Já viu Misfits? AINDA NÃO? Então pegue o piloto e se prepare para uma das séries mais absurdas já produzidas. Também, pudera. Cria do canal britânico E4 - que também nos brinda com o drama teen, Skins - Misfits mistura tudo o que pode. Tem delinquentes juvenis, cachorros que falam (ok, que pensam), super-poderes, zumbis, mortes, sexo e muito, muito non sense. Todos esses elementos, que já seriam estranhos individualmente, se juntam nesse mix e fazem de Misfits a série teen mais bizarra que eu já vi.
Tudo começa quando 6 adolescentes-problema precisam pagar horas de serviço comunitário. Chatos, grosseiros, irritantes e dispersos, eles nem imaginariam que seu primeiro dia acabaria como acabou. Uma chuva de granizo muda tudo. Na verdade, estava mais para bolas de gelo gigantes, que caiam do céu e destruíam tudo. Sem ter para onde fugir, um raio os atinge - e aí eu peço atenção aos efeitos especiais - e todos ganham super-poderes.
Kelly (Lauren Socha) é a primeira a descobrir que pode ouvir os pensamentos das pessoas. é um poder comum e clichê, mas que dá um tom realmente hilário quando podemos apreciar os pensamentos de um buldogue. Por isso que eu disse que temos um cachorro falante, que solta pérolas como " Mal sabe ela que antes de lamber seu rosto eu estava lambendo minhas bolas" ou " Para quem essa vadia está piscando? Vou comer a poodle da vizinha que é uma vagabunda". Se não foi isso, a tradução se aproxima. Nessa cena a série já me ganhou como fã, mas a coisa só melhora.
Ninguém acredita em Kelly, exceto Simon (Iwan Rheon), o cara quieto e esquisito que descobre que pode se tornar invisível e inaudível. E temos ainda o astro do esporte Curtis (Nathan Stewart Jarrett), que pode voltar no tempo e impedir tragédias, como o ataque iminente do supervisor ZUMBI! Pois é. No meio da chuva de gelo o supervisor de serviços comunitários também é afetado pelo raio e vira um zumbi irado, louco para matar os adolescentes. A aparição do zumbi é mais um forte motivo para amar Misfits e fazer qualquer um virar fã.
Porém, nenhum poder é tão escroto como o de Alisha (Antonia Thomas), que é do tipo piranha mesmo, faz uma cena de 'boquinha da garrafa', simulando sexo oral, adora festejar e seduzir, mas não esperava virar a Mulher-Estupro. Agora, quem tocar em Alisha sente a vontade incontrolável de possuí-la e fazer loucuras, nem que seja à força. Taí um poder que não serve para nada e que só vai prejudicar a garota. Mesmo assim, adorei. Ideia inédita e tão tosca que é boa.
Mas, temos ainda Nathan (Robert Sheehan), um cara chato sarcástico, verborrágico e desagradável, que ainda não tem nenhum super poder. Com certeza alguma coisa mais inusitada ainda vai sair daí.
Coisa que achei bacana, foi o fato de que, logo de começo, um dos adolescentes morre. Fumava seu baseadinho no banheiro e acaba destruído na base da machadada pelo supervisor zumbi.
Os colegas dele só descobrem tudo no dia seguinte. Matam o zumbi, o que achei uma pena, encontram o corpo do outro e, sabendo que tudo isso é estranho demais, resolvem guardar segredo, enterrar os corpos e ver no que vai dar.
Aliás, eu também quero ver e não perco os próximos episódios por nada nesse mundo. E já aviso. Quem não gosta de cenas fortes, palavrão, sexo, sangue e apelação, nem comece a assistir. Se você já é como eu e enxerga a poesia de um roteiro como esse, assim como as boas interpretações que a série tem, seja bem vindo ao mundo de Misfits.