Socos e mais socos no estômago.
Não estou falando, é claro, de uma surra propriamente dita, mas como sempre, tento traduzir a sensação causada em mim pelas cenas do episódio. Como membro da SAMCRO que sou, não tive como não gostar de ver os traidores sendo descobertos, mas confesso, não fui muito forte para ver a tortura com bisturis e técnica medieval, como muito bem descreveu Munson.
Pela primeira vez em muito, muito tempo, eu tive a sensação de que talvez, toda essa aventura pela Irlanda dê certo. Não é que eu imagine Sons Of Anarchy virando um conto de fadas, mas sei lá, pelo menos alguma coisa precisa funcionar até o fim da temporada, que já está batendo à nossa porta.
Lógico que, apesar de vermos os aliados de Jimmy caírem, não poderia ser tão fácil. Seria perfeito demais encurralar todos de uma só vez e ainda não é o momento de conhecermos o desfecho dessa história. Por isso, eu esperava a escapada alucinada de Jimmy (que ainda deve carregar alguns poderes do Monstro de Fumaça de Lost), a criatura mais sortuda e escorregadia de toda a Irlanda.
Outra coisa que eu já esperava era a indefinição no caso Abel. Era óbvio que o padre estava jogando com Jax e depois daquela conversa com Gemma na igreja, ficamos com a dica de que a jornada de John Teller por aquelas bandas seria mencionada mais para frente. E não foi só com relação à Trini - aliás, foi por muito pouco e aquela agarração em deu certo desespero – mas também, com os desejos de John em afastar a família desse meio. Lógico que no meio disso tudo, o padre ficou uma visão distorcida das coisas, utilizando o que sabia da forma que mais lhe era confortável, disfarçando tudo com bondade e preocupação com o semelhante.
Sabem aquela história de fazer caridade com o que é dos outros? Então. O maldito resolveu fazer o bem tirando de Jax o direito de criar o próprio filho, quando, na verdade, está apenas jogando com a vida das pessoas por questões políticas. Com certeza essas revelações sobre John vão mexer muito com Jax e podem mudar seu futuro dentro da SAMCRO, mas por enquanto, acredito que encontrar Abel e sair da Irlanda com vida é o maior dos objetivos.
Interessante notar ainda, como cada personagem, mesmo os menores, tiveram uma boa carga dramática no episódio, mas ainda acho que o núcleo das mulheres retratou muito bem a relação delas com o clube e o peso que isso tem em suas vidas.
Em Charming, a situação com Tara seqüestrada continua, mas achei tudo muito suave, pelo menos, para o padrão usual. Salazar, do anda, é um seqüestrador bonzinho, que se compadece de uma mulher grávida e quase faz cara de ternura quando descobre que está chutando um bucho cheio de bacuri. Sinceramente, o comportamento dele ali me pareceu muito estranho, mas me digam se discordarem.
Nessa hora eu cheguei a ficar feliz por Tig ter perdido a chance de ir para a Irlanda e ficado por lá para resolver esse pepino. Provavelmente, a ideia de Kozik para conseguir evitar uma guerra com os Mayans vá lhe render a entrada oficial no clube, até porque, nesse caso nem mesmo Tig será capaz de dizer não.
PS*Desculpas efusivas pela demora na review dessa semana.
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