“Ele não é um traidor”.
Chega a ser engraçado pensar que
Rayna mal acabara de cantar sua música sobre um ‘mentiroso e traidor’ para,
logo em seguida, descobrir as peripécias do marido. Tudo bem que ele ainda
conseguiu enrolá-la mais um pouco com novas mentiras, mas ainda assim, a
situação é de humor negro quando ela vai para frente da imprensa de Nashville,
enumerar as qualidades do pai, político, empresário e marido que não,
definitivamente “não é um traidor”.
Com dramas familiares que plantam
sementes de incerteza na história, Nashville fecha 2012 como uma das poucas
séries que valem a pena acompanhar. A produção tem lá seus defeitos, mas até
aqui, parece que tudo vai entrar nos eixos e que o foco maior vai ser mantido
nas carreiras de Rayna e Juliette. Essa é uma boa notícia, porque toda a parte
da politicagem é chatíssima e acaba transformando Rayna, principalmente, numa
mulher burra e que não enxerga o que está diante de seus olhos.
Vou começar pela personagem,
porque ela é quem mais sofre com as tramas paralelas. Enquanto Juliette
consegue empolgar, ficamos presos nessa rotina boba, em que ela fala muito e
faz pouco. Tudo em nome das filhas, que aliás, são a desculpa para qualquer um
que não tenha coragem de tomar uma atitude de verdade. A melhor parte de Rayna
é quando focam em sua carreira musical e no que ela está disposta a fazer para
voltar a fazer o mesmo sucesso de antes. Tanto é que, diante de tantos
problemas no casamento, ela começa a cogitar o show dividido com Juliette, o
que deve se concretizar a partir do retorno da série.
O que pode embolar o meio de
campo é o casamento relâmpago que também vem aí. Acertadíssima a decisão de não
investirem em Juliette e Deacon, dando à garota seu próprio romance. A química
entre os atores é excelente e Juliette se transformou no grande destaque de Nashville.
Estava esperando que a mãe ou o pai de Sean tivessem aquela conversinha desagradável
com Juliette, mas como isso geralmente afasta os enamorados, foi muito bom ver
que a atitude dela é diferente. Juliette pela Sean em casamento e ele tem tudo
para aceitar a proposta. A parte não tão boa da personagem é o velho drama da
mãe drogada. Chato, tanto quanto o problema familiar de Rayna. Deveriam
resolver logo e esquecer.
Estava querendo ver mais ‘ação’
entre Gunnar e Scarlett e até que meu pedido foi prontamente atendido. Já era
de se imaginar o surto dela, mas que ela beijou com vontade, isso não dá para
negar. Resta esperar que a parceria deles (profissional) dure o suficiente para
que decidam que está hora de Scarlett esquecer o desnecessário Avery. Alguém
duvida de que ele irá largar os amigos e seguir carreira solo? Acho que não.
Falando em carreira solo, foi bom
ver que Deacon vai começar a pensar em si mesmo. Ele ainda reluta e certamente
está muito inclinado a jamais sair de perto de Rayna, mas o personagem
precisava desse momento. Se Deacon é tão talentoso quanto dizem, deve sim,
procurar meios de se destacar e ter uma carreira tão focada quando as mulheres
da série. Romances e dramas podem esperar, até porque, algo me diz que ele
usará drogas novamente, diante de más influências, mas isso, só saberemos a partir
de nove de janeiro, quando Nashville retorna.