Em vez de começar falando das coisas boas de Huge, como faço semanalmente, dessa vez vou detonar as cenas “noturnas”, obviamente gravadas durante o dia.
Muita gente tem comentado a falta de qualidade das filmagens de Huge durante a noite. É óbvio que talvez por custos de produção, seja mais barato filmar tudo enquanto o sol brilha, para depois jogar um efeitinho, resolvendo o problema, certo? Errado.
Temos um problema sério de fotografia aqui e não dá para fazer de conta que lá no acampamento, a luz da lua é mais potente do que em todo o resto do planeta Terra. É tosco demais e precisamos falar disso. Certamente esse é um ajuste mais do que necessário a fazer, para aperfeiçoar uma série que é muito boa, mas está pecando nessa parte da produção. Agora, falemos de Birthdays.
Como sempre, roteiro sensível, engraçado e interessante na medida. Huge tem uma incrível capacidade de mesclar o drama com as tramas mais leves, o que aproxima o público da realidade dos personagens, sem forçar a barra.
Gosto do aprofundamento psicológico que vai se desenhando e o modo sutil como cada aspecto dos personagens vem aparecendo. O casinho secreto de Amber e George é um exemplo. Além da parte do romance, temos em destaque os traumas dela e as responsabilidades dele. No fim, ambos aprendem uma lição.
Will e sua rabugice habitual ficaram de lado, dando lugar à história dos gêmeos Alistair e Chloe, que fazem aniversário e ganham tratamentos diferentes. Para ele, o dia termina com uma cruel brincadeira. Chloe, pela primeira vez, percebe que ela mesma é autora de maus tratos desnecessários ao irmão.
Outro momento interessante mostra os dramas de Dorothy, que completa sete anos nos comedores compulsivos. Mas ela é também uma devoradora compulsiva de homens casados, pelo menos, de um homem casado, para evitar o exagero. Dá muita pena do moço que levantou a cerca (sem trocadilhos sexuais), tão bonachão e simpático, que nem imagina exatamente o que Dorothy está fazendo.