domingo, 8 de março de 2015

Glee 06x10: The Rise and Fall of Sue Sylvester



Ascensão e queda de Glee.


Quando Glee estreou me tornei uma fã instantânea da série. Defendi a produção inúmeras vezes, entrei em longos e calorosos debates com haters do tipo não-vi-e-não-gostei e exaltei as qualidades da trama, da trilha e dos personagens semanalmente desde então. Mas também  fui honesta quando achei algo medíocre, não gostei de alguma coisa e quando percebi erros graves. Essa semana, estamos mais perto do segundo comportamento. Uma semana infeliz para a série e para os fãs, que tiveram de aturar longos 40 minutos de uma história já repetida à exaustão.

O pior? Glee não apenas sabe disso, mas passa o tempo todo fazendo que sim, está repetindo tudo de novo, só porque, convenhamos, não há mais o que fazer, na pobre e limitada concepção dos roteiristas e produtores. É uma pena. Uma falta de respeito com todos nós, que estamos há seis anos nesse barco. A série está em sua reta final, temos apenas mais três episódios e é assim que teremos de nos lembrar da última temporada? Com uma coleção de episódios que variam entre fracos e péssimos? Se essa é a intenção, parabéns. O objetivo se cumpre com facilidade.

Dói bastante constatar tudo isso, apesar da experiência que eu tenho (e sei que a maioria de vocês também tem) de acompanhar a queda absurda de qualidade em todas as produções que levam a assinatura de Ryan Murphy e sua equipe. Como eu costumo dizer, o homem sabe como começar, te prender e te conquistar, mas ele invariavelmente destrói o que construiu nas temporadas que encerram cada trabalho. Sempre tive a impressão de que Ryan Murphy é como uma criança que vibra com um brinquedo novo, mas que enjoa do mesmo rapidinho e larga tudo bagunçado para brincar com algo que acabou de ganhar ou no caso, criar.

No caso, Glee é brinquedo velho para ele e, por isso, somos condenados a assistir mais um episódio centrado em Sue Sylvester em que nada faz sentido, sem mesmo considerando o estilo esquizofrênico da série. O episódio é um amontoado de tramas abiloladas que não são engraçadas e tampouco emocionam. Um amontoado de velharias repetidas entrecortadas por músicas sem muito brilho e que resultam em um dos piores episódios da série.

Honestamente, não sei qual era a necessidade de voltar a bater na tecla Sue. Oh, ela mente. Oh, ela é má. Oh, não, ela é boa quando quer. Oh, ela vai destruir o New Directions. Oh, meu saco cheio! Já vimos isso mil vezes. E já vimos isso mil vezes nessa temporada. É tudo mais do mesmo, mas e daí? 
Tá acabando mesmo né, roteiristas? Isso não parece fim de série, parece fim de feira. Ficamos com o refugo. Com os repolhos batidos e os tomates amassados.

Além de toda a ladainha de Sue, ainda inventaram um incêndio na Dalton Academy e uma forçada união dos Warblers com o ND. Opa, já resolvemos um problema aqui, pensam os roteiristas super espertos de Glee. Agora eles têm uma justificativa para o ND vencer as nacionais contra o Vocal Adrenaline, mesmo sem estrutura alguma. A emenda ficou péssima, se me permitem a observação. Tão péssima quanto a entrada do garotinho da semana anterior. Céus, para que tanta invencionice? Não dá para entender.

E então, Becky resolve que vai dar uma lição em Sue. Até aí, ok. Talvez esse seja o plot com mais noção do episódio, já que Becky, apesar de tudo, é uma espécie de elemento de equilíbrio quando falamos de Sue. Mas, claro, a culpa de tudo é de Will Schuester e mais uma vez ficamos na conversinha idiota de “vou destruir o Glee Club de uma vez por todas”. E Sue vai fazer isso sendo treinadora do Vocal Adrenaline. Opa! Que coisa mais incrível né? Só que não.

Devo dizer que no meio de tanta coisa idiota, valeu a participação de Geraldo, um ícone do barraco na TV americana. Para os mais novinhos, basta dizer que esse homem tinha um programa que inspirou o formato do Casos de Família e congêneres, então, pelo menos nisso acertaram a mão. Até mesmo a aparição de Michael Bolton valeu a pena, assim como a mãe de Sue,interpretada por Carol Burnett.  

Falando nisso, o clássico The Trolley Song ficou bem legal e é a melhor música da semana. O que não quer dizer muito, porque o resto foi bem resto mesmo. Rather Be não passa de ok, Far From Over é aquela coisa sem emoção de sempre com o Vocal Adrenaline, The Final Countdown aborrece até com aquele show de perucas ridículas e Rise nos mostra um bando de engravatados que definitivamente não são e não representando o New Directions nessa espécie de Paquitas New Generation.

E claro que não podemos esquecer de Rachel, mais uma vez entre seu ego e sua mania de grandeza. Sam a gora vai ter que arrumar 50 toalhas brancas e pistaches sem pele, toda vez que quiser se reportar à namorada. O pior de Rachel nos assombra e ela é, provavelmente, uma das personagens mais estúpidas da TV, já que nunca aprende e nunca evolui. Um retrato de Glee, se me permitem a observação. Uma série que tem um histórico de momentos incríveis entrecortados por outros onde o exagero estraga a experiência. Nessa temporada de encerramento, em especial, precisamos de menos, por mais bizarro que seja dizer isso. Glee deveria apostar no que é simples e no que nos faz felizes em vez de tentar dar nó em pingo d’água. Uma receita nunca foi tão fácil e tão difícil de seguir, ao mesmo tempo.

Músicas no episódio:
"Rather Be" - Clean Bandit feat. Jess Glynne: New Directions
"The Trolley Song" - Judy Garland: Sue Sylvester and Doris Sylvester   
"Far from Over" - Frank Stallone: Clint and Vocal Adrenaline
"The Final Countdown"                - Europe: Sue Sylvester and Will Schuester

"Rise" - Original composition: New Directions
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