O Alzheimer ataca novamente.
Se em House o lúpus rondava os
episódios, eis que a doença “favorita” dos roteiristas de Grey’s Anatomy é o
Mal de Azheimer. Tema recorrente na série, parece assombrar as vidas de Richard
e Meredith que, afinal, agora terão de se preocupar com Maggie, quepuxou a
querida mamãe Ellis justamente no que é mais triste: a predisposição genética
para ter a doença. Esse constante debate que a série levanta é bastante válido
e só quem já conviveu com uma pessoa atingida pelo Alzheimer sabe o que é ver
esse processo degradante e desumano de perto. Acreditem, Grey’s mostra apenas o
que há de mais leve no assunto, mas ainda assim, cumpre um importante
papel ao fazê-lo.
Nesse episódio que, mais uma vez,
vem interessante apesar do roteiro bastante simples, a resproximação de Richard e Maggie é
tocante. Estava esperando por esse momento e acho que o timing dos
acontecimento segue muito bom. Cada personagem tem seu destaque merecido e seu
tempo. Convenhamos: na vida real os problemas não se resolvem num estalo e o
fato de Maggie ter ficado no hospital já era um sinal importante de que ela
quer conhecer o pai e a irmã, mas sem apressar as coisas.
Com Meredith tudo foi mais fácil,
afinal, elas estão na mesma posição. Com Richard, a mágoa é mais profunda,
porque ela era um bebê e ele um adulto. Um adulto que não sabia de nada e foi
blindado por Ellis, é verdade, mas ainda assim, responsável, de alguma forma.
Enquanto Richard e Maggie
desenham essa aproximação, Meredith pode estar vivendo um momento crítico.O
questionamento dela é o mesmo que eu faço: será que Derek não está caindo em um
velho padrão ao se afastar numa época ruim em seu casamento, procurando vida
nova e quem sabe um relacionamento mais fácil de lidar? Acho possível, sim. Possível e interessante para a trama. Talvez
esse ciclo na vida de MerDer tenha acabado e seja hora de outras coisas
acontecerem. Movimentaria a série e não fez mal a nenhum outro casal até agora.
Temos Owen e Amelia em plena fase
de pegação (ou tentativa de) e Callie saindo com uma ex-maluca de Arizona. Tudo
isso é bom para a série e nos mantém entretidos, então, porque não apostar no
mesmo para Meredith? Grey’s aborda tantos aspectos da vida real que o fim de um
casamento não seria absurdo, mesmo que seja o dos grandes protagonistas.
Ainda no setor de
relacionamentos, Avery se mostra um cara sensível e preocupado com a esposa.
Sim, ela estava dando sinais claros de que estava querendo se reaproximar dele
e voltar à vida normal, por assim dizer, mas achei importante que ele não pense
apenas em si mesmo, mas também no bem estar dela, afinal Kepner já se mostrou
frágil em muitas outras ocasiões.
Essa mesma sensibilidade viria
bem a calhar para Karev, que não percebe que Wilson não está apenas
sensibilizada pela perda de um paciente. O que Bailey diz é importante. Não
deve ser fácil conviver com mortes trágicas no dia a dia, mas Wilson é também
uma órfã e, como tal, ela sente ao ver uma criança perdendo a mãe.
Aliás, falando desse grande caso
da semana, confesso insatisfação. Achei cômodo demais para o paciente que tinha
Alzheimer-que-não-era-Alzheimer decidir esquecer e pronto. Pobre da esposa que
vai ter que segurar essa onda sozinha. Conviver com os erros cometidos é difícil
mesmo, mas fazer de conta que nada aconteceu ou esquecer propositalmente como foi
esse caso é apenas uma fuga, uma saída fácil e que coloca o peso de tudo nas
costas de outras pessoas. Sei que o intuito dessa situação é gerar debate, por isso,
fica minha opinião. Aquela decisão foi do mais puro egoísmo e não tem poeminha
recitado à exaustão que mude os fatos.