quarta-feira, 10 de março de 2010

Lost 6x07: Dr. Linus


Benjamin Linus é meu personagem favorito de Lost. Aliás, pelo que vejo, deve ser o preferido da maioria dos fãs da série. Por isso mesmo, eu não esperava nada menos desse episódio focado nele, que expôs com brilhantismo as controvérsias da personalidade de Bem e trouxe à baila muitas referências ao passado.

Dessa vez até eu lembrei do Arzt, o cara que morreu segurando banana de dinamite,logo no comecinho da série. Além disso, começamos a entender um pouco mais qual o papel de Ilana e lembramos até mesmo da célebre morte de Rodrigo Santoro, quer dizer, Paulo, o único brasileiro a dar as caras na Ilha e que morreu com a pança cheia de diamantes, ao lado da namorada Nikki. À parte desse fracasso total de carisma, tudo isso serviu para ilustrar a ganância de Miles e o modo como ele pode usar esse dom bizarro de saber sobre os últimos momentos de vida de alguém. Essa maravilha da sensitividade, a mãe Dinah de costeletas grisalhas, joga Benjamin Linus no olho do furacão sem dó, despertando a ira de Ilana, que o coloca para fazer a coisa mais útil que pode imaginar, ao cavar a própria cova.

A situação de Ben na Ilha é complicada e ele sente o peso de suas decisões. Chega a ser estranho ver um homem que já se mostrou tão frio e capaz das piores atrocidades e joguinhos mentais, se tornar uma vítima medrosa, alguém se ação, sem poder e sem ter a quem recorrer. Nessas horas surge Lockezilla, balançando as árvores e fazendo seu barulho inconfundível, pronto para jogar e colocar Ben numa posição em que não terá outra escolha, a não ser juntar-se a ele e se tornar o guardião da Ilha, quando os planos de deixar o lugar para sempre se concretizarem. A reviravolta se dá em meio á fuga pela mata, quando Ben enfrenta Ilana e é sincero sobre seus sentimentos. O desespero acaba sensibilizando-a e Ben tem a chance de decidir de qual lado estará nessa guerra.

Aliás, preciso dizer, esse foi o primeiro flash sideway que realmente teve importância na trama. Bem, em sua vidinha de professor de história, mostra traços do homem que conhecemos, aquele capaz de artimanhas mil para conseguir o que quer. Porém, em sua convivência com Alex Russeau, que é sua aluna aplicada e me pareceu irreconhecível de banho tomado, ele não sacrifica a garota para ter um benefício egoísta. A relação com Locke, que também aí, o incita e coloca ideias em sua cabeça, é um retrato do que vemos na Ilha, nesse exato momento. Além disso, fica a irônica cena em que Ben tem um alegre jantar em família com o pai, que fala sobre a Iniciativa Dharma e as possibilidades de vida se tivessem escolhido viver na Ilha em definitivo.

Enquanto isso, descobrimos mais detalhes. Como por exemplo o fato de que Frank Lapidus deveria ter sido o piloto do vôo 815 da Oceanic, mas foi substituído após dormir demais. Como o destino não nega, ele foi parar exatamente onde deveria estar. Além do mais, minha teoria sobre a tortura de gordos continua válida. Hurley sequer tem o direito de falar em café da manhã que já ganha uma longa e árdua caminhada ao lado de Jack, que só pensa em emagrecer o colega.

O encontro com Richard Alpert, o homem do rímel natural, os leva até o navio pirata, cheio de dinamites. O desespero de Richard e sua decepção estão aparentes. Ele quer morrer e não consegue. Jack, resolve brincar de suicídio, mas sabe que nada que ele faça poderá acabar com a vida dele ou de Richard. Se a explosão tivesse funcionado, muita gente ficaria contente em se livrar de Jack e estou certa de que entre os estilhaços encontraríamos cílios postiços, rímel e lápis, aos montes. Como nada disso acontece, o jeito é voltar para a praia e cantar “Kumbaia” em volta da fogueira. A corrida de Sun, em câmera lenta, para os braços fortes e suados de um Hurley pós exercício, foi uma cena muito sensual de se ver. Confesso que, de tudo, não gostei da chegada do submarino, que podia muito bem ter ganhado a trilha de “Jaws”. Foi tão aleatório que não entendi o porquê de Charles Widmore ser o grande cliffhanger do episódio. Mas, tudo bem. Nem mesmo uma furada dessas tira o brilho desse excelente capítulo na história de Lost.
Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Gilberto disse...

Adoro o seu bom humor quando comenta LOST!!

Eu gostei muito desse episódio, e achei bem legal o cliffhanger, até porque o Widmore tem tudo a ver com o Ben...

Mais tarde tem review no meu blog!

Leandro Kyo disse...

Haha.. adorei o "minha teoria sobre a tortura de gordos continua válida".

Sobre o episódio, achei muito bom alguns focos principais, e o flash sideway não me animou muito, pois, além de termos um pequeno discurso sobre a Dharma (que já passou da hora de ser explicada) serviu apenas para confirmar tudo aquilo que já sabíamos.

Outra teoria minha se confirmou, Richard veio mesmo acorrentado no Black Rock, possivelmente como escravo. Widmore era o alvo principal que Jacob tinha falado, sobre quem viria à ilha, só achei estranho o episódio creditar o nome de Desmond no início, sem a aparição do ator em cena. Será que ele está no submarino com o sogro? É esperar para ver!

Na espera pelo episódio 06x09! =)

Parabéns pela review!

Gilberto disse...

Adoro o seu bom humor quando comenta LOST!!

Eu gostei muito desse episódio, e achei bem legal o cliffhanger, até porque o Widmore tem tudo a ver com o Ben...

Mais tarde tem review no meu blog!