United States Of Tara resolveu fazer uma aposta diferente, saem Tara e suas múltiplas personalidades e entra em foco a família. Cada qual estranho e problemático a sua maneira.
Quando se tem um bom elenco é possível arriscar. Até agora a centralização em Tara não cansou, até porque, são tantas Taras diferentes que é difícil enjoar. No entanto, Explosive Diorama tem um mérito imenso por nos mostrar mais das outras pessoas dessa família insana e que vive as consequências de ter uma mãe cheia de alter-egos.
Não é que Tara não apareça. Lá está ela, fazendo sua arte e construindo uma bela metáfora de sua própria vida. Usando a caixa da mentira de Marshall, ela constrói uma casa, perfeita por fora, recheada de biscoitos, mas com uma criatura presa e desesperada vivendo dentro dela. Essa construção é um incrível detalhe de roteiro que não poderia passar em branco, da mesma forma que Max acha que essa representação de Tara para sua vida é uma porcaria. Para ele é mais fácil encarar a perfeição do que os verdadeiros problemas e depois de um pequeno barraco, fica óbvio que o casamento vai mal, muito mal.
Essa é, de fato, a primeira vez que Max se torna um homem normal, pois diante de tanta instabilidade, era estranho ver toda a paciência e altruísmo dele, após 18 anos agüentando tudo isso. O mais curioso, embora um tanto óbvio, é que Max deve afogar as mágoas com Pammy, a pobre viúva de Buck.
Mas não é apenas isso que chacoalha a família. Tara também não está em boa sintonia com os filhos. Marshall, ainda em tempos de descoberta da própria sexualidade, ainda é mais compreensivo. Kate, ao contrário, escolhe a agressividade e o afastamento. Além disso, ela rende cenas bizarras como a princesa Valhalla Hawkwind e seu programa de masturbação online. Sentar em bolos e estouras dezenas de balões podem render muito, pelo visto.
E para completar, temos Charmaine. Inacreditável que ela tenha conseguido convencer o noivo a não abandoná-la depois de descobrir que foi traído e que ela espera um bebê de outro homem. Mais estranho ainda é que Neil entra nessa dinâmica muito polidamente educada, normalmente, como se não fosse nada ter engravidado a mulher do cara para quem você está pedindo carona. No final das contas, as personalidades variadas de Tara são o ápice da normalidade, como se pode comprovar.