sábado, 3 de abril de 2010

Fringe 2x16: Peter


Saindo completamente da conhecida fórmula, Fringe faz um retorno sensacional. O drama familiar dos Bishop toma conta do episódio, mas nem por isso a ciência fica de fora. Aliás, ela nunca esteve tão presente e, dessa vez, ela serve para explicar muitos fatos soltos e mostrar que minha teoria sobre a série está muito próxima da verdade.

Quero começar falando do clima dos anos 80. A fonte utilizada nos letreiros e a abertura cheia de imagens antigas ao som do ritmo eletrônico que remonta à década, serviram para criar um clima perfeito para o episódio, quase todo em flashback. É preciso dizer que a produção caprichou em pequenos detalhes, que mostram como a realidade paralela é parecida com a nossa, porém, sem ser completamente idêntica. Um desses detalhes está na cena em que os Observadores se reúnem, em frente a um cinema. Em cartaz está ‘Back To The Future’ (De volta para o futuro), curiosamente estrelado por Eric Stoltz, quando, em nossa realidade, o papel principal coube a Michael J.Fox. Para quem não sabe, o primeiro ator cotado para o papel de Marty McFly, foi mesmo Stoltz, que chegou a gravar algumas cenas, mas acabou ficando de fora, porque os produtores acharam que ele não convenceria como adolescente. O filme em questão, devo dizer, não foi escolhido à toa, pois o episódio lembra um pouco os princípios de viagem no tempo, embora não seja isso o que aconteça. E já que não temos Delorean para nos levar, vamos deixar Walter contar a história de Peter, que só aparece em sua forma infantil.

Com a necessidade urgente de revelar para Olivia suas motivações no passado, voltamos para 1985, quando Walter lida com o filho à beira da morte, devido a uma doença genética. O rejuvenescimento do personagem fica evidente, mas é o fator menos importante. Vemos ainda a relação próxima com Nina Sharp e as brigas éticas com Carla, sua assistente na época.

Sempre ligado às mais inovadoras práticas científicas, Walter está trabalhando com o universo paralelo. Ele mostra aos militares a tecnologia dos celulares, que ainda demoraria mais de 20 anos para se tornar eficiente em nosso mundo. Para provar o que diz, Walter tem uma janela para o outro lado, onde todos podem ver as diferenças entre os dois lados, como o Empire State Building sendo usado para embarque e desembarque de zepelins.

Através dessa mesma janela, ele acompanha Walternativo - nome que ele deu a seu outro eu – e os progressos que podem ajudá-lo a encontrar uma cura para seu próprio Peter. Quando o momento chega, a aparição de um dos Observadores, que como sabemos, observam momentos importantes da história, distrai Walternativo e ele perde a descoberta. Walter, que havia acabado de enterrar o filho, se desespera e decide que não deixará que o outro Peter também morra. Depois de sintetizar a cura, ele monta seu aparato no lago e, mesmo contra a vontade de Nina e Carla, que alertam para os perigos de se abrir um caminho como esse, Walter atravessa. Na tentativa de impedi-lo, Nina acaba perdendo parte do braço e este mistério também chega ao fim. Por causa da imensa tensão, o vidro com o medicamento se quebra e não resta alternativa a não ser levar Peter até a outra dimensão, curá-lo e devolvê-lo. De volta ao outro lado, o gelo que cobre o lago se parte e vemos a conhecida cena em que Peter e Walter se afogam, sendo salvos pelo Observador, que estava ali para reparar um erro. Peter é importante e não pode, em hipótese alguma, morrer. Agora, é função de Walter curá-lo, mas quando sua esposa vê o menino, o olhar transmite a mensagem clara: “não vou perdê-lo novamente”. E assim, Walter rouba Peter de seu outro eu, abrindo uma brecha para o desastre.

Por isso mesmo, acredito que minha teoria sobre uma guerra entre os dois Walters seja bastante válida. Se não for isso, deve ser algo parecido ou completamente diferente. Nos dois casos, tirando pela qualidade das tramas que vimos até agora, devo dizer: ficarei feliz.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Candice disse...

Excelente episódio, correto, esclarecedor e comovente. O pequeno Peter, tão destemido, me fez chorar.