores, sendo apenas 1.3 na demo.

P.S²- Nem a pau que eu aceitaria uma xícara de chá preparada por William Bell, como fez Peter no final do episódio. Será que Belly tem planos de dominar o corpo de Peter quando o momento dele se unir ao Dispositivo do Apocalipse chegar? Mais uma teoria estranha para ruminar.

Comentários
12 Comentários

12 comentários:

jorge! disse...

esse péssima audiencia de fringe só confirma que americanos sao mto burros! onde já se viu uma série tão bem feita qnto fringe amargar com uma audiencia tao ruim como essas e ainda mais numa sexta feira! nao dá!

Adriel Santana disse...

Review muito boa como sempre. Mais um episódio muito bom também.

É realmente tenso esses números da audiência. Só nos resta torcer para que o destino de Fringe não seja cumprido. #Ironia

S disse...

E a personagem da Paula Malcomson neste episódio é praticamente o mesmo personagem de Caprica, além da semelhança nos nomes. Em Caprica ela é meio louca e tenta suicídio.

E quanto aos números de audiência, deve ter sido pela exibição do jogo colegial de Basquete. Se bem que um fã de Fringe que larga a série para ver Basquete merece apanhar.

Renata disse...

Totalmente inacreditável a audiência desse episódio e até da série como toda. A geração CSI, realmente, não tem capacidade, ou pior, vontade de acompanhar uma história que te faz pensar um pouco.
Concordo com você Cammis, Anna Torv foi incrível novamente!

Bia disse...

Compartilho da sua revolta!
Realmente é incompreensível os numeros que Fringe vem ganhando no quesito audiencia, o que é inversamente proporcional a burrice dos americanos, principalmente dos executivos da Fox que colocaram Fringe na maldita sexta feira!

Amei esse episodio com suas cenas hilarias, e gostaria de dizer uma frase importante neste momento "and the oscar goes to ... Anna Torv"

Tá bom, tá bom, não existe oscar pra séries, é gramy eu sei, mas foi exatamente o que pensei o episodio inteiro, que interpretação do baralho!

Episodio muito muito bom.

Obrigada Camis por colocar a foto do observador porque eu nunca ia achar aquele infeliz, não dá nem pra ver aquela careca reluzente dele! kkk

Só não consigo descobri se ri mais no episodio ou na review!

Parabéns!

juliana disse...

ai, gente, não posso crer que vão cancelar fringe. já amo essa série mais do que amei lost e olha que eu NÃO surtei com o final, achei sussa.


enfim, sim, to desconfiada de que o plano do Belly é o teu PS2 mesmo. Mas AI DELE roubar o corpo do Peter pra usar de bateria praquela máquina bisonha.

precisamos fazer a campanha UM CORPO PARA WILLIAM BELL e evitar essa catástrofe. hhaaahha

juliana disse...

Fui ver uns episódios que faltaram pra mim da segunda temporada e, por acaso (OU NÃO, diria belly), assisti justamente Unearthed. Nesse epi há um clima "imã de almas" porque o "espírito" de um maluco se APOSSA do corpo de uma teenager, de propósito. Nesse caso, Walter soube exorcizá-la. Cês lembram disso?

Isso me faz pensar que se William tentar tomar conta do corpo do Peter e ligar a máquina pra salvar um ou outro universo, Walter provavelmente escolherá o filho ao amigo e vai enxotar a consciência de Belly do corpo de seu filhote.

juliana disse...

Fui ver uns episódios que faltaram pra mim da segunda temporada e, por acaso (OU NÃO, diria belly), assisti justamente Unearthed. Nesse epi há um clima "imã de almas" porque o "espírito" de um maluco se APOSSA do corpo de uma teenager, de propósito. Nesse caso, Walter soube exorcizá-la. Cês lembram disso?

Isso me faz pensar que se William tentar tomar conta do corpo do Peter e ligar a máquina pra salvar um ou outro universo, Walter provavelmente escolherá o filho ao amigo e vai enxotar a consciência de Belly do corpo de seu filhote.

Maíra disse...

uma boa notícia:

O produtor da série “Fringe”, Joel Wyman, postou uma mensagem em seu twitter informando que os rumores de cancelamento da série que foram divulgados durante o final de semana são inverídicos.Com a palavra do produtor, o medo que a noticia de um suposto cancelamento causou entre os fãs da série diminui e a própria expectativa de que a série seja renovada aumenta.

Fonte: http://www.dihitt.com.br/n/opiniao-e-noticias/2011/03/22/fringe--produtor-da-serie-desmente-rumores-de-cancelamento

tá no twitter do wyman!

Taiana disse...

Confesso que eu tinha certas preocupações com esse episódio. Talvez “Bellívia” não ficasse bom ou que o Lincoln over here fosse mal aproveitado, mas eu realmente adorei esse episódio. As cenas do Walter com o seu amigo deram um ar muito cômico ao episódio (da para perceber que o Walter ficou até mais calmo depois da chegada do Bell).

Gostei bastante do “nosso” Lincoln e espero que ele volte na série (só eu que achei ele um tanto Clark Kent? na aparência, claro).

Pra mim, o melhor do episódio foi a cena final, achei muito legal a mudança Belly-Olívia-Belly, deu aquela vontade de assistir logo o episódio pós hiatus.

Não posso deixar de comentar o momento “coisas que aprendi com Fringe”, agora além de não ser aconselhável tomar água em lugares públicos, não podemos aceitar nenhum chazinho de pessoas um tanto “suspeitas”.

Sobre a audiência, prefiro nem comentar para não desanimar .

Mais uma vez, Parabéns pela review Camis!

Diego disse...

Eu amei esse episódio, acho que fui só eu quem não acho nada de mais aquele chá, pra mim foi meio que uma piadinha ou uma coincidência do Belly ao oferecer o chá, mas posso estar enganado, vamos ver o desfecho né..
Camis parabéns ótimas reviews ever...

LU disse...

Só to assistindo Fringe agora, e cara, suas reviews são as melhores! Seja de Once Upon a Time, seja de Grey's, seja a que for, mas as de FRINGE são perfeitas!!! Parabéns!