Só acontece em sonho.
A aproximação tão rápida deveria ter denunciado, mas a
esperança de ver Emily conquistando Will era maior. Depois, fiquei com cara de
pastel, dizendo para mim mesma: lógico que era sonho. Will é muito banana para
tomar uma atitude, Emily é muito banana para tomar uma atitude também e Micah
não ficaria completamente inalterado durante a aproximação do ‘bobão do
snowboard’, como é popularmente conhecido o rapaz que deveria acabar com as
necessidades sexuais de Emily. Pois é. Torci para que o sonho de Emily fosse
realidade, mas não foi dessa vez.
De qualquer forma, momentos de tensão sexual pontuaram o
episódio todo que, mais uma vez, foi bem divertido de acompanhar. Will está com
ciúmes sim, mas o que Emily não sabe é que o único modo de fazê-lo assumir o
que sente é ela mesma abrindo mão dele e partindo para outra. Will só responde
a ameaças, podem notar. E a maior ameaça, por enquanto silenciosa, é Micah. O
dia que Micah e Emily saírem dos gracejos amigáveis no corredor, será o dia em
que Will terá noção da merda que está fazendo ao escolher Cassandra e ao escolher
dormir no sofá, em vez de proporcionar outros tipos de “entretenimento”.
Foi a primeira vez em que Tyra teve utilidade (e ela até
mereceu ficar com hot Molly). Gostei de como ela ensina ‘a arte de oferecer o
corpo’, quase fazendo de Emily uma pegadora profissional. Quem não é tão boba
já teria aproveitado a chance de sair com aquele médico Don Juan, mas Emily
está se guardando para algo melhor e dependendo da sua torcida, interprete
melhor como Micah ou Will.
Com a chegada do novo médico, que já teve casinho com Drª Bandari,
acho que Micah pode partir para a ação. Até agora ele só fica observando e nunca
mostra o que está sentindo. Com Emily sendo tão desligada, não vai dar pra ser
pela sutileza. E vale lembrar que restam apenas três míseros episódios e
queremos ver alguma coisa sólida acontecendo. Ficarei imensamente frustrada se
nada mais for além.
Os casos da semana foram bons, como sempre, mas não consigo
olhar para Cassandra e achar que ela tem boa intenção. Acho que é um problema
da atriz mesmo, que não sabe passar verdade em atitudes abnegadas. Sempre
parece forçado e só por aparências, mas de qualquer forma, o lance do rapaz com
fibrose cística, sobrevivendo contra todas as probabilidades, foi muito bem
colocado e muito de acompanhar.
O desfecho da situação com a vidente foi meio óbvio, mas não
estou reclamando, até porque, a história funcionou. A série nunca descarta
esses elementos estranhos e acho que o estilo se encaixa bem na proposta de
fazer um drama mais leve, ainda que dando destaque para assuntos de vida e morte.
Outra coisa notável é a evolução de Drª Bandari. Não estou
dizendo que ela é uma personagem fabulosa ou algo assim, mas o esforço para
tirá-la do escanteio está valendo a pena. Pelo menos ela já se tornou mais
interessante, porque aguentar alguém que só dá ordens e é estúpida em todo
episódio, sem mostrar a que veio, não dá.
P.S*Muito boa a desculpa de ‘preciso montar uma estante de
livros’.