Sexo, poder, assassinato. Amém.
The Borgias, nova série da Showtime, nem estreou ainda, mas como o encanamento da emissora americana anda problemático, a Season Premiere ‘vazou’, dias antes da estréia oficial, em três de abril.
O episódio-evento, que terá duas horas de duração para quem for assistir pela TV é tudo o que uma produção do canal costuma ser: tecnicamente perfeito. Ou quase. Não há simplesmente qualquer coisa que se possa dizer acerca da qualidade do elenco, do figurino, da caracterização de época. Porém, há ressalvas quanto ao tempo de duração desse Piloto, o que eu considero um erro de roteiro e de estratégia.
The Borgias tem muitas qualidades, impossível dizer o contrário, mas a verdade é que a Season Premiere abusa do direito de ser cansativa. Minha impressão era a de que aquilo não acabaria jamais. Olhei para o relógio com a contagem de tempo milhares vezes e rezei para sobreviver até o final e ser capaz de escrever esse texto.
Vejam bem. Sou apaixonada por séries com conteúdo histórico e tenho o costume de devorar todas as que surgem na minha frente. Estava bastante empolgada com o lançamento de The Borgias, conheço um pouco sobre a história dessa família polêmica e nem assim consegui me entusiasmar com o conteúdo do episódio, focado na ascensão de Rodrigo Bórgia (Jeremy Irons) ao Vaticano em 1492, sob a alcunha de Papa Alexandre VI.
Tudo o que posso dizer é que exageraram na lentidão e talvez, tenham pecado por serem detalhistas demais, o que é estranho dizer. O problema é para ser bem honesta e deixar de rodeios, o episódio é chato. Simplesmente.
O curioso é que tivemos sim, cenas de sexo, adultério, assassinatos, brigas, envenenamentos, intrigas e corrupção. Só por essas palavras pode-se ter um resumo completo do que The Borgias pretende tratar, mas por enquanto, digo apenas que é preciso acertar o ritmo em que essa história será contada.
Sem dúvida, o conteúdo da série é muito parecido com o que vimos em The Tudors e as comparações são inevitáveis. Obviamente, The Borgias vem para ocupar o lugar da produção que já foi encerrada, apostando nos mesmos elementos que já fizeram sucesso com o público da Showtime. Não por acaso, Michael Hirst, criador de The Tudors e roteirista de diversos filmes de temática histórica está no time desse lançamento, ao lado de Neil Jordan, que dirige e roteiriza The Borgias.
Vale dizer que essa não é a primeira vez em que os Bórgia, responsáveis por um dos períodos mais negros na história do Vaticano, se transformam em personagens. Há, inclusive, uma série de HQ’s, criada pelo chileno Alejandro Jodorowsky, com desenho do italiano Milo Manara, considerado um mestre dos quadrinhos eróticos. Há ainda minisséries, filmes e documentários sobre o tema.
No elenco, temos o brilhante Jeremy Irons, só para começar. O ator raramente se aventura na TV e por isso, é de se esperar que essa seja, de fato, uma grande produção. Em The Borgias ele vive o Papa Alexandre VI, que ascendeu na Igreja muito por causa de seu tio, Afonso Bórgia, que foi o Papa Calisto III. Como a grande maioria dos papas, Alexandre VI utilizou sua riqueza para comprar votos e chegar, enfim ao mais alto cargo da Igreja Católica.
François Arnaud será Cesare Bórgia, um dos filhos de Rodrigo, braço direito do pai e responsável por “cuidar da família”. Assim como o pai, Cesare não era exatamente um “homem da igreja” e sempre esteve envolvido com diversas mulheres. Inclusive, um desses casos, não completamente confirmado, será explorado durante a série, já que Cesare é apontado como amante da própria irmã, Lucrezia Bórgia, que será interpretada por Holliday Grangier.
Vanozza, a “esposa” de Rodrigo, será interpretada por Joanne Whalley. O papel da amante, Giulia Farnese, fica a cargo de Lotte Verbeek. Juan Bórgia, filho mais velho do Papa, fica com David Oakes. Sean Harris será Michelleto; Aidan Alexander será Joffre Bórgia (o filho mais novo) e Colm Feore interpreta o Cardeal Della Rovere, um dos maiores opositores de Alexandre VI.
A temporada terá dez episódios.
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