Acidentes e vaidades bizarras.
Todo mundo já sabe que Emily Owens M.D. só vai até o 13º
episódio e a pior parte disso é que nesse exato momento a série está
encontrando um tom muito bacana e imprimindo um ritmo ótimo para as trapalhadas
rotineiras da protagonista. No começo cada atitude de Emily inspirava profunda
vergonha alheia – e embora isso não tenha mudado – fica cada vez mais fácil se
identificar com ela e suas neuras.
O episódio dessa semana é simples, como os demais, mas
investe em bons casos médicos como diferencial. O que têm chamado bastante a
atenção do pequeno público que ainda acompanha a série é essa forma de
apresentar os problemas médicos envolvendo os personagens principais com essas
histórias paralelas. Não é a “invenção da roda”, especialmente em séries
médicas, mas temos de ser justos com a produção de Emily Owens M.D., que sempre
consegue atingir seus objetivos, mesmo sem um orçamento gigantesco que outros
seriados do tipo têm, em contrapartida.
Sendo assim, o acidente de carro acabou impressionando
(porque meninas empaladas sempre causam um ótimo efeito de pavor) além de
quebrar paradigmas. Sim, minha gente. Emily Owens M.D. literalmente samba na
cara da sociedade medicinal ao apresentar um caso clássico de LÚPUS. Sim. LÚPUS.
Como essa doença autoimune é piada constante para quem assistia House M.D, em
especial, a risada vale muito. Quase nem acreditei quando Emily brada em alto e
bom som que Ory, o garoto que dirigia o carro, tinha lúpus. Até eu estou aqui,
repetindo a palavra lúpus, só pelo prazer que isso traz.
Para completar o drama de Ory, a namorada passa por uma
cirurgia delicada e ainda pelo risco de ficar paralítica. Aqui o caso acabou
com final feliz, mas na vida real, só com muita sorte a menina sobreviveria. O
caso serviu para aproximar Emily e Will, que confia em sua melhor amiga para
revelar um trauma do passado, quando sofreu um acidente de carro que matou sua
namorada de colégio.
Aliás, a coisa está estranha entre os dois. Will lança
olhares cortantes para Emily e é por isso que a pobrezinha não consegue
desapegar. O mesmo já acontece com Micah, que até tenta ser estúpido e frio com
Emily, mas obviamente sofre a cada vez em que encontra sua pupila. Com Emily
dizendo que adora ser sua amiguinha, a situação fica ainda mais difícil. Como
dá para notar, a série conseguiu firmar bem o triângulo amoroso principal. Não
há dúvidas de que se houvesse continuidade os #teams existiriam e dividiriam o
público.
Voltando a falar de casos médicos, gostei bastante do que
foca na modelo com câncer no maxilar, mostrando que tem gente que prefere
investir em ilusões e não em soluções. Até tentaram desviar o foco e mostrar
que não era sobre vaidade extrema, mas a verdade é que era exatamente sobre
isso, apesar da abordagem que o roteiro tenta dar, de que era sobre perda de
identidade, o que, no fundo, também é válido. Se a principal característica de
alguém é a vaidade física, abalar essa confiança acaba num grande choque para a
pessoa. Infelizmente, quem pensa assim corre o risco de morrer mais cedo, como
pudemos ver.
Cassandra é impressionantemente boa sendo um nojo de pessoa
e, sem ela, a rixa entre ‘appXcards” não teria sido a mesma. Claro que aqui
Cassandra era o app e Emily era os cartões. Will apenas deveria fazer a escolha
certa, não é mesmo?
Apesar da grande falta de utilidade em Tyra, até aqui, a
aparição de "Hot Molly” parece ter sido proposital para criar algum interesse
pela personagem, o que poderia ser bastante positivo, mas não vai passar disso
pelo simples fato de que restam apenas cinco episódios para o fim da exibição
de Emily Owens M.D..