Oitenta e nove.
Depois de grandes dramas e episódios cheios de expectativa,
eis que Grey’s Anatomy insinua que vai pisar no freio, mas nos coloca no meio
de um terremoto, seja ele sísmico ou apenas metafórico, para fazer a fila de
muita gente andar e trazer novas perspectivas e pontos de vista.
Mais uma vez fomos presenteados com um episódio interessante
e que contrabalança bem os destaques para os personagens. Saem um pouco Arizona
e Nicole e ganhamos mais de Meredith e Maggie. Amelia vem numa constante de
aparições e é, sem dúvida, uma das maiores apostas dos
produtores para cativar
o público.
Como sou fã confessa de Owen (sim, mesmo naqueles momentos
mais sacais), não tenho como não curtir esse envolvimento dele com Amelia. Os
dois tem um quê de carência transparecendo e parecem compartilhar valores e
alguns projetos de vida. Cada um a sua maneira, eles nutrem o desejo e a
necessidade de criarem uma família e é exatamente isso que vai uni-los de vez.
Isso e a pegação na sala de descanso, porque afinal, faz parte!
Uma das partes mais bacanas desse episódio foi com essa
dupla, ao telefone, tentando salvar a vida da mãe daquela garotinha. Um desafio
gigantesco para a pequena Ruby e um ainda maior para Owen, Amelia e Richard que
fizeram o papel de professores à distância, ensinando, passando confiança,
sendo amorosos e compreensivos. Só fiquei um pouco preocupada com o fato de
Amelia somente alertar a todos sobre a possível paralisia da mãe de Ruby após a
manobra Heimlich, que por si só já a teria deixado paralítica se houvessem
danos motores. Pequeno errinho de continuidade na cena, que a gente comenta,
mas deixa passar, porque é apenas um detalhe bobo no meio de uma sequência muito
bem feita.
Outro caso que chama a atenção é o da “família” em crise
após o acidente de Sky. Honestamente? O pobre casal nunca poderá ficar junto e
progredir enquanto derem corda para aquela adolescente babaca e mal humorada.
Com todos no meio de um drama ela ainda teve tempo de fazer draminha por causa
de recheio de sanduíche.
Gostei muito do potencial par para Maggie. Rapaz sorridente
e bonitão, para tirá-la dessa onda de “sou estranha e prefiro criar teias de
aranha”. Rima. E rima muito mal. Callie, por sua vez, vai superando a separação
aos poucos e sem partir para o ataque totalmente. Acho que está chegando a vez
dela de encontrar alguém novo.
Avery e Kepner também voltam à trama devagar e
delicadamente, o que é ótimo. Ele teve um papel fundamental para que Ben entendesse
mais a situação da irmã, o que também é mérito de Bailey, que não desiste de
mostrar a ele a importância da aceitação.
Quem está numa maré bem mais do mesmo é Karev, que fala,
fala e fala, mas não tem nenhuma ação real como personagem. A vida dele
simplesmente parou de acontecer, dentro e fora do hospital e está na hora de
mudar. Fica a dica para os roteiristas.
Já Meredith, vive um momento sublime na carreira e um
momento de compreensão de si mesma. É lindo ver que ela está plena e feliz, até
que, é claro, a terra treme e seu casamento aparentemente seguro (mesmo à
distância) pode estar bastante abalado. Será que ele trairia Meredith mesmo
tendo sofrido o que sofreu com Addison no passado? Será que ele arriscaria a
família e a mulher por quem tanto lutou a troco de sabe-se lá o quê? Perguntas
que a série deixa no ar para que voltemos na semana que vem, com vontade de
saber onde MerDer vai parar.