Semana de testes.
Com apenas um episódio pra o fim de My Mad Fat Diary, a série se dedica a mostra que a vida de Rae está prestes a mudar e que cada acontecimento, bom ou ruim, é um teste para ela. Os A-Levels, afinal, são só um detalhe, também importante. Sem isso, Rae perde sua chance de ir para a faculdade que insiste em recusar, pela incapacidade momentânea de olhar sua vida em perspectiva.
De forma bastante sutil, esse episódio cheio de cenas angustiantes, colocando Rae em situações desafiadoras. É hora de ter coragem, de superar, de ir em frente, de pensar no futuro. É hora de aprender a lidar com as dificuldades sem machucar a si mesma fisicamente, como punição pela culpa que sente o tempo todo. É hora de tirar dos ombros o peso do mundo.
Rae não é a culpada por todos os problemas que existem, mas para ela é como se assim fosse. Ela ainda se enxerga de forma negativa e sofre quando vê suas tentativas, em qualquer área, se frustarem. Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, não é de se estranhar. A pressão para escolher o próximo passo rumo ao futuro aumenta, criando o caos, quando juntamos à equação o acidente e a hospitalização de Chloe.
Confesso que questionei bastante a posição dos pais dela no tratamento com Rae, mas o medo de perder a filha explica a reação de afastá-la do que consideram como fator de risco. O problema é que Chloe estava dirigindo completamente sóbria e foi pega numa hora de distração. Rae, de qualquer modo, pode usar a palavra acidente à vontade e com propriedade, embora falar seja mais fácil do que fazer. Impossível evitar esse sentimento. Quem não pensaria da mesma forma?
Felizmente, Kester ainda está presente para dizer que ninguém jamais impediu Rae de seguir com ideia. Não seriam os pais de Chloe os primeiros, então. E a conversa das amigas é simples e cheia de entendimento. Chloe mudou desde a primeira temporada e tem se mostrado uma pessoa que se importa de verdade.
Rae também é assim. Tanto que tem a brilhante ideia de fazer o teste no lugar da outra, como se isso pudesse passar despercebido. Mais uma vez, Linda surge defensora, num momento crucial, tanto na escola como após seu "feliz" aniversário.
O melhor de MMFD é que os personagens passam por dramas bem reais e a pequena intromissão do pai de Rae é u exemplo perfeito disso. Se alguém que você conhece te contasse essa história seria absolutamente crível é nisso, em grande parte, que mora o valor dessa série.
À parte disso tudo, ainda temos as questões amorosas em conflito. Rae ama Finn, mas não é capaz de compartilhar com ele seus piores medos. Como ela ainda enxerga essa relação como algo meio absurdo, existe a reserva. Se Finn souber quem é Rachel em seu pior, ele vai desistir. Podem ter certeza de que é assim que ela pensa. A maior prova disso é o jeito como ela decide ser "roommate with benefits". De forma atropelada, sem pensar e simplesmente para não perdê-lo. Ela fala tão rápido que ele mal pode rebater, embora a proposta tenha partido de Finn.
Então, o sonho acaba quando Rae avista Katie ali. Não sabemos o que isso significa e, convenhamos, Rae também não. Pode ser tudo. Pode ser nada. Mesmo assim, incomoda ( à nós e à Rae). Incomoda pela reação de Finn em tentar evitar que Rachel entrasse e a visse ali, mas ainda prefiro esperar antes de julgar. Essa estranha aproximação constante de Katie deve ter um motivo para existir.
Enquanto nada se esclarece, ficamos com a estarrecedora e dolorosa imagem de Rae destruindo suas mãos e ruindo psicologicamente. Foi difícil não desviar os olhos, mesmo sabendo que aquilo era ficcional. Já sabemos que Rae não é de cristal, mas é sempre bom ter cuidado para ela permaneça inteira. A vida, afinal, é um looping eterno de A-Levels.