“Um dia eles foram quem nós somos
hoje. Dá para acreditar?”.
Episódio um pouquinho diferente
para os fãs de Grey’s Anatomy nessa semana, com foco nos novos internos e na
visão deles para os acontecimentos dentro do Seattle Grace Mercy Death. Pudemos ver novamente o processo de
aprendizado e como os novatos vão lidando com os desafios. A boa safra da série
continua com apostas bastante simples para o roteiro, o que é um alívio para os
grandes picos dramáticos que sempre encontramos pelo caminho.
Pessoalmente, adoro quando Grey’s
Anatomy se permite fazer episódios assim. Gosto de ver a rotina, o comum,
porque não é todo dia que médicos enfrentam grandes tragédias ou casos super
sofisticados. Como mostra bem a história de Kepner, também existe o dia de
tirar verrugas e caroços.
Esse plot foi interessante
justamente por isso. É algo que nunca aparece numa série médica. Vemos a
representação de complicadas cirurgias e pacientes com problemas bizarros, mas
alguém tem que remover os ‘pedaços extras’ que alguém pode ter. O trabalho deve
ser, de fato, bem ingrato de realizar e o estresse de Kepner deu o tom hilário
necessário para a situação. A visão de
Dr.Ross, o interno, para a função também foi boa e ele tirou proveito da lição
que parecia a mais boba. Kepner o ensina a tratar pacientes com humanidade e
que em funções menos privilegiadas, às vezes, existe um diagnóstico que vai
salvar a vida de alguém.
Em contraponto, as internas de Cristina brigavam pelo grande
prêmio e para chamar a atenção da mentora. No meio disso tudo, quase mataram a
paciente do marca-passo, mas o que realmente marca o espectador é o caso dos
bebês na UTI e o transplante de coração. Bela metáfora para o “roubo” de
cirurgias, colocando em perspectiva a vida de duas crianças, cujos pais foram
unidos pela dor.
O clima entre Karev e Jo (a princesinha) vai aumentando. A implicância
que ele tem com ela é sinal óbvio de que os dois terão algum envolvimento em
breve, mas, por enquanto, fica mesmo a relação profissional e a prova de que
Karev se transformou em excelente profissional e professor. A menina de 15 anos
que abandona o próprio filho doente no hospital, com a concordância da mãe
serve de pano de fundo para a história de vida triste de Jo, abandonada num
posto dos bombeiros ainda pequena.
O dia mais infeliz, no entanto, fica com Heather, a serviço
de medusa, digo, Meredith. Não sei que tipo de professora Meredith pretende ser
ao mandar a coitada ligar para as irmãs de Derek e conseguir a doação de nervos
para a cirurgia do marido. Não vejo muita glória ou uma boa lição em fazer uma
interna de empregadinha ou secretaria pessoal, mas tudo bem. Além do mais, Heather
fica presa em meio às discussões do casal e presencia o momento em que Lizzie
Sheperd faz sua primeira aparição.
Muito se falou na participação de Neve Campbell e cá está
ela, pronta para ajudar Derek a voltar à ativa. Se a visitinha de Lizzie for
como de outras irmãs, podemos esperar alguma confusão e burburinho, o que cabe
perfeitamente nesse momento em que Grey’s Anatomy aposta em tramas amenas para
agradar. E consegue.