Dia ruim, episódio melhor.
Grey’s Anatomy não voltou do hiatus em sua melhor forma, mas
eis que, nessa semana, as histórias ficam ligeiramente melhores e menos rasas.
Alguns personagens continuam numa espécie de limbo, é verdade, mas pelo menos
podemos dizer que algum desenvolvimento apareceu e que os casos médicos foram
significativos.
Tivemos a esperada retomada dos problemas entre Callie e
Arizona, intensificados pela denúncia de Murphy que, afinal, tem lá seu
fundamento. Se eu acho que vai dar em alguma coisa? Não, não acho. No fim, vai
ficar por isso mesmo, porque Murphy deve entender, de alguma maneira, que ela
também é parte da confusão. Callie estava errada em limar a interna de seus
ensinamentos e por tratá-la diferente dos demais. Ponto final. Mas não enxergo
essa trama indo além de um pedido de desculpas e a retirada da denúncia.
Até lá, ficamos com mais um capítulo da saga de chatice que
se tornou Callzona. Nesse episódio, no entanto, Arizona teve a primeira fala
que fez sentido desde o acidente, ao dizer que foi egoísta e só pensou nela
mesma, mas que agora estava certa de que não poderia ser feliz sem Callie e sem
Sofia. Ok, mas será que já não é tarde. Tênis com rodinhas à parte, não consigo
mais vê-las como casal. Não vejo mais amor ali. Só obrigação e “vamos ficar
juntas porque é isso que pessoas corretas devem fazer”. Não sei o que vocês aí
pensam sobre isso, mas gostaria de descobrir.
A garota que desejava amputar as pernas foi um bom caso
ilustrativo e casou bem com “bad day” de Callie e Arizona. Cada uma lidando com
uma parte do problema. O bom foi ver que, finalmente, a questão da perna
mecânica deixou de ser um tabu. Melhor com perna falsa do que morta, esse é meu
lema desde o lance do avião, que foi relembrado por Cristina. “Eu ouço seus
gritos nos meus sonhos, Arizona, obrigada por isso”. E obrigada Cristina, por
dizer que aquela gritaria ainda incomoda.
Aproveitando que Cristina apareceu no assunto, fiquei
satisfeita ao ver o que Owen disse para ela. Ele tem uma consciência ótima
sobre o que essa relação dos dois significa e como funciona. Ela quer que ele
tenha outra pra deixar de se sentir culpada, mas ao mesmo tempo não quer abrir
mão de estar com Owen. Loucura, mas é isso mesmo. Ele, por sua vez, tem
expectativas sim, mas não vai embarcar num relacionamento sobre o qual não está
certo só pra preencher os quesitos: esposa, filhos, família. Owen quer isso
sim. Com Cristina. Cristina quer Owen. Sem o pacote tradicional. E ficamos
nesse ciclo sem fim, até que a saída de Cristina da série os separe. Amém.
Os internos continuam naquelas. Inúmeras tentativas de
recuperar Ross, sem sucesso. Outras tantas tentativas de fazer de Wilson a nova
Izzie, com sucesso. Não entendi o problema de Karev em assinar aquele papel,
afinal, é só uma formalidade para evitar processos no futuro. Assine logo e nos
poupe de tanto diálogo inútil. A mágoa de Stephanie, embora legítima, não chega
a comover. Não há o que Avery ou April possam dizer para melhorar a situação.
Quando escolheram fugir e casar, magoaram pessoas e não tem como escapar de
comentários maldosos e cheios de raiva.
No limbo, Bailey, Meredith, Derek e Richard ficam como
figurantes de luxo. Aparecem aqui e ali, porque não podem ser cortados do
cenário, mas não tem qualquer função no andamento do episódio ou da trama em
geral. E isso nem chega a ser uma reclamação, porque o problema com Grey’s,
ultimamente, são péssimas tramas para antigos personagens. O limbo parece até
ser um lugar mais seguro, desse ponto de vista.
P.S* Bem legais os casos do bebê encontrado no lixo e do
amigo que queria seu rim de volta. Boas histórias se pensarmos de forma avulsa,
mas melhores como metáforas para o que acontecia no episódio. Precisamos de
mais algumas dessas.
P.S*Quem acha que Derek vai mandar o presidente pastar, só
para não deixar Callie na mão?