domingo, 28 de setembro de 2014

Grey's Anatomy 11x01: I Must Have Lost It on the Wind


A vida sem Cristina Yang.

A saída de um personagem importante – seja pelo motivo que for – sempre gera impacto numa série. Ninguém duvidava, portanto, que isso fosse acontecer com Grey’s Anatomy durante o processo de despedida de Sandra Oh e sua inesquecível Cristina Yang. Como a série vinha com trama enfraquecida, algo natural depois de dez anos no ar, pairava sobre nós a ponta de curiosidade para saber se as mudanças viriam para o bem ou para mal. A julgar por essa Season Premiere, parece que estamos diante da primeira opção.

Há algum tempo enfrentávamos um ciclo de tramas que nunca saiam daquela coisinha boba e enrolada. Vide o relacionamento de Cristina e Owen, que era assunto idêntico ano após ano, mas podemos jogar todos os personagens no balaio, especialmente quando o assunto são os casos amorosos. Isso sem falar no subaproveitamento de outros, como Bailey e Alex e a inserção de residentes que sempre serviram apenas para morrer tragicamente em algum momento em que a série precisava de movimentação. 

Pois bem. Depois de tudo isso dito, temos que notar a diferença nesse episódio de retorno. O décimo primeiro ano de Grey’s Anatomy parece ter ganhado fôlego, muito embora estejamos lidando com alguns clichês e histórias que já vimos antes. A questão é que, mesmo assim, o episódio flui bem e prende a atenção. Tem alguns percalços, mas o saldo final é positivo. Pelo menos foi positivo para mim e já estou preparada pra o próximo.

Uma das histórias que já aconteceu – e talvez a que tenha maior risco de dar errado – é a da nova irmã de Meredith. A total falta de carisma da atriz que interpreta Maggie é apenas um dos problemas a superar, mas precisamos notar que a dinâmica de irmãs que se odeiam já aconteceu antes (saudades Little Grey) e que, com o tempo, as duas vão virar amiguinhas ou algo assim. Não sei qual é essa ideia de que irmãos têm sempre que brigar ou discutir ou bater cabeças. Em Grey’s Anatomy é SEMPRE assim, então desconfio que nossa querida “showrunner que não deve ser nomeada” deva ter questões pessoais não resolvidas.

A parte boa ficou com o flashback. A pequena Meredith se lembrando do dia do nascimento de Maggie, sem ter essa real noção. Ellis, como sempre, resolvendo as coisas de forma escusa e causando traumas em todo mundo que a cerca. Cheguei a pensar que essa doida estava carregando o bebê naquela mala e o pior é que não retiro essa chance.

Só espero que optem por não enrolar nisso muito tempo, porque essa é uma questão importante. Depois de onze anos, não dá pra ficar embromando meia temporada pra alguém contar para Meredith que sim, ela perdeu Lexie e Cristina, mas agora tem Maggie pra chamar de Li’l Sis. O lance com Richard, no entanto, tem mais potencial. Ele sempre o paizão do hospital e tem esse desejo latente de paternidade e família. Nesse episódio já percebemos que essa será uma temporada emocional pra ele, até pelo papo com Avery, então, resta torcer para que Maggie seja menos chata com o passar do tempo.

Ainda falando em Meredith, algo interessante está na relação dela com Karev. Boa ideia a de investir nessa amizade, que valoriza os dois lados. Karev, afinal, parece ser a “nova Cristina”, seja para confortar Meredith, seja para ocupar uma cadeira no conselho. Como ele é um dos personagens mais deixados de escanteio, vale a pena investir. Bailey está na mesma situação e quem sabe agora, com alguma competição entre eles, as histórias se reacendam?

Falando em casais, vale notar que vem separação por aí e já não era sem tempo. Callie e Arizona se desgastaram de tal modo que não há recuperação. O que era gracioso ficou entediante e as duas já não têm muito a ver, não pensam parecido, não querem as mesmas coisas. Não vejo a hora de cada uma ganhar rumos separados e novos ares. Outra potencial separação é a de Meredith e Derek. Essa, já olho com dúvida, porque é repeteco. A reação de Mer disse muito sobre o que está acontecendo com eles e, talvez, eles passem um tempo afastados. A decisão de ficar, afinal, não era só pelas crianças, pelo trabalho. Já existe algum ressentimento de Meredith em relação a Derek, podem apostar.

E como é fácil de notar, o episódio vem focado em Meredith, mas também na máxima de que tudo acontece por algum motivo e que a jornada ainda não acabou. Excelente metáfora inserida no caso do homem que passou dois meses no deserto com a motivação de encontrar a família. Creio que família seja uma palavra chave da temporada, para todos os personagens, assim como maternidade e paternidade, algo bastante explorado no caso dos adolescentes cujo carro é atingido pela maca voadora.

Aliás, essa talvez seja a chance de Owen encontrar seu caminho. Foi até engraçado ver o modo como Kepner tenta ajudá-lo usando todo elenco masculino, mas penso que é hora de mudar e seguir em frente sem depressão. Não digo que a existência de Cristina deva ser apagada e ignorada, mas ninguém precisa chorar sua saída eternamente. Nem os personagens e nem nós, os fãs fiéis da série.

Honestamente, tenho grandes esperanças sobre a série.  Temos personagens chegando e a chance de encarar tramas diferentes também. A renovação no elenco pode ser uma coisa positiva e tudo depende de como cada inserção será feita. Não duvidem de que existe a consciência de que esse ano é definitivo. Toda a equipe de Grey’s Anatomy sabe que esse é o ponto de virada. A hora de recomeçar com outro pique ou de preparar a despedida.


P.S* Geena Davis em aparição mais que sutil. Não dá nem para avaliar a nova personagem.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

lucas_santtos disse...

Bacana ver a série sendo elogiada novamente. Ainda não assisti a premiere, mas li varios comentários positivos sobre o episódios. Não conseguia enxergar Greys sem YANG, mas concordo com seu ponto de vista, de que talvez tenha até sido algo bom.