A loucura continua em Glee na
parte dois de uma história pra lá de surreal. Essa semana foi sensivelmente
melhor que a anterior em diversos aspectos, mas estamos longe de um episódio
que possa ser considerado realmente bom. Para que isso acontecesse teríamos que
presenciar, necessariamente, a mistura de humor, drama e boa música. Até acho
que conseguimos boas doses dos dois primeiros quesitos, mas musicalmente, Glee
está deixando a desejar.
É o mesmo problema que já
enfrentamos outras vezes: péssimas escolhas e interpretações meia boca. Não sei
como o New Directions conseguiu amolecer o coração de Sue com aquelas músicas,
porque embora sejam clássicas do cancioneiro cafona (o que não é
necessariamente ruim), ficou meio “blé” se me permitem colocar aqui a descrição
mais acurada na qual consegui pensar. Mal dava para identificar as vozes de
Kitty e Spencer em “It Must Have Been Love”, houve graves problemas de
sincronia em “Father Figure” e “All Out of Love” foi até fofinha, mas não saiu
muito disso. O lance do lip sync tem sido uma constante nos episódios. Não sei
o que está havendo, mas isso já eliminou gente boa de The Glee Project e até em
RuPaul’s Drag Race o “lip sync for your life” é levado a sério. Por isso, não é
bobagem, é algo que estão deixando passar e que está muito aparente na edição
final.
Para não deixar toda a culpa
musical com a turma de Rachel (que só conseguiu 6 membros em vez de doze e
venceu mesmo assim!), podemos dizer que os Warblers não foram muito melhores
nas performances de “My Sharona” e “You Spin Me Round”, o que nos deixou com
cinco canções “mais ou menos quase boas quase ruins” para esquecer e não
colocar para tocar no celular depois do episódio. Aliás, é assim que eu sei que
as musicas foram mal sucedidas. Se fossem boas estaríamos pirando e
compartilhando os vídeos e os mp3 com todo o mundo. Não é o caso.
À parte disso, devo dizer que a
permanência de Kitty foi positiva. Ela se mostrou uma personagem interessante
no ano passado e deixou sua marca mais que os demais. Além disso, ela toma a
posição de liderança e ajuda Rachel a criar um plano, enquanto Kurt fica preso
no elevador do terror com Blaine.
Aliás, bato palmas para quem fez
aquela boneca da Sue feat Jigsaw. Assustador e um potencial membro do elenco de
AHS, apto a entrar no lugar de Jessica Lange, porque também ficou parecido com
ela. Toda a sequência no elevador teve um tom de humor interessante, apesar de
ser para reunir Klaine e de toda aquela ladainha sobre eles serem o mais
perfeito dos casais do universo. Para não sair do surreal, outra sequencia
desse tipo que foi bem bacana teve Sue e suas decepções presidenciais. Dureza
mesmo é encarar aquele depósito e saber que teremos ainda de seis a sete semana
sobre Klaine, dependendo do bom humor dos executivos da Fox na construção da
grade de episódios.
O retorno da hipnose de Sam
acabou passando do ponto. Foi legal na semana passada, mas tudo tem limite e a
graça ficou em algum lugar entre a pior song list da história dos glee clubs e
o estalar de dedos de Rachel.
O que realmente incomoda nisso
tudo é tentar perceber qual a real utilidade das duas últimas semanas. Klaine? Unir o New Directions? Criar
problemas para Will com o membro mais babaca do Vocal Adrenaline? Fico com a impressão de que poderiam ter
efeito tudo isso melhor em apenas um episódio, retirando cenas que não têm importância
como a do romance de Kurt com seu (potencial) tio-avô e colocando um pouco mais
coração na escolha das músicas e uma boa dose energia nas performances em grupo.
Músicas no episódio:
"My
Sharona" - The Knack: Dalton Academy Warblers
"You
Spin Me Round (Like a Record)" - Dead
or Alive: Dalton Academy Warblers
"It
Must Have Been Love" – Roxette: Kitty Wilde and Spencer Porter with New
Directions
"Father
Figure" - George Michael: Roderick with New Directions
"All
Out of Love" - Air Supply: Mason McCarthy and Madison McCarthy with New
Directions