A fórmula se manteve e vários arcos se desenvolveram ao mesmo tempo. Agora, começo a me perguntar quando é que vai começar a ação de verdade.
Série policial sem ação é um paradoxo. Não existe. Não cola. Mas Rookie Blue é justamente isso. E eu gosto. O problema é que, mesmo adorando a série, eu já comecei a questionar algumas coisas (e não era sem tempo).
O resultado é que fico cada vez mais perplexa ao reparar que as cenas de perseguição são tão ágeis quanto efeito de câmera lenta e que os policiais passam mais tempo sentados e discutindo relações do que propriamente fazendo alguma coisa.
Não é que eu imagine que o trabalho de um policial seja correr e perseguir bandidos 24 horas por dia, mas em algum momento isso irá, inevitavelmente, acontecer. O foco aqui são os novatos, porém, situações complicadas não escolhem os mais experientes e imagino que essa falta de ação seja um dos motivos que mantém nossos rookies tão sem talento para uma simples sessão de tiros.
Basta reparar nas cenas em que Andy e Sam precisam recapturar o fugitivo. Peraí! Os dois passaram meia hora batendo papo no capô do carro e saíram para uma leve caminhada na floresta, na esperança de encontrar chapeuzinho vermelho, levando doces para a vovó. E o fugitivo? O mais burro do mundo ou o quê? Pernas pra que te quero, meu filho. Deu bobeira e foi preso de novo. Toda essa seqüência é tão absurda que chega a irritar. Tanto que eu quase (quase) esqueço do drama de Andy dividida entre dois homens, tentando ser amiga do chefe que já agarrou e esperando que nada seja estranho. Ah, e falando. Falando, falando, falando. Sem parar. Quase pedi socorro e imaginei que Sam estava prestes a fazer o mesmo.
Atentarei também para o fato de que Andy é a única rookie que nunca troca de instrutor. Alguém comentou isso comigo em algum lugar, aqui ou no twitter, falando que enquanto Gail e Chris aprendem a profissão sozinhos ou Dov e Traci se afundam em burocracia, Andy tem a vantagem de sempre estar em campo, com um instrutor exclusivo. Mais um defeitinho de produção para nossa lista do dia.
Na delegacia, vimos Gail ter chiliques porque não consegue encontrar o tom certo de tintura para acertar a escuridão contrastante de suas sobrancelhas. Ou quase isso. Na verdade ela está brava com Chris, porque afinal, encobrir crimes é a atitude correta, mas sobra para todo mundo, especialmente Dov, que pulula de uma trama aleatória para outra, sem nunca ganhar uma história para chamar de sua em definitivo.
Toda aquela confusão com o detetive Barber só podia acabar em briga de casal. Pressenti que ele ia culpar o filho de Traci pelo sumiço do caderno de anotações, embora, até o momento, ele tenha sido a pessoa insistindo em aprofundar o relacionamento. Do nada, ele é divorciado, tem problemas em se adaptar no namoro e não gosta mais de crianças.
E a noiva de Chris foi mesmo para o espaço. Foi esquecida e é como se ela nunca tivesse surgido num final de episódio, com caminhar revelador e vento batendo nos cabelos.
Para quem acha que eu só sei elogiar Rookie Blue, fica meu desabafo. Ainda adoro a série e gostei desse episódio, mesmo com defeitos mil em roteiro e produção. Só espero que acertem tudo isso, para que o resultado seja ainda melhore tenhamos temporadas com qualidade garantida, já que eu não posso pedir meus 40 minutos de volta.