segunda-feira, 18 de março de 2013

Grey's Anatomy 9x17: Transplant Wasteland


 
Um estranho no ninho.

Quando Grey’s Anatomy entrou em hiatus, ficamos com a informação de que, daqui em diante, Avery seria o chefe absoluto na nova conjuntura estabelecida para o Seattle Grace Mercy West. Soubemos, ali mesmo, que isso traria uma série de conflitos naturais e que dariam bastante gás à série, se tratados do modo correto. O que ninguém poderia imaginar é que, já no episódio de retorno, tudo isso se transformaria em emoção. Por que só isso descreve o efeito que esse episódio tem. É triste e bonito ao mesmo tempo. Um dos destaques desse nono ano que começou sob tensão, mas conseguiu conquistar o público da série.

Foi uma metáfora muito bem colocada, muito clara e que teve o apoio das histórias paralelas por completo. Era muito necessário fazê-lo, já que muita gente não aprovou a inclusão de Avery na história central, principalmente por que ele não é considerado um “personagem do primeiro time”. De fato, ele ainda não é, mas fica a impressão de existem planos para fazer dele alguém de maior destaque. A mudança tem sido gradual, inclusive e inclui também Kepner.

Com o sonho de um hospital dirigido por médicos saindo do papel e se tornando realidade, o episódio mostra os revezes administrativos, legais, contábeis... Um sem número de papéis, relatórios, regulamentações. Tudo ali, precisando ser revisto, discutido e colocado em prática para ontem, o que faz com que Avery fique no olho do furacão, tendo de rebolar para não ser engolido por colegas mais experientes e que não tem o menor pudor em demonstrar que não o respeitam como chefe.

A única pessoa a acreditar na capacidade de Avery é sua mãe e Katherine acompanha o processo de perto, refutando as dúvidas e questionamentos de Richard como uma leoa que defende a cria na Savana africana. Avery passa um bom tempo calado ou tentando não ser completamente minado, mas consegue sair do ostracismo e do medo paralisante de falhar. Não faz muito, não faz milagre, mas sobrevive e consegue se impor. A primeira a reconhecer esse fato é Bailey (que anda um tanto apagada, mas dá para compreender, com tanta coisa rolando), uma pessoa que não se intimida diante de nenhuma figura de chefia e sempre diz o que pensa.

Verdade seja dita, poderíamos até achar que Avery é um “coitadinho” por apanhar tanto dos colegas, o tempo todo, mas não enxergo assim a situação. É notável que o desafio e necessidade de se provar farão dele um chefe melhor e com maior capacidade de tomada de decisão. Sem criar essa “casca”, ele nunca será capaz de ser mais do que um residente de cirurgia plástica, como Cristina insiste em repetir num tom pejorativo.

Com o grupo formado por Meredith, Derek, Cristina, Arizona e Callie reunido e unido em todas as questões, Avery é o corpo estranho, o órgão transplantado e que pode sofrer rejeição total e destruir todo o processo. É por isso que todas as histórias do episódio giram em torno disso e são extremamente bem construídas e encaixadas.

 Mais uma vez houve um balanço raro entre humor e drama. Começamos com os pacientes de Cristina, vizinhos de bairro, que se tornaram vizinhos de quarto hospitalar e tem uma pendenga de traição para embolar o meio de campo. A rabugice e as provocações entre eles fizeram rir e encarar a situação com graça.  As artimanhas de Karev com sua paciente adolescente também foram mais para esse lado e, apesar de seu mau humor e agressividade, no final, ele é capaz de mostrar para Jo que está interessado. Aliás, os momentos ranhetas de Karev também são engraçados e compreensíveis, porque ele ficou de fora de toda a movimentação central e das decisões.

O que realmente mexeu comigo de modo inesperado foi o rapaz que decidiu desligar os próprios aparelhos e doar seus órgãos, ainda em bom estado, para salvar um monte de gente. Foi surpreendente porque era um personagem absolutamente avulso e ninguém espera debulhar um rio de lágrimas por um coadjuvante. A história era simples e poderosa. E funciona porque faz com que cada um de nós se coloque no lugar do paciente e depois, no lugar daquela mãe que chora desesperada, mesmo quando aquela era uma morte agendada e planejada de forma 100% consciente.

Complementando a forte dose emocional trazida por esse caso, vemos Avery despontar como um líder consciente e que tem pulso firme, capaz de administrar mudanças sem usar a Fundação controlada por sua família como escudo. Ali, Avery age apenas em nome do hospital, de seus diretores e funcionários. E quando ele surge com o novo nome “Grey Sloan Memorial Hospital”, aquele sentimento de perda que muitos de nós ainda temos, vêm à tona, mas depois de tanto tempo, já dá ver tudo com mais calma e como uma homenagem aos personagens que deixaram a trama de forma marcante (e traumatizante).

Também foi bom ver Derek e Owen conversando com honestidade, depois daquela briga no começo do episódio. Dá para notar que muitas decisões estão endo tomadas pelo fator emocional e que a ferida causada pela queda do avião está cicatrizando, mas não totalmente curada.

P.S* Cristina MUITO antiética ao contar para Owen da possível demissão.

P.S* Pior frase do episódio, by Katherine: “Só existe um quarto em que eu aceito ordens do meu namorado.”. Menos, muito menos, quase nada. Poderíamos passar sem essa.
Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Jorge Moraes disse...

Pra mim, esse foi um dos melhores episódios dessa temporada. Eu nunca esperaria ficar tao abalado com aquele paciente avulso. Adoro qndo Grey's sabe balancear humor e drama. Essa temporada está mto boa!!!!

alex disse...

Aquela que não pode ser mencionada, tá dando um tapa na cara de geral que falou que Grey's Anatomy Seria uma merda sem Lexie e Mark. Duvidei muito que Grey's Anatomy se reergueria, e essa é a segunda vez que Grey's perde coadjuvantes importantes( primeiro George e Izzie, depois Lexie e Mark). A única coisa que me incomoda, é ver a Bailey meio apagada, ms também quando ela voltar, vai ser épico. agora, só uma duvida, essa temporada vai ter 22 ou 24 episódios?

Raul Ribeiro disse...

Adorei o episódio. Só não fiquei emocionado na parte lá do doador avulso pq achei o ator bem canastrão. Achei que o Avery fosse por a Bailey como chefe de cirurgia, mas tudo bem.