Elas não são santas.
Estou tentando encontrar palavras para descrever a experiência de assistir à Series Premiere de Charlie’s Angels, aposta da ABC para essa Fall Season, pegando carona na onda de remakes.
Para quem não sabe, Charlie’s Angels não são apenas aqueles filmes com Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu. A sequência do cinema nasceu do sucesso da série de TV, exibida de 1976 a 1981, estrelada por Farrah Fawcett (que só fez uma temporada, mas ainda é a Pantera mais famosa), Jaclyn Smith e Kate Jackson, entre outras. Aliás, falando no título que a série ganhou no Brasil, ainda estou tentando entender de onde saiu essa idéia de mudar anjos para panteras, mas enfim, essa é uma discussão que fica para outra hora.
Minha luta em achar palavras para falar desse lançamento só tem um motivo: eu não gostei nada desse Piloto. A série mais esperada pelo público americano é só decepção, num amontoado de atuações ruins com muita ação chinfrim. Para se ter ideia, estou certa de que uma das cenas iniciais, em que uma das angélicas interroga um homem na praia utilizando tiros para convencê-lo a colaborar, foi feita com arminha de espoleta. Nunca vi tiros mais falsos.
Cheguei a ter esperanças de que nos entregassem um remake ao estilo de Hawaii Five-0, que faz episódios eletrizantes, com casos bacanas e ação de qualidade. Charlie’s Angels não consegue nada disso. É complemente desinteressante e nada te prende ao que está acontecendo.
O primeiro caso das Angélicas (nome muito mais plausível que Panteras) estava ligado ao tráfico de mulheres. Foi bobo e não chamou minha atenção, servindo apenas como pano de fundo para a apresentação do personagem de Minka Kelly.
A história continua a mesma. Mulheres com passado criminoso que agora tentam se redimir, agindo com anjos da guarda. Entre as muitas pérolas do roteiro destaco que a agência Townsend não é sobre vingança. Parecido com o que falaram de Revenge, outra série da ABC que não é sobre perdão.
O trio das Angélicas conta com Abby (Rachael Taylor), patricinha que virou ladra de joalherias para comprar o Prada de cada dia, Kate (Annie Ilonzeh), ex-policial corrupta que perdeu emprego e o noivo quando foi descoberta recebendo propina e Eve, (Minka Kelly), órfã e ladra de carros que viveu a infância tendo de se virar na rua.
Vale dizer que Eve só entra na equipe depois da morte de Gloria, uma Angélica misteriosamente assassinada, que era sua amiguinha de orfanato. Não por acaso, o primeiro crime é justamente relacionado às orfãzinhas, que escaparam de ser escravas sexuais, mas irritaram seu algoz a um nível tamanho, que o homem as persegue anos e anos depois, só por ter sido atingido por um anjinho de madeira (sintam a metáfora!).
Lógico que não posso esquecer da nova versão de Bosley (Ramon Rodriguez), Um hacker de computador que aproveita os casinhos em que trabalha para tirar uma casquinha da mulherada.
A série é escrita e produzida por Alfred Gough & Miles Millar (Smallville), com produção executiva de Drew Barrymore (Charlie’s Angels movies, 50 First Dates), Leonard Goldberg (the original Charlie’s Angels) e Nancy Juvonen (Charlie’s Angels movies, How to be Single). A direção fica com Marcos Siega (Vampire Diaries, Dexter).
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