sábado, 11 de dezembro de 2010

Fringe 3x09: Marionette


Nove episódios. Nove acertos.

Impressionante. Não existe outra palavra para descrever o que Fringe está fazendo com essa temporada. Já sei que muita gente não gostou desse episódio e até o considera como o mais fraco até agora, mas eu discordo veementemente. Tivemos um bom caso da semana, o drama de Olívia e Peter e o alívio cômico de Walter. A meu ver, a história segue seu curso com qualidade e sem deixar de manter o público interessado com o que vem por aí. Eu sei que sou muito bajuladora de Fringe e tudo mais, mas e assisto dezenas (dezenas mesmo) de séries em variados estilos e digo sem medo algum que essa é a melhor série da minha watchlist, porque é raríssimo ver uma produção tão bem amarrada e uma sequência de episódios com tamanha qualidade.

Depois da rasgação de seda, preciso comentar a situação de Olívia. Acredito que o foco de ‘Marionette’ não poderia ser mais apropriado, afinal, ela precisa lidar com o fato de que outra pessoa estava ali, vivendo a vida que era dela e tomando posse de tudo. Era de se esperar que ela bancasse a compreensiva. Olívia sempre foi muito racional, mas diante de tudo o que aconteceu, a razão acaba perdendo a briga. Qualquer pessoa ficaria como ela, especialmente em relação a Peter. Mais uma vez – e eu sei que ninguém mais agüenta isso- preciso dizer que é tudo culpa do pipi. É mesmo. Peter não quis perceber porque era mais fácil fingir que aquelas mudanças eram naturais e aceitáveis e seguiu feliz em sua ignorância até que não pode mais fazê-lo.

Seria até normal não notar. Ninguém notou que Olívia não era Bolívia, nem mesmo a mãe dela. Mas não deve ser muito fácil aceitar esse tipo de coisa, já que os clichês sobre amor romântico dizem que o ‘olho no olho’ deveria mostrar essa verdade para Peter, assim como Barret soube que Amanda não era Amanda apenas pelo olhar. A favor de Peter eu digo que pelo menos ele foi honesto, o que já é uma grande coisa.

Walter, como sempre, esteve ótimo. Às vezes eu me pergunto como ele e Belly conseguiram fazer tantos estudos bizarros aprofundados, em variados campos da ciência, mas aí ele lambe o dedo cheio de possíveis cinzas humanas e eu esqueço tudo. Na mesma hora lembrei da cena em que ele come pedacinhos de cérebro presos na camisa. Por sorte eram apenas restos de geléia, mas mesmo assim, me dá desespero pela simples possibilidade de não ser. Além disso, madeira e pedaços de concreto não devem ser exatamente saborosos e por isso, as excentricidades de Walter continuam chocando.

De Walter também vieram outras coisas interessantes e as referências do episódio. Para começar, O Mágico de Oz e o Homem de Lata são citados quando ele avista a vítima sem coração. A pergunta inocente sobre substituição de Olívia por um robô também não deve ser esquecida. Depois, foi a vez da menção a Frankenstein. A reanimação de Amanda por Barret é baseada nessa história clássica. A cena dela pendurada por cordas, dançando como uma bailarina de brinquedo foi uma das melhores já feitas em Fringe.

Outra coisa é que o lance do café continua sendo lembrado. Olívia praticamente se joga em barris da bebida para compensar os dois meses em que passou ‘necessidades’ no Lado B, sem poder afogar as mágoas em cafeína.

Para quem achou que falei pouco de Broyles na semana passada, vou aproveitar para comentar que gostei de ver que o sacrifício de B-Broyles não foi esquecido por Olívia. Aliás, muito pelo contrário. Essa é uma das maiores motivações que ela têm para continuar seu trabalho e tentar evitar a mútua destruição desses dois mundos. Além disso, esse foi o argumento perfeito para convencer Broyles de que ela precisava voltar ao trabalho imediatamente. Ver a si mesmo morto deve ter convencido Broyles de que não há tempo a perder.

Dessa vez o Observador teve bastante destaque e ninguém precisa de ajuda para saber onde ele estava. Porém, ficam aquelas clássicas perguntas sobre o telefonema. Com quem ele estava falando? Quem “ainda” está vivo? Peter ou Walter? Eu juro que voltei a cena e tentei ver se havia mais alguém em foco ali, além dos dois, já que nos fóruns foi levantada a possibilidade de o Observador estar falando sobre uma terceira pessoa. Pessoalmente, acredito que não.



Glyph Code da semana é ADAPT. O que só pode estar relacionado às dificuldades de adaptação de Olívia em seu retorno ao lado A, já que ela demonstra claramente não estar nada à vontade nem para viver em sua casa ou vestir as próprias roupas.

Tivemos ainda um pequeno easter egg, relativo ao que vem por aí. Na cena inicial, na estação de trem, podemos ver estampado “Firefly Railway”. Para quem não sabe, ‘Firefly’ é o título do próximo episódio.
Comentários
7 Comentários

7 comentários:

JP disse...

Perfeito Camis cada dia puxo mais saco das suas reviews, são sempre excelente e realmente condizem com a excelente temporada de Fringe. Achei esse episódio foda tb, o caso da semana foi bizarro, o diálogo entre Peter e a Olivia foi um dos momentos mais fodas da série e do episódio. Só faltou uma coisa Camis, Astrid apareceu pouco, mas o único diálogo que ela teve com Olivia foi esclarecedor, o Peter estava gostando da Bolivia pensando que era nossa Olivia e eu não culpo ele, tá certo as mudanças estavam lá, mas caramba a Olivia tinha conhecido o outro eu dela é claro q alguma mudança na vida dela isso traria e foi nisso q Peter acreditou quando Bolivia disse q havia mudado por ter visto o outro eu dela. Walter provando cinza acho q é uma brincadeira bizarra dos roteristas é segunda vez q ele faz isso na série. Fringe muito foda.

Sugestão: Vc podia botar a nota pra cada episódio de 1 a 10 seria legal.

George Ramos disse...

Bacana seu comentário, e bem bacana seu blog. Me pergunto sempre como alguém consegue ver tantas séries. Você citou as referências de Fringe ao Mágico de Oz e a Frankstein, mas eu acho que existe outra referência: trata-se do conto O Homem de Areia de Hoffman, onde a personagem Olimpia guarda semelhanças com amanda. No conto existe muitas referências a olhos. A cena do balé pode ser lida como uma refência a uma passagem do conto onde a dita personagem canta uma ópera. Interessante é que foi feita uma ópera sobre o conto. Procure no youtube pela ópera de Ofenbach.
Parabéns pelo blog.

Bárbara :) disse...

Camis eu nem sei como fui perder essa série. É muito BOA! Ainda estou venda a segunda temporada, mas já me conquistou. Assim como Arquivo X. ADORO Fringe!

Vânia disse...

Eu tbm gostei do episódio, achei bem chocante o caso explorado, principalmente qdo o cara faz a menina de marionete. No final Olivia desabafando com Peter, me deu uma pena dela.
Agora não preciso comentar do Walter provando as cinzas.

The_Tozz disse...

Parabéns pelo excelente review para esta série que tem um lugar especial no meu coração (e no meu teclado).

Vai ser difícil esperar até 21 de janeiro.

The_Tozz disse...

Parabéns pelo excelente review para esta série que tem um lugar especial no meu coração (e no meu teclado).

Vai ser difícil esperar até 21 de janeiro.

Bárbara :) disse...

Camis eu nem sei como fui perder essa série. É muito BOA! Ainda estou venda a segunda temporada, mas já me conquistou. Assim como Arquivo X. ADORO Fringe!