domingo, 3 de maio de 2015

Grey's Anatomy 11x22: She's Leaving Home


Sobre perder e recomeçar.

Depois de um episódio cheio de fortes emoções e muito drama, eis que Grey's Anatomy resolve que é hora de ganharmos outro episódio, dessa vez duplo, com mais dramas, mais emoções, mais tudo. Pois é. Um episódio bom, de modo geral, que faz chorar e faz sorrir, de certa forma, mas que peca pelo excesso de tempo de duração. Numa análise bem fria, a verdade é que o que vimos caberia num episódio normal. Tirando flashbacks (que aliás, já havíamos visto em How To Save a Life) e algumas tramas que soam como a mais pura "encheção de linguiça", teríamos tido mais uma semana absolutamente certeira, como tem sido praxe na temporada. 

A passagem temporal foi uma boa escolha. Pelo menos resolveram colocar todas as agruras dos personagens de uma vez, evitando que tenhamos de lidar com isso em longas e chatíssimas doses homeopáticas, que foi o que aconteceu na época da queda do avião. Aqui, vimos a passagem de cerca de nove meses, analisando, é claro, pelo fato de Meredith partir e retornar com a pequena Ellis nos braços. Estava com essa dúvida antes, quero dizer, se a questão do bebê, um assunto que teve destaque nos diálogos de Meredith e Derek nos últimos episódios, seria concretizada. Aí está. Como se o bebê representasse o recomeço da vida, um marco zero para a Meredith, que agora encara a vida ao lado dos três filhos e contando com a companhia de Karev e Maggie, principalmente.

Vale dizer que sinto cheiro de romance para Meredith e Karev. Pode ser um tiro no escuro, mas não posso evitar o pensamento. Não deve ser nada para agora, mas sou capaz de apostar nisso para o próximo ano. Resolveria algumas questões importantes, porque isso faz parte da jornada de Meredith rumo a uma vida normal e também para Karev, jogado às moscas há séculos, Surpreende que ele mesmo não tenha pedido para sair da série.

Outra escolha inteligente do episódio foi diversificar os focos. Todo mundo no balaio, lidando com a perda de Derek e todas as consequências que isso envolve. Honestamente, houve alguns momentos mal trabalhados e dispensáveis, como a discussão eterna entra Bailey e Ben. A conversa entre eles é algo natural e que faz parte da vida de todos nós. Dificilmente alguém nunca passou instruções sobre o que fazer "em caso de" aos parentes. Devo ter feito isso pela primeira vez entre a infância e a adolescência, então o debate dos dois foi meio sem impacto para mim, mas entendo se outras pessoas acharam importante. Creio que o modo de lidar com a morte influencie bastante aqui.

Arizona não teve muito destaque, a não ser pela cena da cafeteria, mas Callie, acabou emocionando de um modo simples, ao lembrar do talento de Derek após o sucesso com seu paciente/encontro, que só foi possível por causa das pesquisas e do trabalho do colega. Mais do que uma citação, essa pequena trama era sobre o impacto que deixamos quando não estamos mais por perto. Derek deixa uma herança intelectual grandiosa, mas deixa também a marca emocional. Um bom paralelo disso veio com as comparações entre Meredith e a mãe, expondo o modo repetido das duas em lidar com os problemas. Isso tudo era muito sobre relações humanas, comportamento e, obviamente, amor. Tanto que depois de uma longa saga de sofrimentos, Meredith nomeia a filha em homenagem à mãe. Ellis foi uma carrasca, uma mulher fria e cruel, mas essa rudeza preparou Meredith para lidar com o pior e, agora, ela pode continuar vivendo, mesmo depois de perder seu grande amor.

Amelia, por sua vez, está aprendendo a  não fugir e parece que Owen vai ajudá-la no processo, depois de ele também ter escapado por um tempo. A atriz estava excelente e teve diálogos fortíssimos, difíceis de carregar, mas o fez com precisão. As piadas, a explosão com Richard, o desabafo com Owen. Tudo perfeito e emocionante. Quem também escolhe fugir é April, mas no caso dela não vi tanto impacto, talvez pelo timing e porque não estamos mais pensando no bebê que ela perdeu, já que a tragédia de Derek é bem mais chamativa.

Cada um desses casos é finalizado com a bela e dolorosa metáfora das queimaduras. Quando as camadas precisam ser retiradas uma a uma, num processo cruel e do qual não há como escapar, para que, depois de um longo tempo, a pele ressurja renovada. Aqui, só fiquei meio incomodada com uma das pacientes morrendo sem ninguém notar. Acho complicado isso acontecer num hospital, afinal de contas.

Para dar uma aliviada no episódio, eis que somos brindados com o pedido de casamento de Catherine e Richard. Nunca gostei muito dessa mulher, mas achei a cena bem bacana e bonitinha. Acho que depois de tantas lágrimas, um pouco de felicidade é um direito adquirido.

P.S* Quantos de vocês ficaram realmente incomodados com a falta da presença de Cristina, Addison e da família de Derek em geral?


Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Pedro Neves disse...

Acho que Cristina, Addison e Companhia bela estavam no velório, só não apareceram de rosto. Sou inclusive da corrente que defende que a morena que aparece de costas perto da Meredith é a Cristina.

Regina Phalange disse...

^this. O enterro foi rápido justamente pra não ter que mostrar a mãe e as outras irmãs de Derek além de Addison e Cristina que muita gente aponta que esteve.

João Paulo disse...

Fiquei muito incomodado de terem ignorado praticamente todo mundo no enterro, tudo bem a Cristina não precisava aparecer, mas a família do Derek, seria uma chance da gente ver todas as irmãs e a mãe dele num episódio só. A Addison tb seria legal, mas a personagem já perdeu muito do impacto que tinha na terceira temporada.


Eu vou confessar que achei o episódio fraco, deram uma balança no elenco todo por causa da morte, mas não funcionou muito bem, com a exceção da Amelia e Meredith. Caramba gostei do pedido entre da Catherine para o Richard, já tinha passado da hora.


A melhor parte prá mim do episódio foram os últimos minutos, acredito que agora a Meredith deve virar uma grande cirurgiã, ela vai ser maior do que a mãe dela com certeza.


Meredith e Karev? Não de jeito nenhum, prefiro Karev e Jo mesmo que tá bom, só precisam dar uma história melhor prá ele.