Dexter 6x11: Talk to the Hand

Fala com a minha mão. Nome perfeito para um episódio ruim.

Toda série tem seus altos e baixos e Dexter, infelizmente, está em seu pior momento. Não pretendo repetir minhas reclamações sobre episódio passados (eles foram ridículos mesmo), porque preciso de foco nas barbaridades dessa semana. Decepção define.

O engraçado é notar que eu ainda tenho expectativas em relação à temporada. Se eu não tivesse não ficaria decepcionada ao notar que os roteiristas da série não apenas nos apresentam um trabalho porco, recheado com plots obviamente desesperados, mas também que esses caras estão rindo da cara do público. Rindo muito.

Só isso justifica a sequência do Absinto e o súbito interesse romântico de Deb em Dexter. Desculpem, mas não consigo achar nada disso bom. Imagino a reunião dos produtores, desesperados porque têm mais DOIS ANOS para escrever, pensando assim: “ferrou, o que a gente vai inventar agora”?

A solução, um outro grita, é transformar a relação fraternal de Dexter e Deb em algo sexual, porque convenhamos, todos nós estamos assistindo Dexter há seis anos esperando por esse casal. É nosso conto de fadas transformado em realidade, só que ao contrário.

Além disso, outro gênio criativo dá a ideia: “e se a gente criasse tensão e na hora h, nada acontecesse? Os fãs iriam adorar, não é mesmo”? Agora que essa reunião imaginária (mas provavelmente real) se foi, posso responder aos roteiristas: Não. Ninguém com dois neurônios ativos gostou daquilo.

Minha reação ao momento de salvador da pátria de Dexter foi a expressão “é sério, isso?”. Era sério. Dexter viu a mulher de relance, procurou uma foto do marido dela na internet, percebeu toda a armação e conseguiu agir a tempo de salvar Deb e jogar a suicida dentro de uma sala que esperava impávida, de portas abertas, vazia, bem ali na frente.

Desculpem, mas isso vai além da sorte, do destino e da vontade divina, que é o grande assunto da temporada. É patético. Improvável. Ou melhor, impossível. Digo o mesmo sobre Batista pedindo uns segundinhos a mais para rezar. Quinn, outro super herói, arrebenta a porta e vai salvar sua donzela do fogo da danação eterna bem em tempo. Dá vontade de soltar um “bitch, please”, porque nada mais descreve aquele momento.

Completando essa saga cheia de momentos que requerem super poderes, temos ainda o momento em que Dexter, atontalhado pelo Absinto, se permite capturar e escapa, sabe-se lá como, de explodir na fogueira aquática de Travis. Não dá para entender como foi que ele acordou bem na hora e teve movimento de ninja para sair das cordas, mergulhar, sair ileso da explosão e nadar feliz até o próximo episódio.

Só uma coisa explica tudo isso. Dexter é filho do incomparável Chuck Norris. Sendo assim, o anestésico teve medo e fugiu, junto com as cordas que o amarravam. Minha torcida por Travis aumenta a cada minuto, mas eu não tenho mais qualquer esperança de que a temporada tenha algum valor. Para o bem da minha sanidade mental, apenas um episódio me separa das minhas férias de Dexter.

Para se ter noção, o único plot que fez sentido foi o de LaGuerta. Isso me assusta muito. Não aguento pensar que justo ela é a personagem mais consistente dessa série. Sobre as verdadeiras intenções de Louies, desconfio que elas não se tornarão claras na Season Finale. Foi tudo desenvolvido de forma rasa e desconfio que aquele embrulho dele com a prótese de braço usada pelo ITK ficará para ser resolvido na próxima temporada. Isso é claro, para os corajosos guerreiros que terão a audácia de seguir com a série.

P.S*Dexter cada vez mais gênio, manda vídeo provocando o DDK porque afinal, nada jamais acontece com ele. Porque se preocupar?