A nova série que eu não queria ver, mas sei que não conseguirei mais parar.
Estou num daqueles momentos críticos da vida em que o ser humano percebe que assiste todas as séries produzidas por uma emissora, menos uma. A ABC Family está acabando com a minha vida (trilha sonora de DENÚNCIA) e, pela pobreza do material promocional, eu jurei que não ficaria com Jane by Design na minha watchlist, mas não vou nem lutar contra esse desejo: já vou assumir que incorporei mais essa e seguir de cabeça erguida, com mais uma série que pode ser descrita como crocante e muito divertida.
Jane by Design é isso. Uma produção típica da ABC Family, com elenco jovem e trama bonitinha, feita especialmente para entreter e ser um ótimo passatempo para o público adolescente. Vale ressaltar, porém, que esse lançamento tem ainda dois trunfos: o primeiro é excelente trilha sonora, elemento que nem sempre chama minha atenção, mas que me pegou de jeito, do começo ao fim desse Piloto. O segundo é o figurino. A série explora esse mundinho fashion de um jeito muito legal. Sem aqueles exageros e bizarrices e no final das contas, reparando bem nas roupas, acessórios e cortes de cabelo dos personagens, dá para arrebanhar boas dicas de moda. Eu, pelo menos, fiquei bem atenta ao guarda roupa exibido nesse primeiro episódio e encontrei muita coisa interessante.
É claro que, se você não viu o episódio ainda deve estar aí pensando que, pelo nome, esse deve ser algum reality show de passarela ou de novos estilistas, mas a coisa é bem diferente. A série conta a história de Jane Quimby (Erica Dasher), uma estudante super ligada em moda, que sonha em seguir carreira no setor e que, ao se candidatar a um estágio numa espécie de estúdio/confecção, acaba ganhando uma vaga como assistente por causa de uma pequena troca de identidade, proporcionada pelo acaso.
A nova chefe de Jane é a poderosa Gray Chandler (Andie MacDowell), que só conversa com sua funcionária por vídeo chat e – vamos logo acabar com a dúvida - é a mãe de Jane. Eu sei que isso nem é mencionado na Premiere, mas gente. Só duas palavras sobre o tema: absolutamente óbvio. Jane foi largada pela mãe e, por acaso, essa mãe era metida a fashionista. Está tudo aí e só não enxerga quem não quiser. Resta saber se Gray sabe que contratou a própria filha e quanto tempo essa “revelação” ficará em suspenso.
Nessa empreitada profissional, é claro que Jane terá de lidar com muitos e figuras estranhas, como India (India de Beaufort), uma personagem completamente nojenta que adotou o nome de sua intérprete só pelo shock value que isso representa. Isso sem falar em Jeremy (Rowly Dennis) o estilista metido a comedor que solta as melhores cantadas (só que ao contrário) do mundo, porque seu sotaque britânico lhe permite dizer qualquer bobagem com garantia de resultados.
Muito, além disso, Jane também precisa cuidar de sua vidinha escolar e é ali que ela vive o inferno e sofre bullying só pela ousadia de aparecer para as aulas toda trabalhada numa jaqueta clássica das Paquitas (XOU DA XUXA FEELINGS). O que não dá para entender é porque Jane cai de amores por Nick (Matthew Atkinson) o atleta babaca que só olha presta atenção nela quando Jane aparece dirigindo um luxuoso carro esportivo.
Particularmente, sou muito mais a escolha da megera Lulu (Meagan Tandy), que vive um romance secreto com o melhor amigo de Jane, Billy (Nick Roux), um cara cheio de estilo e de carisma, colocado na maldição da “friendzone” de forma completamente injusta e cruel. Isso, sem esquecer do irmão desempregado de Jane, Ben (David Rogers), que tem muito potencial de vergonha alheia e faz um belíssimo discurso sobre pizza vegetariana.
A julgar apenas por esse Piloto, acredito que Jane by Design será uma dessas séries gostosas de assistir e cheia de altas confusões com essa galerinha do barulho. Para quem curte o estilo, não tem como errar. A série foi criada por April Blair, que divide com Aaron Serna e John Norris o roteiro dos 10 primeiros episódios encomendados até agora.
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