Não é que Skins (US) seja melhor ou pior que Skins (UK). Só é igual.
Anos atrás, quando eu assisti ao lançamento de Skins foi um choque. Nunca uma série para e sobre adolescentes tinha feito aquilo. Era tudo diferente, inovador, arriscado. As duas primeiras temporadas foram, como se diz por aí, “um tapa na cara da sociedade”. Depois ficou babaca. A segunda geração, que também teve duas temporadas, pecou pelo exagero e os personagens não tinham o mesmo carisma da turma original, mas continuei vendo mesmo assim, porque apesar de tudo eu ainda via (e vejo) algum valor na proposta da série.
Meses atrás eu soube da ideia da MTV em fazer sua própria versão. Até aí, tudo bem. Algumas versões superam as originais, embora eu ache que estamos numa época muito pobre em termos de criatividade e roteiros originais. Havia essa esperança de que os americanos pegassem o esqueleto de Skins e preenchessem com suas próprias histórias. Eu nem exigiria novos personagens, mas o caso aqui é mais grave.
O Piloto de Skins (US) é a cópia exata de Skins (UK). Roteiro, diálogos, enquadramentos de câmera. Tudo igual. Senti como se eu estivesse vendo a série com os atores errados ou coisa assim. Muita gente disse por aí que a versão americana é uma porcaria em comparação com a inglesa. Para mim, só é mais do mesmo. Nada diferente nada inovador e, portanto, nada que eu já não tenha visto antes. Qual é a vantagem que eu levo mantendo uma produção assim na minha lista? Absolutamente nenhuma. Por isso, os Skins do Tio Sam não fazem parte dos meus planos. E sim. Eu sei que mais para frente a trama deve ganhar rumos diferentes da original, mas não completamente. Para mim, não vale a pena.
É claro que, entre os personagens, tivemos mudanças (pelo menos uma). Tony (James Newman) porém, é cópia fiel do original. Quase um clone, na verdade. Cheio de si, confiante, dono do pedaço, duas caras. O antigo Sid agora se chama Stanley (Daniel Flaherty). Virgem, tímido, bobalhão. Com sorte o garoto vai conseguir se tornar o melhor personagem do grupo e repetir o feito de Sid. Michelle (Rachel Thevernard) é a namorada de Tony, bonita e crente de que está com o melhor cara do mundo, enquanto agüenta piadas sobre seus mamilos.
Temos ainda Abbud (Ron Mustafaa), cumprindo a cota dos indianos, Chris (Jesse Carere) fazendo exatamente as loucuras do outro Chris, Daisy (Camille Cresencia-Mills) que manteve a paixão pela música de Jal. Effie, a irmã de Tony, agora é Eura (Eleanor Zicky) e Cassie (Lovely, Cassie) virou Cadie (Britne Oldford). A mudança a que estava me referindo é sobre Maxxie, que não é mais homem, dançarino e gay. Tea (Sophia Black D’Eiia) é uma cheerleader (provavelmente o mais próximo do que os americanos entendem por dançarina) que não está na torcida só para fazer piruetas. O interesse maior dela é estar entre as garotas, já que para manter a característica principal da personagem, Tea é lésbica.
De modo geral, quem nunca viu Skins (UK) deve até achar bacana esse primeiro episódio. Quem está no repeteco, como eu, nem tanto. Mais para frente, quem sabe, a série ande com as próprias pernas, mas não estarei lá para conferir até porque, não senti firmeza. A MTV não tem colhões para sustentar Skins como ela deve ser e prova disso são os apitos, que surgem a cada palavrão, o que não os torna de todo incompreensíveis. Para mim, colocar o supressor de som sobre palavrões é uma prova de fraqueza. Se a MTV não pode permitir um simples FUCK, não sei o que mais ficará de fora nessa Xerox de Skins.