quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Glee 2x03: Grilled Cheesus


Cheese Lord!

Só mesmo Glee para começar um debate sobre espiritualidade com um sanduíche de Jesus grelhado, para fazer uma tradução aproximada do termo. O nome do episódio já é genialidade pura e tudo fica melhor com essa mistura entre coisa séria e completo deboche.

Aposto que muita gente não vai gostar da “blasfêmia” que é adorar um pedaço de pão queimado, mas para mim, essa brincadeira foi simplesmente sensacional. Quando soube do tema do episódio, fiquei receosa. Sabem daquela máxima que diz “religião não se discute”? Pois é. Meu problema não é o tema em si, mas as músicas de cunho espiritual, gospel ou seja lá qual for o nome. Acho sempre brega, desculpem a sinceridade. De fato, o resultado foi esse, não completamente, porque algumas canções ficaram ótimas. Nada supera o momento mais emocionante do episódio, com Kurt cantando Beatles. Foi sensível e de trazer lágrimas aos olhos. Desconfio que Finn estragou ‘Losing My Religion’, embora eu ainda não decidido. Estranhamente, curti o gospel de Mercedes e o resto, só quero mesmo esquecer.

No entanto, o fato de eu não ser fã das músicas não quer dizer que isso tenha tirado o valor do episódio para mim. Valorizo tanto a piada quanto o drama, especialmente a capacidade da série em flutuar de uma para outra em microssegundos. Finn e Brittany (sempre ela) roubaram a cena. Ele, voltando às origens da imbecilidade, crente de que Jesus veio para fazê-lo ganhar o jogo, pegar no peitinho da Rachel e colocá-lo novamente como quarterback. Ela, por proferir entre momentos de pura seriedade, frases como “Deus é um anão do mal?” ou “agora eu compreendo Miley”, ao ouvir a comparação de Tina sobre a sensualidade do episódio anterior e a religiosidade desse.

Kurt já foi o contrário. O destaque para ele é pela emoção, pelo drama e por levantar o lado sério do assunto. Rolou até união com Sue Sylvester, descrente porque Deus não curou sua irmã. Impossível não entender os motivos delas. Mas Sue teve também um lindo momento de verdadeira humildade, ao debater com Will e Figgins a liberdade de expressão religiosa. “Esse país não é uma monarquia, acredite em mim, eu tentei”. Essa é a Sue Sylvester que amamos, senhoras e senhores.

Outra coisa chocante foi o mini-Kurt. Acharam um menino absolutamente igual a ele e as cenas do flashback ficaram perfeitas. Tive a impressão de que colocaram Chris Colfer numa máquina do tempo, só para podermos vê-lo ensinar a técnica milenar do dedinho levantado pra dar o toque chique na hora do chá.

Uma cena que achei vergonhosa, além de sem sentido, foi a canção péssima de Rachel. Fiquei aqui me perguntando por que diabos ela ficaria lá, parada no leito do pai de um colega que ela nem considera tanto, alisando aquela careca, fazendo bico e entoando uma canção que diz: Papai porque você não me beija?“. Se não era isso, era quase e continua sendo muito estranho.

Agora, vou dizer uma coisa para vocês. Se alguém não acreditava em Deus, essa é a hora de começar. Não porque seja importante ter fé em alguma coisa, mas sim, porque vimos um milagre acontecer e nem nos demos conta direito. Quer dizer, pelo menos eu considero milagroso que Finn tenha comido o Jesus grelhado depois de passados dias a fio desde sua preparação, sem ter uma intoxicação alimentar.

Músicas no episódio:

Only The Good Die Young - Billy Joel ( Noah "Puck" Puckerman)

I Look to You - Whitney Houston (Mercedes Jones)

Papa Can You Hear Me? - Babra Streisand (Rachel Berry)

I Want To Hold Your Hand - The Beatles (Kurt Hummell)

Bridge Over Troubled Water - Bridge Over Troubled Water (Mercedes Jones)

Losing My Religion - R.E.M (Finn Hudson)

One of Us - Joan Osborne (New Directions)
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

Cabaret Voltaire disse...

Camis, que pecado falar mal da canção da Rachel. Hehe. Gostei tanto da canção "Papa, can you hear me?", mas confesso que foi estranho a parte da careca. Enfim, pra mim a Mercedes encheu muito o saco com seu estilo Black Mariah de ser.

PS: Torci pro Finn jogar aquilo fora, só muita fé pra fazer aquilo descer goela abaixo.

Unknown disse...

Sim a tirada do queijo foi muito boa e Britanny como sempre sem comentários.. Ela conseguem ser a pessoa que menos fala(das que tem falas, referência ao japa com abdomen definido) e tem as fala mais geniais. "Pessoas tem ataques do coração por amar demais".
Você comentou exatamente o que eu pensei enquanto Rachel acariciava a careca do pai do Kurt, nada a ver..talvez caberia, como Rachel é a drama queen, se os outros personagens não achassem isso super normal, se eles compartilhassem o WTF conosco..

Tais disse...

O Finn venerando um Grilled Cheesus foi engraçado e com certeza muito mais WTF do que isso foi a Rachel cantando para o pai do Kurt, achei nada a verrrrrr, eu não sou muito fã da Rachel e esses solos com ela chorando não ajudam, honestamente acho bem irritante.
O Finn comendo o lanche velho foi nojento hahaha
Gostei da discussão de religião e achei que todos exageraram em uns momentos.

Anônimo disse...

Realmente nao concordo com a sua critica. AChei o episodio o melhor de todos. Jogando ideias e sem julgar as ações dos personagems... Episodio fantastico!

leiam essa. http://portal-series.com/glee-2-03-grilled-cheesus/

Lais Rios disse...

Tenho uma enorme admiração pela Rachel, então eu até perdoo a careca lá. Mas eu fiquei babando com o Kurt. Ele foi incrivelmente bem.

Quando li inicialmente sobre o episodio tbm tive preconceito, mas dps fiquei mt surpresa, porque eu adorei esse episodio.

jorge! disse...

como sempre, eu gostei bastante de glee. britany está cada vez mais divertida com suas tiradas SUPER no contexto do assunto. adorei o crhis fazendo o dramatico. mto bom!

João Paulo Longo disse...

Desde o começo desse temporada o uso do modulador de voz, o famoso AutoTune, vem me incomodando.

Voz de canto é diferente da falada, mas não justifica uma galinha cantar com voz de pavão. Soa mais artificial do que já é.

Fico pensando se não tinha ninguém mais hábil vocalmente para o papel de Finn. A voz do ator é tão photoshopada que dá medo. Conseguiram estragar até a voz do Puck nesse episódio.

Num geral foi OK, mas querendo ou não Sue está num patamar acima. Quando ela aparece a série se torna outra. A cena final com sua irmã é de cortar o coração.

P.S.: Essa fase sub0nutrida e franjinha feia de doer tornou minha querida Rachael em algo descartável. Quero ela de volta!

Anônimo disse...

Só lamento que ele One of Us foi meio "encurtada" devido ao final do episódio...

jorge! disse...

como sempre, eu gostei bastante de glee. britany está cada vez mais divertida com suas tiradas SUPER no contexto do assunto. adorei o crhis fazendo o dramatico. mto bom!