Tanta coisa aconteceu desde que
nos despedimos da Season 4 de Glee que nem sei como chegamos inteiros a essa
Fall Season. Viemos de um final de temporada medíocre e cheio de erros de
continuidade. Na época já sabíamos que esses probleminhas no fechamento do ano
de Glee, que vinha se desenvolvendo bastante bem até ali, foram fruto de
manobras de última hora, já que os roteiristas e produtores tiveram que
finalizar a temporada mudando o que pretendiam originalmente, por conta da
crise envolvendo Cory Monteith.
Já naquela ocasião, as devidas
críticas foram feitas aos episódios e nem vale voltar ao assunto com
profundidade, porque agora Glee vive seu mais decisivo momento e fez sua mais
importante Premiere desde a estreia. Não são apenas os fãs da série que querem
saber o que irá acontecer e se a jornada
será bem sucedida daqui em diante. Há muitas atenções sobre Glee e sobre o que
Ryan Murphy e sua equipe farão diante da crise. Sim. A crise existe. Não
podemos fugir dela e lidar com a morte de Cory Monteith é necessário de todos os
pontos de vista. Seja pelos Gleeks, pelo personagem, pela série, pelo próprio
ator, que deixou em nós um sentimento estranho de perda. É uma perda dupla para
quem acompanha Glee e talvez por isso o meu sentimento, ao fim desse episódio
de retorno é o de que faltava alguém.
Quero deixar claro que gostei
muito do episódio. É Glee fazendo o que Glee sabe fazer. É Glee mostrando que
vai seguir em frente. Mas ao mesmo tempo é Glee sem um dos protagonistas e, no
final, especialmente no final, quando Kurt e Blaine têm seu momento especial, é
que se percebia ainda mais. Finn jamais perderia a chance de participar daquele
pedido de casamento, tamanha é sua ligação com Kurt e como líder do grupo.
Sei que parece estranho que eu
comece os comentários justamente pela última cena, mas é ali que caímos na
real. É esse o ponto exato em que Glee recomeça sem Finn. Embora a despedida final
seja em apenas duas semanas, embora a gente pense no personagem em outras
cenas. O pedido de casamento é a primeira sequência, dentre todas do episódio,
em que Finn estaria ali, obrigatoriamente.
Com isso, fica evidente que
Blaine e Kurt vão segurar um pouco a onda romântica da série por agora.
Discordo de quem afirma que eles são os novos protagonistas, porque Rachel
ainda é e sempre será o maior destaque da série, mas em termos de “casal”,
creio que sim, Klaine fica nos holofotes. Para Rachel, o foco é o profissional,
sua gana de ser uma estrela e sua luta para ser notada e ter a primeira grande
oportunidade. A amizade com Santana pode ser algo ótimo ao longo da temporada,
se não esquecerem de trabalhar as duas personagens, como acontece às vezes. Mas
é claro que só saberemos o que vem por aí daqui a duas semanas, quando Glee apresentará
seu episódio mais difícil: o de despedida para Finn e Cory Monteith. Se essa
Premiere é importante por trazer a série de volta num clima bom, “The
Quarterback” será um divisor de águas.
Essa é a primeira vez que uma
temporada começa em clima de especial. Sabemos que as homenagens a bandas e
cantores são tradicionais, mas sempre inseridas no meio da história. O motivo
para tal é bastante claro, porque com as canções clássicas dos Beatles em foco,
recortando uma série de novas tramas e deixando para trás alguns elementos do
ano anterior, o episódio fluiu. Foi leve e divertido. O drama foi um
coadjuvante e o humor tomou conta de 99% das cenas.
Foi assim que me apaixonei pelo
casal sobre rodas formado por Artie e Véia (que é como eu chamo Kitty desde
sempre, mas tinha medo de dizer). E amei mais ainda Tina-Cohen-Recalcada
metendo bedelho nos problemas amorosos dos outros só porque ela não tem uma vida
para chamar de sua. Tina faz bico de insatisfeita, enquanto Véia sai lindamente
da situação chata em que foi colocada durante o ensaio, ao se declarar para
Artie e fazer mil gracejos na sala de astronomia e nos clipes de “You’ve Got to
Hide Your Love Away” e “Drive My Car”.
Já sou fã de Kartie e quero seguir as fotos deles no Instagram.
Toda a amargura de Tina também
continua em alta. Ela já estava muito louca na temporada passada e agora pode
escolher entre os meninos solteiros do New Directions. Tina de boba não tem
nada, pois sacou que levar Blaine ao baile é um tremendo zero a zero. Ryder
pode resolver dar pequenos escândalos (sair do Glee Club e voltar!) e chutar
cadeiras ou ainda sair para encontrar seu novo ‘catchfish’, então sobra
Samzinho, delicioso e bem humorado, apesar de precisar cortar meio metro
daquela juba. Foi a melhor intervenção que já vi e devo acrescentar que Jake,
Ryder, Sam e Blaine, junto de Tina, formam um excelente grupo na série, que tem
rendido momentos muito cretinos.
Para quem sempre fica esperando
Sue Sylvester sumir de Glee, má notícia. Sue de diretora promete ser
espetacular, mas nem tanto por ela, mas pela encrenca com Figgins, que já sofre
todo tipo de assédio moral como zelador da escola. Senti um nojo incontrolável
com aquele balde de carne, mas valeu pela gritaria em slow motion: Sue
Sylvester, você é um MONSTRO!
No quesito musical, não há do que
reclamar. Boas escolhas, boas versões e referências a imagens clássicas dos
Beatles, com aquele toque revolucionário (só que não) de colocar Jake como o
John Lennon negro. Rachel executou “Yesterday” maravilhosamente e foi um modo especial
de abrir a temporada. A dupla com Santana em “A Hard Day’s Night” foi bem legal
também. Kurt e Blaine levaram “Got to
Get You into My Life” num clima bacana e gostei de ver a banda da escola em
ação na sequência.
“Help!” começa DO
NADA e levei um sustinho com Blaine pedindo ajuda do mundo todo para cantar seu
amor por Kurt, mas no fim, até eu que nunca fui muito fã do casal achei
lindinha a apresentação de “All You Need Is Love”. Gostei da inclusão de todos
os personagens, dos Warblers, do Vocal Adrenaline, do coral Haverbrook... Mas
faltou alguém. Isso faltou. Num episódio bom e feliz, engraçado e dinâmico,
ficou aquele buraquinho. Se a escola toda estava lá, se Rachel, Santana e até
Mercedes estavam lá, fica ainda mais claro quem não poderia faltar na cena. Mas
como dizem, é o que é. Inevitável de encarar. Impossível de esconder.
Músicas no episódio
"You've Got to
Hide Your Love Away" - The Beatles: Artie (Kevin McHale) e Kitty
(Becca Tobin)
"Got to Get You into My Life" – The Beatles: Blaine (Darren
Criss) e Kurt (Chris Colfer)
"Help!" – The Beatles: Sam (Chord Overstreet) e Blaine
(Darren Criss)
"Yesterday" – The Beatles: Rachel (Lea
Michele)
"A Hard Day's Night" – The Beatles: Rachel (Lea Michele)
e Santana (Naya Rivera)
"I Saw Her Standing There" – The Beatles: New Directions
Boys
"Drive My Car" – The Beatles: Artie (Kevin McHale)
& Kitty (Becca Tobin)
"All You Need Is Love" – The Beatles: Blaine (Darren
Criss), New Directions, Dalton Academy Warblers, Vocal Adrenaline, &
Haverbrook School for the Deaf
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