sábado, 20 de abril de 2013

Glee 4x19: Sweet Dreams


Dividindo o beliche.
A vida é assim: numa semana estamos festejando o melhor episódio de Glee na temporada e na outra temos que ser um pouco mais duros no julgamento, porque a série dá uma deslizada na qualidade. É inegável a queda que ‘Sweet Dreams’ trouxe para essa reta final, mas estou levando em consideração o alto nível que Glee tem apresentado nessa comparação, então a situação não é das mais graves e não causa preocupação.
A verdade é que o episódio em si tem alguns bons momentos nas histórias apresentadas (outros, nem tanto), mas peca imensamente na escolha da trilha sonora. Raro eu dizer que não gostei de nada (ou quase nada), mas não é muito bom quando a melhor música é o revival de “Don’t Stop Believin’”, e só porque as demais foram muito péssimas para conseguirem o título de medianas.  Até dá para colocar a apresentação de “Next To Me” na categoria do que “dá para ouvir”, mas nada além, o que é chocante, levando em conta que esse foi um dueto entre Lea Michelle e Idina Menzel.
O que estragou o clima mesmo foram as músicas originais. Parece que Glee não aprende. Únicas canções originais boas da série são “My Headband” e “Trouty Mouth”. Todas as demais tentativas foram frustradas e nos presentearam com letras cafonas, bem ao estilo do que Marley propôs nesse episódio. Revirei olhos, torci para que acabasse o quanto antes e sei que jamais ouvirei tais canções novamente. Quando Marley pergunta se as letras não são “meio bregas”, respondi mentalmente: Meio bregas, não. São completamente.
E todo esse foco na qualidade musical desse episódio veio logo no começo da review, porque eu acredito que se as escolhas tivessem sido outras a impressão sobre a trama poderia ser melhor também. Dessa vez (como em muitos episódios da Season 2, por exemplo) a trilha teve um peso negativo no resultado final, embora eu queira frisar que ainda tive bons momentos de diversão por causa de alguns personagens e suas reações pós-traumáticas.
Depois dos tiros, dava para prever que Glee não ficaria em clima de depressão, então estava esperando algo mais para o lado do humor em relação à continuidade dessa história, mas nunca imaginei ver Sam nos apresentando Evan Evans, seu irmão gêmeo com sotaque australiano. É tão ridículo que a gente ri da capacidade de Chord Overstreet em encarar essa proposta com aquela cara de quem está gargalhando por dentro. Ele tem levado bem todos os plots cômicos da temporada, mas é bom lembrar que esteve bem no drama da semana passada.
Tina vem com novo visual bizarro, Unique toma pílulas para fazer crescer peitinhos e Will Schuester passa por um período de bipolaridade e resolve que agora vai ser um professor autoritário. Mais ainda, Will decide que hora de fazer as pazes com Finn e corre atrás de seu velho amigo que agora vive fazendo queijo quente com ferro de passar roupas e participando de diversas versões de Harlem Shake.
Aqui, acho que vale frisar a crítica social de Ryan Murphy nos atingindo, porque a repetição do Harlem Shake na paradisíaca Universidade de Lima, só pode ser um alerta de que essa naba já deu o que tinha que dar: PAREM DE FAZER HARLEM SHAKE. Essa é a mensagem maior de Titia Ryan Murphy nesse episódio.
Como virei fã de Finn, confesso que as confusões no dormitório me divertiram, ainda mais com a presença de Puck que está ali mesmo sem ser aluno para provar que pode ser mais do que as pessoas acham que pode ser. Como a farra eterna na faculdade foi algo que teve duração curta e logo o foco principal voltou acho que a inserção foi bacana, mas teve um desfecho meio estranho, na falta de palavra melhor para descrever o momento em que Finn vai até a escola para ser “parceiro” de Will. O diálogo entre eles é muito ridículo e foi feito num tom bizarramente romântico que não cabe ali. Desculpem, mas só faltou beijo na boca no final.
E tudo isso acontecia diante da vontade de Marley de mostrar suas músicas para o mundo. Nunca desejei tanto que ela tivesse deixado essas letras dentro da gaveta, mas não teve jeito. Isso, sem falar nas pérolas como “trilha sonora da vida”, para descrever essas delícias soníferas em forma de música. Fiquei me perguntando por que reclamaram tanto das escolhas de Will para as Regionais, porque, apesar de antigas, são canções com grande potencial (apesar de serem clichês) para o tema proposto: sonhos.
Num episódio sem Sue Sylvester, Roz Washington pôde voltar e assumir o comando das Cheerios, mas não sei se ela era necessária. Devo registrar que não gostei nem um pouco das falas de Roz e acho que perderam o tom nas ofensas ali. Sei lá. Pode ser coisa minha também, achei exagerado. No meio de um papo bravo sobre macumba, eis que Blaine começa a notar que a história dos tiros está muito mal contada e Becky, que age como uma pequena Sue, deixa isso bem claro. Apesar de Blaine ter o plano de destruir Sue, acho que vai acabar fazendo sua boa ação e revelando a verdade com a ajuda de Becky, que obviamente sente imensa culpa por saber que sua mentora está sofrendo por algo que não fez.
Em NY, a visita de Shelby é inesperada e vem absolutamente do nada, mas acho que pode, porque as coisas nesse núcleo tem sido nessa toada, basta lembrar de Santana invadindo NYADA para cantar, dançar e ameaçar Brody com sua sagaz sensualidade. De qualquer forma, a visita foi válida porque Rachel vive um momento que pode representar uma virada em sua carreira artística e é normal que Shelby, que afinal, compartilha desses sonhos (ou compartilhou, na juventude) venha apoiar a filha.
Os toques dela são essenciais para que Rachel não caia no clichê de mimetizar Barbra Streisand e invista em estilo próprio para a audição de Funny Girl. Mas é claro que ninguém poderia superar o apoio psicológico que Kurt providencia com seus biscoitos, não é mesmo? Chego a estar com pena do personagem, que saiu do destaque quase completo na temporada anterior para esse ostracismo em NY.
 
Músicas no episódio:
"Don't Stop Believin'" - Journey : Rachel (Lea Michele)
"You Have More Friends Than You Know" - Mervyn Warren:  Marley (Melissa Benoist), Blaine (Darren Criss), Unique (Alex Newell) e Sam (Chord Overstreet)
"(You Gotta) Fight for Your Right (To Party)" - The Beastie Boys:  Finn (Cory Monteith) e Puck (Mark Salling) 
"Next To Me" - Emeli Sandé:  Shelby (Idina Menzel) e Rachel (Lea Michele)
"Outcast" - Canção Original: Marley (Melissa Benoist), Jake (Jacob Artist), Ryder (Blake Jenner), Unique (Alex Newell), Kitty (Becca Tobin), Blaine (Darren Criss), Sam (Chord Overstreet), Artie (Kevin McHale), Brittany (Heather Morris)
 
P.S*Glee renovada por mais dois anos? Yes, we can! Felicidade total em saber que temos duas temporadas já garantidas!
P.S*Mais felicidade se soma com a possibilidade do retorno de The Glee Project. Parece que a renovação dupla de Glee abriu debates sobre o tema nos bastidores do canal Oxygen.
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

marco disse...

Também amo suas Reviews Camis, mas eu até que curti as músicas da Marley, ela expressou o que estava sentindo com aquelas letras....Enfim, essa temporada tá boa mesmo.

Celina disse...

Adoro suas reviews, mas não entendi seu descontento com Next To Me. Concordo em relação as musicas originais, não podiam ser mais bregas. Contudo amei Don't Stop Believing com a Lea, e Next To Me, porém isso deve ser mais de gosto mesmo.

Carlos Figueiredo disse...

Usando meu comentário no Seriadores: O episódio foi bom, mas está longe de ser o meu favorito da temporada. Não consegui gostar do plot de Finnado (que está regredindo como personagem de novo), e o McKinley ficou esquisito, como se faltasse alguma coisa. Gostei um pouco mais da audição de Rachel, ainda que concorde sobre a relação esquisita com Shelby (que tem extrema relevância mas aparece de 6 em 6 meses).

PS.: A participação de Roz só valeu por "Sou uma criança do gueto, só consigo dormir bem depois de ouvir dois tiros no meio da noite".

Leon Smaldonne disse...

Poxa Camis... que coração peludo o seu hehehe... até que eu achei as musicas da Marley são fofas.

Lucas disse...

em relação às musicas originais, eu gostei de outcast e outra lá q eu nao sei o nome eu nao gostei muito nao, achei meio infantil. enfim, gostei do episódio, q realmente caiu na qualidade, mas nao foi exatamente ruim. adoro suas reviews, camis, parabéns *____*

Rayssa Braga disse...

Pra mim, esse foi um dos melhores ep's da temporada :o
E eu gostei das músicas da Marley, principalmente Outcast, bregas eram as da 2ª temporada, tirando claro as que você citou e a melhor de todas, My Cup, que será sempre imbatível.

Cacá SS disse...

Eu fiquei emocionadinha com o Don't Stop Believin', me diverti com o irmão gêmeo do Sam e com as aventuras de Finn e Puck na faculdade, então pra mim não foi um episódio ruim, ficou na média.

Mas concordo com você que eles deviam simplesmente parar com essa história de músicas originais. E eu já estou começando a pegar birrinha da Marley. "mimimi ninguém quer ouvir minha música" afff

Camila Oliveira disse...

Nunca gostei, não gosto e jamais gostarei desses plots de canções
originais em Glee. Eles tinham que deixar isso pra Smash que já é ruim e não faz
diferença.

Quando liberaram as músicas do episódio eu ouvi, não achei muito interessantes, mas resolvi assistir para ver se mudava de ideia, mas, não. Definitivamente não gostei.

Quanto às histórias, confesso não ter me importado muito com a audição de menina Raquel. Tinha visto um tweet da Lea Michelle em que ela postou umas foto com o resultado das audições e dava para ver que Rachel tinha ganhado o papel principal, aí nem fiquei ansiosa.

Impossível não lembrar de Greek nas cenas de Finn e Puck na faculdade e deve ter sido por isso que me diverti junto com eles. Só não entendi se Puck vai ou não se matricular. Vou torcer para a resposta ser sim.

Marley é uma fofa, canta maravilhosamente bem, mas, gata, vamos deixar outra pessoa encarregada das letras das canções? Também achei tudo muito clichê e brega, além de ter ficado com vergonha alheia pelos atores que tiveram que cantar aquilo. Já vi que vão perder as Regionais de novo...

Esse foi o episódio mais fraco da temporada, in my opinion, mas Glee está muito boa esse ano, então tem crédito e está liberada para não acertar 100% de vez em quando.

luisdpaula disse...

Ahh, eu gostei de Outcast.