Tudo o que Henry VIII queria era entrar para a história como um dos maiores monarcas da Inglaterra. Pois bem. Ele conseguiu.
Muito mais do que firmar o próprio nome, Henry VII foi além. Como a própria série explica, a Dinastia Tudor produziu os dois governantes de maior destaque da história inglesa, com a consagração da Era de Ouro de Elizabeth, filha de Henry e Ana Bolena. Outro nome que costumo citar por aqui é de Blood Mary, que em seu curto reinado queimou hereges e tentou restituir o poder da Igreja Católica, sem sucesso. Edward, o filho de Jane Seymour, morreu jovem, aos 15 anos, de tuberculose.
Como se pode ver, em maior ou menor escala, os Tudors deixaram sua marca. Por isso mesmo, não se pode deixar de louvar a iniciativa da Showtime que, há quatro anos, começou a contar essa história cheia de controvérsias, misturando sexo, política, religião e alguma licensa poética.
Apesar de um ou outro pequeno detalhe que possa ter ficado pelo caminho, a série temo mérito de aproximar o público de muitas verdades históricas. Especialmente porque, da forma como tudo foi feito, muitas pessoas que jamais se interessariam pelo assunto, começaram a acompanhar a saga dessa família real.
Para alguns pode nem ser novidade, mas vou repetir. Para mim, essa 4ª temporada não foi exatamente exemplar, tampouco interessante. Entendo que é o curso natural das coisas e que a produção foi fiel aos acontecimentos reais, porém, devo dizer que a Series Finale é completamente diferente.
Emocionante é a palavra certa para descrever a forma como fecharam o roteiro. Munidos de alguma ficção, que trouxe de volta os espíritos de Catarina de Aragão, Ana Bolena e Jane Seymour, os produtores foram capazes de mostrar Henry VIII em seus últimos dias de vida como um homem atormentado pelo passado e que até o fim tenta se destacar entre os reis que já existiram. A questão religiosa é a grande marca de Henry, que ainda clama para si o mérito de mensageiro de Deus, ao tentar destruir a imagem dos Papas e dos católicos.
Através da morte do Duque de Sulfolk, melhor amigo de Henry, também fica clara a necessidade dele em provar ser sempre jovem, capaz e controlador. O diálogo sobre o tempo chega a ser poético e casa perfeitamente com os pedidos de Henry a respeito de seu retrato final e com as imagens da juventude que mostram em pouco tempo, todas as realizações de um rei que queria ser maior do que seu próprio reino.