Enquanto no Brasil você assiste especiais de Natal cafonas, clichês e sentimentais, na Inglaterra as pessoas podem ver Misfits matar Jesus mais uma vez, enquanto rolam soltas piadas de pedofilia na Igreja Católica. Nasci no país errado.
Confesso que estava louca para ver a versão misfitiana para um especial natalino e tive minhas expectativas superadas. Mais um episódio sensacional, fechando com chave de ouro uma temporada que esbanjou criatividade e ação. O melhor de tudo foi ver a adequação ao tema, sem deixar de lado a personalidade da série, mas ao mesmo tempo, trazendo à baila cenários típicos da época.
Um dos pontos mais importante é que esse não foi um episódio filler. Creio que todos concordam que a trama evoluiu demais nesse especial e trouxe novas e maravilhosas possibilidades para o próximo ano.
Vou começar falando de Nathan que é sempre a melhor coisa do episódio. O cara é simplesmente escroto. Nem sei dizer o quão errado é ver Papai Noel traçando uma adolescente grávida, mas foi exatamente isso o que aconteceu. O surgimento de Marnie foi algo tão aleatório que eu simplesmente aceitei e curti a viagem. Até porque, ela é tão pirada quanto Nathan e o casal me agradou logo de cara com seus comentários sobre xixicoco e pintos batendo nos olhos do pobre feto indefeso. “É só fazer com gentileza”. Então tá, então.
Porém, a cereja no bolo foi mesmo a cena do parto. Saiu aquela criança robusta e depois o alien. Morri de rir com a poesia contida naquela placenta esmagada, espalhando sangue por todos os lados.
Aí temos o casal 20 de Misfits: Supervertido e Mulher Estupro. É ou não é a união da fome com a vontade de comer? Eu não curtia muito a Alisha, porque ela só fazia estuprar as pessoas e ter mimimis, mas conseguiram transformá-la em algo totalmente novo para mim. O mesmo aconteceu com Barry, que era, assim como seu personagem, invisível na trama. Com o Parkour Mascarado na parada tudo mudou e Misfits fez sua grande jogada da temporada, que só foi melhorando com os poderes semanais mais diferentes já vistos.
O REBOBINADOR nunca foi lá grandes coisas e continua não sendo. Só fiquei louca porque finalmente decidi o nome da Safada do Telhado, que seria Sobe-Desce-Vai-e-Volta (por motivos óbvios, e eles resolvem matar a garota. Não que eu ache que seja uma grande perda para a série, mas sei lá. Aposto que logo arrumam um modo de trazê-la de volta, assim como trouxeram Jesus.
Aliás, não é só Jesus. É Jesus-FUCKING-Christ para vocês. Ideia simplesmente maravilhosa e bastante polêmica, já que o personagem vem imbuído de muita crítica às religiões, que usam da boa fé das pessoas para explorá-las, lucrar e aumentar seu poder. Se pararmos para pensar é uma metáfora perfeita.
O lance do Traficante de Poderes também foi além das expectativas. Esse cara, em uma simples aparição, mudou toda a dinâmica da série e me deixou muito mais curiosa para ver o que vai acontecer na 3ª temporada.
Só fico fula da vida porque meus lindos apelidos foram por terra. Melhor eu me preparar desde já para criar nomes dignos de Misfits no ano que vem.
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