A temporada de previews está aberta e
chegou a hora de falar de The Mindy Project, comédia da FOX para a Fall Season
2012, com estreia oficial no dia 25 de setembro. Criada e estrelada por Mindy
Kaling – conhecida por seu trabalho em The Office - a série foi bem recebida pela
crítica estrangeira, muito embora essa Series Premiere não traga nada de muito
diferente do que já foi mostrado nas diversas promos e trailers lançados pelo
canal. No final das contas, acompanhar a divulgação intensa das novas séries
pode ser um tiro no pé do público, porque todos os bons momentos são mostrados
antes e fica a impressão de que o episódio em si não foi lá muito bom.
No entanto, é preciso olhar as coisas
pelo todo e não apenas por partes. As piadas já conhecidas do material
promocional continuam sendo boas e a dinâmica do roteiro e dos personagens
funciona, o que leva a crer que The Mindy Project tem muito potencial para
crescer e se tornar uma das boas comédias do ano, embora eu acredite que o foco
nos problemas femininos gere a tendência de afastar os telespectadores
masculinos (pelo menos em parte). Para sorte de Mindy Kaling existem muito mais
mulheres do que homens nesse mundo e a receita que ela utiliza não é exatamente
nova e pode ajudar bastante a solidificar a audiência.
Não dá para negar que Mindy Lahiri (Mindy
Kaling) é uma versão de Bridget Jones. Pelo menos no que diz respeito à vida
pessoal, porque no emprego, ela vai bem e é uma médica bem sucedida. Mindy está
em busca de seu príncipe encantado e a receita do homem perfeito inclui muitas
características (incluindo a benga do Michael Fassbenga, digo, Fassbender) que
ela sofre para encontrar. Na verdade ela até pensa ter encontrado essa criatura
mítica em Tom (Bill Hader), um colega de trabalho com quem ela viveu um romance
surgido no elevador (referência à Grey’s Anatomy?), mas que acabou
abandonando-a para casar com uma mulher de dentição questionável.
É no casamento de Tom que Mindy perde
as estribeiras, faz um belo discurso sobre o caráter do noivo e decide ir à
luta, de verdade, sem ficar esperando que as coisas aconteçam ao acaso, como
nas diversas comédias românticas de Meg Ryan, em que tudo dá certo no final e
surge um casal apaixonado. Como Mindy, para completar, é meio doida e impulsiva
já dá para imaginar as possibilidades de ‘vergonha alheia’ surgindo no roteiro.
Como toda Bridget Jones merece dois
homens que briguem por ela, na série temos Jeremy Reeds (Ed Weeks) e Danny
Castellano (Chris Messina). Ambos são médicos e trabalham no mesmo hospital em
que Mindy, mas eles são bem diferentes. Jeremy faz o tipo sedutor canastrão,
com aquele toque de sotaque britânico que as moças adoram. Danny, por outro lado,
é sério, competitivo, sarcástico e leva uma relação passivo-agressiva com
Mindy. Os diálogos entre os três, no lounge dos médicos, têm boas chances de
serem interessantes.
Como a série se preocupa mais em
mostrar quem são esses personagens nesse começo e estabelecer a relação entre
eles, quem se interessou pela produção vai ter que apostar um pouco mais de
tempo assistindo aos novos episódios para descobrir se a coisa realmente vai
conseguir se desenvolver. Particularmente, acho que vale a tentativa e irei em
frente com The Mindy Project, apesar de muita gente já estar criticando a
qualidade da série porque “a protagonista é feia”. Devemos deixar preconceitos
idiotas de lado e confiar um pouco no que a comédia se propõe a fazer. A
personalidade de Mindy parece ser uma boa fonte de situações cômicas que jamais
poderiam ser exploradas em apenas vinte minutos.
O elenco conta ainda com Stephen Tobolowsky
(Marc), Anna Camp (Gwen), Zoe Jarman (Betsy), Amanda Setton (Shauna) e Ike Barinholtz (Morgan).
Além de criadora, Mindy Kaling acumula as funções de roteirista e produtora
executiva. Howard Klein (“The
Office,” “Parks and Recreation”) e Matt Warburton (THE SIMPSONS) são outros
produtores executivos. Charles McDougall (“The Office,” “Parks and Recreation”)
dirige o Piloto.