Afinal, quem é a mulher da relação?
Ufa. Eu sabia que iria melhorar. Modern Family deu uma
escorregada feia na semana passada, causou em mim um trauma profundo e um medo
terrível de que uma de minhas comédias favoritas estivesse indo pelo ralo, mas
eis que esse episódio conseguiu estabilizar a situação. Não foi uma semana
memorável ou digna de milhares de elogios, mas foi melhor. Mais digno mais bem
escrito.
Mesmo assim, é triste a constatação de que Modern Family não
é mais a série genial de antigamente. Tem bons momentos e um elenco pontual,
mas perdeu um pouco de sua graça nessa jornada de três anos quase completos.
Apesar de eu ter gostado da maciça maioria dos episódios até aqui, não dá para
tapar o sol com a peneira. Houve queda
na qualidade de Modern Family e eu jurava que algo assim jamais aconteceria.
Um exemplo clássico de material mal aproveitado é o que
fizeram com Luke. Ele é, sempre, um dos personagens mais divertidos, mas fiquei
tentando entender se a reação dele (ou falta de) pela morte de Walt deveria
inspirar alguma risada ou sei lá, um momento fofurinha, como o que conseguiram
fazer muito bem com Phil e Alex.
Nada. Minha resposta à história de Luke com a televisão e à
Claire, sorrindo ao dar notícias tristes foi nula. Não teve nenhuma graça e não
chegou nem a ser tragicômico. Era apenas uma sequência para preencher o tempo
dos atores? Foi o que pareceu. Nem mesmo a ironia em Claire achar a reação de
Luke estranha, quando ela e muito mais bizarra lidando com esses assuntos,
funcionou muito bem.
Por outro lado, gostei mais das tentativas de Phil em criar
memórias com Alex, até porque, teve pássaro ladrão e a loucura de tentar forçar
um parto. Porém, o melhor foi que Phil gravou o nome de Alex na lua, assim como
a história do astronauta e isso, mesmo não sendo absolutamente hilário, é um
desses pequenos momentos em todos nós soltamos um “uónnn”, porque Phil é um pai
muito babão e muito legal.
A festa na piscina, com Manny como fiscal, poderia ter sido mais
bem explorada, mas ainda assim, valeu. Conseguiu movimentar dois personagens
que são um pouco menos destacados, geralmente e me fez rir com Manny novamente.
“Not in my watch”. Manny é pior que um cão de guarda e Gloria sabe disso. A
bronca dada por ela, no final, foi tão confusa que tive de rir. Verdadeiro
paradoxo que caiu como uma luva para a situação.
Bacana mesmo foi a participação de Barry Corbin como Merle,
o pai de Cameron. A picuinha com Jay
realmente funcionou e, enquanto Cameron e Mitchell brigavam para ver quem tinha
o pai mais machão (porque tem diferença entre machão urbano e rural), Jay e
Merle tentavam fazer de seus respectivos genros as esposas da relação.
É engraçado pensar assim porque quando penso em Mitchell e
Cameron eu nunca sei dizer quem não é a mulher da relação. Acho que ambos têm
boas características femininas, ao mesmo tempo em que surpreendem quando
precisam agir como seus pais, ou seja, como machos alfa, seja para defender a
família de gangs de rua ou patos assassinos.