O gostinho do poder.
Completando 1ª metade da 1ª temporada de The Secret Circle, a opinião unânime é a de que a série precisa de alguma coisa a mais para se transformar num sucesso como The Vampire Diaries é, hoje em dia. Muita gente já desistiu da série, mas eu ainda acho que vale a pena acompanhar, na esperança de que as lacunas que existem sejam preenchidas e que assim, TSC possa ganhar o ritmo que todos estamos esperando.
Ritmo é a palavra chave. TSC ainda é uma série lenta, especialmente se comparada a TVD e o que nós mais gostamos em TVD é a velocidade em que as coisas acontecem, com tramas que se renovam sempre e claro, um arco central sólido, que se alimenta das histórias paralelas aparentemente menores.
Eu sinto muita falta disso em The Secret Circle, sem contar o fato de que precisamos de personagens em que acreditar. Eu olho para Cassie, Adam e Cia e não consigo torcer por eles como eu torço por Elena, Damon, Caroline ou Vampiranha. Isso leva a crer que a construção de personagens está pobre e que, sejamos honestos, falta uma boa dose de BITCHNESS nessa série.
A boa notícia é a de que esse episódio de retorno trouxe uma boa possibilidade. Cassie conhecendo (e gostando) do seu lado sombrio e poderoso me pareceu um caminho bacana. Dá para entender perfeitamente o desespero dela com seus talentos em magia negra, mas só porque ela ainda não sabe nada de magia alguma. O natural seria que seu interesse pelo assunto crescesse e que Cassie começasse a dominar a bruxaria. É aí que o caldo entorna de novo.
Essa jornada da protagonista é necessária, mas por algum motivo, os roteiristas de TSC insistem em fugir do tema. Não consigo entender porque, ao me colocar no lugar de Cassie, não imagino outra reação a não ser um estudo obcecado desse novo universo tão ameaçador, afinal, nesse caso, o conhecimento é uma arma poderosa, que pode decidir sua vida e sua morte.
Cassie não. Ela arregala os olhos e pede para Adam Lambruxo ver o que é essa tal magia negra no Google. Ele acessa a Wikipédia e pronto. PHD’s em magia negra. O problema não é só com Cassie, mas com todos no círculo. Sabem só o que tem naqueles livros da família e não se preocupam em ir além. Quando eu falo, brincando, de Hogwarts, na verdade não é muito brincadeira. Cadê a educação de qualidade das bruxinhas? Cadê o Kit-MEC da magia?
À parte de toda essa falta de lógica na condução da trama, confesso que sou a favor de Cassie virar essa bruxa quenga malvada, que esgana os indesejados com a força do pensamento. Cena ótima em que Adam Lambruxo descobre o preço alto de ser uma bruxa fofoqueira. Mais ainda, adorei Cassie dentro do caixão, explodindo tudo e mostrando que vaso ruim não quebra, depois de ser extremamente burra e ingênua ao se enfiar no meio do mato com uma bruxavó que parece ser tão jovem, que não poderia mesmo ser boa pessoa.
Broxa, coitada, continua fazendo cara de mamão ao perceber que Lambruxo agora tem a audácia de usar velhos truques sexuais do casal para dar em cima de Cassie. Tudo isso melhora mais quando pensamos que ele está ali, no quarto da Broxa, pisando no coração da menina, sem dó. Mal sabe ele que Cassie só faz feitiços pedindo o retorno de Jake.
O ponto alto veio, é claro, de Faye. Achei tendência trocar magia por favores sexuais. Cena mais cretina do episódio é a dela, quebrando tudo porque não conseguiu liberar seu poder, para, em seguida, “encontrar algo que seja vantajoso para ambos”, sensualizando muito com o garoto vodu.
Mesmo aparecendo pouco, Melissa mostrou que não vai mais ser capacho de Faye, o que é bom e traz mais possibilidades do que a situação anterior, com ela em depressão e sem demonstrar qualquer traço de personalidade.
A situação com os adultos também me parece promissora. Dawn tem assumido, até aqui, o papel de grande vilã da série, mas Charles me parece perigoso. Sei que parece que ele é mais equilibrado e que tenta evitar mortes desnecessárias, mas ele é tão inconstante que é dele que espero uma virada megaevil.
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