domingo, 11 de novembro de 2012

Grey's Anatomy 9x05: Beautiful Doom



 

Apenas Meredith e Cristina. Para quê mais?



Essa semana é uma daquelas em que a fé abalada em Grey’s Anatomy pode ser restaurada. A série se dedica a apresentar um episódio de estrutura simples, com foco nas duas grandes protagonistas, cada uma em um canto, com seus problemas, rotinas e dramas, mas sem jamais deixarem de estar interligadas. Meredith é a pessoa de Cristina. Cristina é a pessoa de Meredith. E assim, o episódio ganha força dramática absurda e emociona daquele jeitinho tão tradicional de Grey’s Anatomy.

A trama cresce exponencialmente e dá para prever que as histórias vão se cruzar além da linha telefônica. A gente só não faz ideia de que vai chorar (e muito) com um resgate e com uma morte. E antes que alguém diga que tem mortes demais na história recente da série (e eu não discordo dessa afirmação), farei uma defesa da que ocorre nesse episódio. Ela é absolutamente pontual e vem para marcar a evolução de um dos personagens. Ela não é feita para chocar nem nada assim e se encaixa perfeitamente nas intenções do roteiro.

É impressionante notar como a relação entre Cristina e Dr. Thomas se desenvolveu profundamente em apenas cinco episódios. É também notável nosso envolvimento com eles e essa é a parte mais importante, provavelmente. Dr.Thomas, que começa irritando Cristina com seus métodos arcaicos, se transforma num mestre. Ele é o primeiro amigo que ela faz depois do acidente, talvez o primeiro amigo verdadeiro desde Meredith. Para ele, essa amizade e o companheirismo profissional têm força imensa e logo já torcemos para que Dr. Park se exploda. Cheguei a cogitar que Cristina voltasse para Seattle e levasse Thomas como uma espécie de sidekick.

Cada diálogo dessa dupla ia dando mais e mais força para a situação. Não era só a luta por princípios e por dignidade, era uma questão de salvar vidas e praticar a medicina sem que egos costurassem o caminho. Thomas ensina para Cristina que o que importa é o paciente. O que importa não é apenas ser o melhor e ser bajulado. É saber manter a cabeça no lugar e ter a grandeza de passar para frente seus conhecimentos. Tudo o que está contido nas conversas deles é lindamente construído. As piadas internas, a imposição natural de respeito, o aprendizado. Quando Dr.Thomas literalmente “cai durinho no chão”, as lágrimas são inevitáveis. Cristina está perdendo mais alguém e  é isso que a conduz de volta para casa e para sua melhor amiga. Não poderia ser mais perfeito.

Em Seattle, cada atitude da nova Meredith chega a dar orgulho. Creio que nunca gostei tanto da personagem como agora. Uma mulher independente, decidida e que se equilibra entre trabalho e família. Mesmo com tudo por que passou, Meredith não endureceu. Não perdeu a alma e a candura. É por isso que torcemos para que ela salve a paciente acidentada.  Não é só ela quem precisa disso, mas nós também. Num mundo cheio de desgraças, alguém precisa ser salvo. É preciso acreditar que na pior situação o importante é não desistir antes da hora. Meredith usa seus talentos e conhecimentos para provar isso a si mesma e aos colegas.

Ganha respeito do Chief, dos internos e até de Bailey. A cena entre as duas, com os telefones das babás, pode parecer boba, mas não é. Bailey é uma pessoa difícil de agradar e ali, Meredith provou seu valor, como profissional e como mãe. Não dá para negar que todo o imbróglio com Zola, passando de mão em mão é engraçado (e mais engraçado é mandar nuggets de peixe pra o Brasil Day na creche) e essa dose de leveza cai como uma luva. Dancinha de 30 segundos, super merecida.

Foi muito bom ver esse episódio mais “limpo” e sem tantos focos variados. As aparições de personagens foram pequenas e uteis, mas não roubam a cena das atrizes principais. A folga de certos dramalhões também foi excelente para nos deixar respirar. Esse era o momento de reunir Meredith e Cristina e elas mereciam destaque. Ninguém (talvez só o público) sofreu mais do que elas com o acidente de avião e aí, quando ouvimos aquele desabafo - “Lexie morreu.” – durante o abraço de reencontro é impossível não se entregar novamente, diante da certeza de que Grey’s Anatomy, mesmo com tantos erros e tropeços, é grandiosa quando acerta no alvo.

P.S* Não quis incluir essa pequena crítica no meio da review, porque convenhamos, o episódio é ótimo, mas tenho uma reclamação sobre a sonoplastia. Nunca, em anos assistindo seriados variados, eu passei por isso. Nunca eu confundi efeito sonoro com defeito no meu fone de ouvido. Aquele eco medonho durante as ligações entre Meredith e Cristina (e em alguns momentos fora de propósito) foi completamente dispensável. Saí perguntando para as pessoas se o problema era comigo, se meu arquivo estava corrompido. Nada disso. Esse foi um defeito técnico complicado e que teve o poder de dispersar meu foco dos diálogos. Como sou teimosa, revi e sofri duas vezes, tentando prestar atenção ao que era dito e não no que ecoava de forma amadora nos meus ouvidos. Definitivamente a produção merece um puxão de orelhas.
Comentários
6 Comentários

6 comentários:

Bruna disse...

Linda review para um lindo episódio. Grey's no seu bom e velho modo de ser.
A amizade da Cristina com o Dr. Thomas foi uma das coisas mais legais dos últimos tempos da série. E depois da meredith, esse foi o primeiro amigo real da cristina. É incrível o quanto essa personagem cresce e aprendem a cada nova experiência que passa. Lá no fundo eu tinha a esperança da Shonda manter o Dr. Thomas e levá-lo para Seatle, mas o final do personagem foi fantástico, necessário e bonito.

Meredith cresceu, evoluiu de uma maneira que hoje é possível sentir orgulho da personagem. Esse episódio veio mostrar que sim, ela sentiu e muito a morte da irmã, mas que por sua evolução consegue lidar com isso de uma outra maneira. Os trinta segundos de dança foram muito fofos de ver. E o brilho no olhar dos internos, fez com que pela primeira vez eu sentisse simpatia por eles. Meredith profissionalmente virou uma força da natureza, segunda vitória importante em pouco tempo.

Enfim, parabéns pelo belo texto e que venham mais episódios assim

Andrey disse...

De fato, eu realmente achei que os meus fones estavam tendo um treco... Horrível. Eu, que vi sem legenda, achei foda entender o que elas falavam nessas horas...

juliana disse...

acho que esse eco explica o motivo da demora do rmvb legendado! hhahaa

sério, não consegui compreender o simbolismo da coisa e ainda ficou brega bagarai. e pensar que no começo tava achando o episódio com uma sonoplastia super clean, daqui a pouco vem o eco e boom na minha cara.

de qualquer forma, achei o episódio ótimo. a história da cristina com o dr. thomas foi uma das melhores coisas que aconteceu na série. esse foi o jeito mais coerente para humanizá-la. a cristina tem espírito velho, ela não pode ser sensibilizada como o alex foi, por exemplo, por crianças. toda a construção da relação dos dois foi incrível e essencial para o crescimento da personagem. 

eu sempre curti ambas, meredith e cristina, mesmo em seus piores momentos. amo as twisted sisters.

curti mto também a SUTILEZA de shonda nos mostrando como owen seria um ótimo pai apenas nos preparando para o fato que teremos o primeiro japa ruivo da televisão, em breve, em grey's anatomy. 

Hylanna disse...

Eu pensado que era meu fone que estava com defeito, kkkk. Obrigada, Camis. Ótimo episódio e Review... nem digo mais. Perfeito como sempre. :)

Ralph disse...

me desculpe viu, mas eu amei aquele efeito sonoro, mas sua review está ótima! exatamente o que Grey's estava precisando agora, um episódio apenas com Meredith e Cristina. amei tudo.

Livia Mazzini disse...

Perfeito sempre....sem duvida é o melhor seriado que assisto....terminando o episodio de hj eu tava chorando copiosamente....so mesmo Grey's!!!Principal destaque pra dancinha de 30 segundos "Quem não dançar esta demitido!!!" huashuashuas