Derrubando o véu.
Essa semana, The Vampire Diaries resolveu inovar e, em vez
de um episódio bosta, colocou todo mundo da equipe para trabalhar, conseguindo
nos surpreender com emoções e aquele estilo inconfundível. Este é, sem dúvida,
o melhor episódio da temporada, mas isso não quer dizer que a série se
recuperou ou que o ano inteiro de roteiros preguiçosos possa ser esquecido. De
qualquer forma, parece justo aproveitar esse momento em que, pela primeira vez,
não tentamos cortar os pulsos no processo de assistir ao episódio.
O que é chocante nisso tudo, está em pensar que Bonnie era a
personagem no centro dos acontecimentos. Ou talvez isso explique exatamente o
nível de satisfação alcançado. A personagem continua sendo duas coisas: burra e
dona de uma boca torta que irrita qualquer um. Quando vimos a burrice extrema
levar Bonnie a mais simples perdição, a satisfação foi garantida. Quase.
Infelizmente, mesmo morta, Bonnie ainda deve nos assombrar, inclusive, porque o
véu entre o além foi derrubado por ela e, depois de sua morte, não sabemos
quais são as regras do jogo.
Digo isso porque o episódio foi bem específico, dizendo que
as criaturas mortas só poderiam retornar do além dentro do triângulo de
expressão, cujo dimensionamento foi dado pelo mapa. Como era Bonnie quem
controlava essa abertura entre os mundos, parecia certo que, depois de Elena
despedir-se de Jeremy, tudo voltaria ao normal. Mas Bonnie desconhece limites.
Ficou egocêntrica e ainda mais insuportável, a ponto de fazer a cagada do
século. Já diz o ditado: “Quem tudo quer, nada tem.” . E Bonnie quis tudo.
Medir forças com Silas (que virou pedregulho!), ser a bruxa mais poderosa desde
Qtesiah e manter Jeremy no mundo dos vivos.
Pelo menos a segunda parte ela conseguiu e na verdade eu
acho apenas justa a troca. Bonnie morta, em troca da sensualidade marota de
Jeremy, Kol, Larica e Lexie. Mas temos de lembrar que todos os caçadores de
vampiros também voltaram, incluindo o ex-namorado de Rebekah, que vem cheio de
fúria para matá-la e provavelmente afugentá-la de vez para New Orleans. Também
devem aparecer, em breve, todas as bruxas, híbridos e malucos humanos que
explodiram no começo da temporada. E nem estou cogitando a volta dos outros
Originais do Samba, porque essa trama abre a possibilidade de retorno para
mamãe e papai originais. Ou, ao menos, deveria. Por questões de verba, duvido
que cheguemos a isso.
Com a cidade cheia de mortos-vivos (tipo, literalmente),
imagino que Klaus e Elijah possam aparecer na Finale, mas essa é uma
especulação de quem não lê spoilers e está apenas jogando com os fatos. Mesmo
que eles não voltem, são muitas as possibilidades de ação, porque não dá para
saber se esses “zumbis” podem ser mortos novamente e se eles têm as mesmas
fraquezas de antes. Nada disso foi dito e devemos prestar atenção.
Sobre Silas, acho que esse foi o primeiro episódio em que
souberam jogar bem com a falta de imagem fixa do personagem. Geralmente fico
com a sensação de que todos os manipulados são muito idiotas (Bonnie levando o
Oscar da categoria), mas dessa vez, comprei a história. Gostei de ver que a
suscetibilidade de Caroline vai ajudando Rebekah a provar que pode ser boa e
usar suas habilidades para ajudar. Estou triste por saber que vamos perdê-la em
breve, porque eu passei a torcer pelo casal que ela ensaia formar com Matt.
Começo até a achar que ele vai morrer na semana que vem e é isso que vai tirar
Rebekah de Mystic Falls.
A presença de Lexie foi interessante para pontuar algo que
todo mundo já notou: a química entre Stefan e Caroline. Esqueçam Tyler. Ele já
foi e não tem feito a menor falta. Imaginem se esse direcionamento não seria
diferente e interessante? Tiraria-nos do triângulo sem solução entre Elena,
Stefan e Damon. Poderia dar um tempero diferente à próxima temporada.
Gostei muito de rever Larica e, esse sim, deveria voltar
para a série de vez. Sinto tremenda falta dele e Damon naquelas conversas de
bar, naquela amizade inesperada e sincera, mas desconfio que não devo me apegar
à ideia, nem agora que Cult flopou lindamente.
Por incrível que pareça, também gostei de ver Jeremy com
Elena, que mesmo com emoções religadas, continua focando em coisas negativas.
Na verdade, eu gosto dessa Elena destrutiva e prática, porque a ideia de matar
Vampiranha é a mais correta que ela jamais teve. Agora, eu quero ver Vampiranha
morta? JAMAIS. Então, acho que teremos de aturar Elena mala e sentimental, se
esse é o preço para manter Katerina Petrova por perto.
O que fica bem claro é que essa história toda de véu, de
Silas e de sacrifícios, poderia ter sido feita de modo enxuto e que daria um
ritmo muito melhor à temporada. Porém, agora que a coisa parece ter encontrado
um caminho a seguir, vou mais animadinha para a Season Finale, mas com o pé no
chão. Não é nada bom criar qualquer expectativa, porque, via de regra, os
episódios finais de TVD nunca são melhores que os penúltimos.
P.S* Bonnie quer trazer Jeremy de volta, mas tá nem pra reviver a avó. Cadê parâmetro?
