Consagrada pelo Emmy, Modern Family não decepciona e faz excelente Premiere em dose dupla.
Depois de ficar um pouco decepcionada com a 2ª temporada de Modern Family eu confesso que minha empolgação com a série – que era imensa durante o primeiro ano - diminuiu ao ponto de eu sequer ficar empolgada com esse retorno. Mesmo assim, fiquei feliz com os prêmios de Ty Burrel e Julie Bowen. A julgar pelo desempenho dos dois nesses episódios que abriram tão bem o 3º ano da série, digo que foram mais do que merecidos.
Começamos com ‘Dude Ranch’, mais uma deliciosa viagem de toda a família que interagiu muito bem, repetindo o sucesso que foi a estadia no Hawaii. Episódio extremamente bem balanceado, que deu voz a todos os personagens, mostrando que há poucos elencos em comédia com pessoas tão talentosas.
Até mesmo a pequena (nova) Lily teve sua chance e apesar de eu ter visto muita gente criticando a menininha, afirmo que a decisão dos produtores de levar o personagem para outro nível foi acertada. Aubrey Anderson-Emmos é uma graça. Fala bem e não é forçada. Com Lily mais crescida as possibilidades de interação e de novas situações potencialmente engraçadas aumentam muito. Ela se saiu muito bem na cena com Alex, fazendo exatamente o que uma criança daquela idade faria. “Você beijou um menino!”. Só faltou ela entregar o “crime” da prima para o resto da família.
O único problema nesse crescimento súbito de Lily é que os roteiristas esqueceram a passagem do tempo para as outras crianças/ adolescentes, mais especificamente, Haley. Se o tempo passado foi de aproximadamente um ano e meio (Lily não tinha dois anos na temporada anterior), Haley, que já estava terminando o High School, deveria estar de partida para a faculdade, ou melhor, ela já deveria ter ido. Afirmam, no episódio seguinte, que ainda falta um ano. Tudo bem. Vamos fazer de conta. Para Luke, Alex e Manny não faz muita diferença.
Gostei de ver toda a potência vocal de Sofia Vergara explorada. Adoro quando colocam Gloria aos berros, simplesmente porque ela encarna o papel com muita cretinice, realmente ensurdecendo a todos. Bossy “bolinando” Dillan foi algo que temos que guardar na memória, assim como Bufallo Phil cavalgando com Jay.
Cameron foi o rei da fantasia de caubói e Mitchell provou toda sua macheza explodindo casas de passarinho VAZIAS. Fiquei triste com a perspectiva de perdermos Dillan para sempre e por um minuto, desejei que se casasse com Haley e fosse morar na casa da sogra. Phil gostaria muito disso, a julgar pela cara de choro que fez na despedida.
Foi tudo muito bom, mas eu ri mesmo com o episódio seguinte ‘When Good Kids Go Bad’. Mais uma vez, destaque total para Lily (a matadora de bebês) e para os surtos de Cameron, crente de que estragou a menina, e Mitchell, percebendo que sua falta de vontade de dividir o doce com o coleguinha pode ser um problema terrível.
O mais legal é que as histórias todas se juntaram no final, naquele clima familiar, mostrando que aquela história de frutos que não caem longe da árvore é mesmo verdade. Claire, por exemplo, teve a quem puxar. Sua obsessão em estar sempre certa veio de Jay e os dois arrasaram em cena.
Morri de rir com cada momento de acusação da família Dunphy, deixando Claire ainda mais pirada para provar seu ponto de vista. Jay adorou a linha “interrogatório no FBI”, deixando Manny encurralado.
Alex e Haley sempre tentando dar um balão em Luke, nem imaginam que ele é quem está no comando das situações. Gloria nos deu outra amostra de como as coisas são resolvidas na pacífica Colômbia e Modern Family, me provou, mais uma vez, como é se faz comédia de qualidade na TV aberta americana.