Damon Salvatore: criando laços de
sangue com moçoilas apaixonadas desde 1942.
A semana passada foi cheia de
revolta e reclamações sobre os rumos que The Vampire Diaries está tomando. Não
foi à toa e toda a discussão é válida, já que tem muita gente insatisfeita com
a série e já pensando em largá-la. Ao contrário do que podem pensar, o motivo
não é Delena ou Stelena (uma briga tola, que ganha proporções cada vez maiores
e mascara o problema real na série).
O problema é que, o que antes era
uma produção recheada de surpresas e bons twists, na maioria das tramas, virou cenário
apenas para histórias e frustrações românticas. O foco no arco central e nos
sub-arcos que vinham dele, meio que se perderam em devaneios sobre casais
possíveis e impossíveis, porque até pouco tempo atrás, os romances eram um
elemento a mais em TVD e não o principal assunto da série. Discordem à vontade,
mas está aqui a pura verdade.
Sendo assim, vale dizer que o
surto generalizado que ocorreu com o episódio anterior fica explicado como
sendo manifestação de quem é Delena e não se importa com a série no todo.
Bobagem. Quem acompanhou esses quatro anos pode até ter lá suas torcidas e
preferências, mas ninguém permanece vendo uma série apenas pela vaga
possibilidade de um dia, Damon e Elena darem uma bitoca (ou algo mais).
Obviamente, para quem não lê
spoilers (e eu me incluo) o episódio passado pareceu um grande erro e não acho
que as primeiras impressões sobre essa trama estivessem erradas. O efeito
pretendido aconteceu. Burburinho e revolta, porque afinal, Julie Plec já está
quase perto de virar uma Shonda Rhymes, quando o assunto é senso de destruição.
Pelos comentários aqui no blog, percebi que
muita gente não ligou para o andamento da história por já saber de muitos
spoilers e isso até serviu para acalmar os ânimos um pouco até que chegássemos
ao episódio de agora. De fato, as coisas tomaram lugares melhores em alguns aspectos,
mas em outros, há a visível enrolação, que jamais fez parte do universo da
série. Isso é o que mais preocupa.
Geralmente, com oito episódios,
já demos a volta ao mundo umas cinco vezes, por assim dizer. Ou seja, o desenvolvimento
de TVD como um todo já teve um milhão de reviravoltas e momentos alucinantes,
daqueles que faziam a gente arregalar os olhos durante uma cena. Exemplo
próximo: aquele episódio dentro da escola, com a pegadinha dos veteranos, com
Matt na piscina e Klaus tocando o terror para cima de Stefan no ginásio. Vale
lembrar que os caras eram veteranos na 3ª temporada e estamos na metade da 4ª,
com Elena, Caroline e Bonnie ainda indo para a aula. Pelo amor de Deus. Único aluno
mesmo deveria ser o Jeremy, a essa altura do campeonato.
Mas a enrolação não é porque ninguém
se forma ou algo assim. É porque ouvimos falar de uma cura, sabemos que
professor Shane é estranho e quer destruir vampiros (e Klaus, mais
especificamente), mas e daí? E daí? Alguma coisa precisa sair disso, porque não
aguento mais cenas avulsas do professor, planejando coisas idiotas com Hayley e
fazendo Bonnie praticar magia de ‘Expressão’, que é mais afro do que a magia afrodescendente.
The Vampire Diaries sempre foi uma série de ações e não insinuações.
Vejam bem. Aquela história de
Hayley quebrar a ligação dos vampiromens com Klaus para conseguir um PEN-DRIVE
é o fim da picada. Amiga, contrate um detetive se quiser saber onde estão e
quem são seus pais biológicos. O que é que um professor de sei lá o que (decidi
que ‘sei lá o que’ define bem a aula que o Shane dá na faculdade, porque, convenhamos,
nada a ver com nada) tem a ver com o paradeiro dos pais de uma lobinha que é
aparentemente bem avulsa e não faz parte da mitologia da série?
Nem quero mais comentar o quanto
Bonnie Boca Torta é idiota. Impressionante como essa menina confia sempre nas
pessoas erradas e ainda se acha uma boa julgadora de caráter. Momento patético
de Bonnie veio quando a outra loba avulsa desafia Tyler e sequestra Caroline. O
que Boca Torta faz? Quebra umas lâmpadas aos acender e apagar abajures e
interruptores. OI? E ainda os vampiromens olham com cara de mamão e dizem “não
faça isso”. Isso o quê? Ela não fez nada para ajudar. O que foi aquela cena,
sério? Uma prova do quanto Bonnie é inútil? Desnecessário, porque já sabíamos
disso faz tempo.
No meio disso tudo, Tyler está às
cegas e provavelmente cavando a própria cova. Alguém aí duvida de que vai
faltar hibrido e ele é quem vai ter que completar a quota de 12 vampiromens?
Aliás, 12 é também o número de sacrifícios humanos na história de Damon,
tentando quebrar a ligação com a bochechuda apegada (e por bochechuda eu não
quero dizer Lexie).
Tyler, no entanto, serviu para
explicar o lance da ligação. Só atua nas ações, mas não nos sentimentos. Pelo
menos uma coisa boa e que não destrói totalmente o que foi feito com Damon e
Elena ao longo da série. Só achei bem ridículo que Caroline soltasse a pérola “Stefan
sabe melhor que eu, Elena”. Como assim, minha filha? Foi você quem notou essa
parada toda e agora o gênio é Stefan? Não faz sentido algum.
É claro que Caroline passa o
tempo todo questionando Elena e suas ações a respeito de Damon, o que nos faz
rir quando Elena pergunta por que, então, ela foi a primeira a ir aproveitar
aquele playground. Na época, Caroline era apenas uma recalcada que dormia com qualquer
um, a personagem era rasa e por isso, fica difícil justificar. Eu só gostaria,
de fato, que parassem de usá-la para questionar a moralidade alheia, porque
essa não é Caroline e nunca foi.
Acho importante ressaltarem a relação
dos irmãos Salvatore, que sempre foi cheia de problemas, mas nunca destruída na
íntegra. O amor entre eles existe e é importante para ambos, o que torna tudo
ainda mais complicado. No fim das contas, torço para que o que existe entre
eles não seja destruído por ciúme ou por mulheres, mas fica difícil retirar
isso da equação quando eles sempre se interessam pelas mesmas Doppelquengas.
Até que a aparição de Lexie foi
bacana, servindo de alerta para a consciência de Damon, trazendo a percepção de
que ele tem sim esse lado egoísta. O importante é ver que isso o incomoda e que
ele se afasta quando percebe a verdade, muito diferente do que tentam pintar por
aí, de que ele não liga para nada e não sente culpa por nada. Verdade é que
nenhum dos Salvatore é santo e ‘sentimento de culpa’ não exime ninguém de
assassinatos e torturas cometidas. Ninguém é menos cruel por remoer o que
apronta, inclusive porque o que está feito, está feito.
Sobre o caso da ligação entre
Damon e Elena, não pude conter o riso quando ele diz que já aconteceu antes e
vem o flashback mostrando a primeira vez em que uma vampira transformada por
ele ficou enlouquecida, logo após Damon gritar que “é impossível”. Coitado, não
queria acreditar que Elena só ficou com ele por causa da ligação de sangue, o
que é compreensível, depois de vermos Damon feliz, pela primeira vez em quatro
anos.
Outra coisa engraçada é ver o
terror em Stefan e Caroline, achando que Elena dormiria com Damon pelas ordens
dele. Uma espécie de estupro, praticamente. O que eles não sabem é que Damon
nunca ordenou nada disso para Elena, nem um mísero beijinho, então a coisa é
legítima. Vai ser interessante ver Elena tentando provar seus sentimentos,
enquanto Damon se afasta, para deixá-la livre.
Confesso ainda, certa pena de
StefANUS. Não deve ser agradável ver a ex-namorada dormindo com o irmão, um dia
depois de ela terminar com você. Apesar de ele fazer muitas coisas motivadas
pelo desejo de fazer Elena “voltar ao normal”, no fim das contas, voltamos ao
mesmo ponto. A grande motivação de todos os problemas é sempre Elena e enquanto
ela estiver entre os irmãos Salvatore, nenhum deles terá paz.
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