quarta-feira, 6 de março de 2013

Dallas 2x06x07: Blame Game/ The Furios and The Fast


O momento pelo qual os fãs de Dallas estavam esperando.

Dallas vem desenvolvendo sua segunda temporada muito bem. Não é uma série perfeita, mas sabe desenvolver intriga e cativar, fazendo uso balanceado entre a nova e a antiga geração. Esses dois últimos episódios mostram essas qualidades com clareza. Foram dois bons roteiros, bem executados, interessantes, ágeis. Merecem elogios, sem dúvida.

Em ‘Blame Game’ vimos uma evolução fantástica na trama com Vicente Cano, que rendeu momentos de ação e o encerramento de praticamente tudo o que foi apresentado na temporada passada. Essa era uma pendência importante e vimos a família toda ser colocada em xeque quando Vicente resolve cobrar suas dívidas. Claro que a invasão de Southfork, a reação de Christopher e o desfecho com Drew resolvendo a parada com uma sacola de armamento pesado foram bem fantasiosos, mas isso é Dallas, então, fica permitido. Além do mais, a série é quase um “western” moderno, em que os cowboys mantêm seus chapéus, mas agem num nível mais empresarial. Menos quando a coisa aperta. Aí tudo vira tiroteio.

Para os Ewing, mais especificamente, quando a coisa aperta, o jeito é apelar para o bom senso ou chantagem. Bobby perdeu sua vantagem em relação a J.R e John Ross, mas consegue recuperá-la no episódio seguinte. Dessa vez, Suellen não quer dar ouvidos a ninguém e assume o risco de cortar Elena da Ewing Energies. Honestamente, acho que Suellen é muito mais capaz para assumir essa responsabilidade, mas a reação de Bobby e Christopher é compreensível, até porque, Pamela conseguiu o que queria e esses 10% das ações da empresa já se mostraram decisivos.

Não podemos deixar de lado o que aconteceu com Ann, que se livra da cadeia como num passe de mágica, com um júri que a considera culpada, mas não acha justo que ela fique presa. Gostei, particularmente, do discurso que o juiz faz para a mamãe Ryland, que ainda faz cara de ofendida e de surpresa quando as pessoas notam sua falta de caráter.

Também foi legal ver que Ryland fala umas verdades para a amada mamãe e chega até a agredi-la. Lógico que, na hora de necessidade, o complexo de Édipo fala mais alto e ele não dispensa a ajuda e presença dela, que inclusive acha que a neta, Emma, é filha dela com o próprio filho (oi?). É no meio dessa doideira que Emma resolve correr para os braços de Ann, porque afinal, qualquer ambiente familiar será melhor do que aturar a tensão sexual entre sua avó e seu pai. Além do mais, ela logo nota que existe um esforço muito grande em tirá-la de Dallas e mandá-la para a Inglaterra, já que o propósito de magoar (e sambar na cara) de Ann se cumpriu.

Nesse sentido, os episódios são bem interligados e “The Furious and The Fast” serve para reforçar a ideia de que John Ross e Christopher são a nova geração dos Ewing, vivendo os mesmo problemas de antigamente. O título é sugestivo, inclusive e vemos essa fúria de John Ross ganhar cada vez mais corpo, enquanto Christopher tem que ser rápido e matreiro para não se deixar vencer.

Isso tudo vem muito a calhar porque, é claro, todos já sabíamos que perderíamos J.R., o grande vilão e o personagem mais marcante de Dallas. Não sei se houve alguma mudança de rumo no roteiro ou adaptação depois da perda de Larry Hagman, mas de qualquer forma, a coisa foi muito bem feita e é possível reconhecer em John Ross o legado de J.R. Da mesma maneira, podemos ver as características de Bobby em Christopher.

Essa ideia foi bastante reforçada nesses episódios e ao final, vemos a última cena de J.R. na série, em uma conversa com o filho, justamente sobre identidade. John Ross, como a própria Suellen repete, é “filho de seu pai” e a partir de agora o personagem ganha peso e uma missão complicada: a de fazer jus a um ícone. Tenho me perguntado se Josh Henderson vai segurar essa onda, porque, no fim das contas, J.R estava aparecendo pouquíssimo, mas sua simples menção tinha significado. A partir da semana que vem, veremos essas mudanças em Dallas, mas tudo leva a crer que a série não perderá suas características, inclusive, porque deve se apoiar na polêmica “Quem matou J.R?”, algo que lembra o clássico “Quem atirou em J.R?”, já explorado na produção original. Sim, eu acredito que J.R foi assassinado e ele provavelmente sabia de seu destino, tanto que o clima de despedida ali é evidente.

P.S*Muito legal a presença de Ted Shackelford, revivendo Gary Ewing.
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