Nada como uma descendente de lobos para comandar o
Departamento de Controle de Animais.
Essa foi uma boa semana para os fãs de Parks and Recreation.
A série apresenta um episódio cheio de boas situações e com texto que consegue
aproveitar as características de cada personagem de maneira simples e direta.
Diversão de boa qualidade, que correu por três núcleos separados e funcionou
muito bem, especialmente com os diálogos mais afiados de April voltando a
brilhar.
Tudo com ela foi genial. Sim, Leslie e Chris foram muito
importantes para o andamento da história, mas nada paga as caras de April, as
observações e afirmações sempre sadias, que ameaçam encher a casa de Jamm de
cobras, caso ela ganhe o tal cargo no Departamento de Controle de Animais.
Fiquei imaginando que Orin seria um ótimo assistente para ela, usando o poder
da mente para capturar, castrar e até dar banho em diversos tipos de bichinhos,
então fica o protesto sobre esse preconceito contra quem é Mestre Jedi.
O mesmo problema acontece com Jerry. Confesso que morri de
pena dele, sofrendo bullying até de Leslie e tendo seu salário diminuído por
causa da duração de sua formação superior. “Fair is fair”, afinal de contas,
assim como foi apenas justo que April tenha escrito no gesso de Chris a
mensagem bacana para que ele não pensasse muito na coceira consequente.
A busca de fundos para a Fundação Sweetuns seguiu muito bem,
mas os rapazes deveriam ter convidado Donna para seduzir aquele rico empresário
babaca, dono de um Rolexus. Ela teria conseguido muito mais que um cheque falso
de vinte e cinco mil dólares para a cura da conjuntivite. Nessa sequencia, acho
que o destaque vai para os comentário de Ben em off, todos muito apropriados e
pontuais, sem deixar de lado aquele sorriso falso no rosto.
Ann, que geralmente não tem a menor graça, funcionou bem ao
lado de Ron e sua gripe adquirida pós “Procurando Nemo”. A interação entre eles foi boa para ambos os
personagens, mas é claro que Ann serviu de escada para os melhores momentos de
Ron, que não falha ao expor sua filosofia de vida, mesmo num prontuário médico.
Não tem como não achar a cena final o ápice do episódio. Foi
tudo bem legal de assistir, mas a rejeição a uma simples banana foi uma
interpretação digna de Oscar. Ron agiu com a banana como eu agiria diante de um
remédio amargo, cheio de reticências, com ânsia de vômito e tentativas
frustradas de ingerir aquele troço. No fim, depois de vê-lo sofrer tanto,
fiquei apenas feliz por existirem hambúrgueres e gordura animal suficientes
para mascarar até o “terrível” sabor de uma banana.