Rookie Blue mudou. É verdade. Esse ano, a série resolveu inovar
em algumas coisas, arriscar um pouco e investir em novas dinâmicas para sair da
mesmice imposta pelos procedurals policiais que vemos por aí. Mesmo já sendo uma série de roteiro mais
leve, inclusive pela época do ano em que é exibida, Rookie Blue merecia um
pouco mais de atenção, no tocante ao texto e aos personagens.
Em três anos de série quase não vimos destaque
para qualquer personagem que fugisse do triângulo formado por Sam, Andy e Luke.
É por isso que a mudança é bem vinda e ajuda a aprofundar as coisas. Rookie
Blue é uma série bacana de acompanhar, mas essa falta de ousadia e de acontecimentos
fortes que vimos até hoje fez muita gente desistir pelo caminho. Não sei se
ainda é tempo de recuperar esse público perdido, mas ainda temos mais uma
temporada garantida na próxima Summer Season e, julgando por esse final, as
coisas podem se agitar ainda mais.
Uma das coisas interessantes foi
o retorno ao primeiro caso dessa 3ª temporada. Só isso já mostra a tentativa de
criar uma ligação maior entre as histórias e a vida dos policiais da 15ª
Divisão e claro, Andy continua sendo o centro de tudo. Apesar de eu reconhecer
esse esforço e acreditar que esse seja um bom caminho a seguir, tenho lá meus
problemas com a situação da granada.
Primeiro, que o público de Grey’s
Anatomy (que é até referência no lance dos ossos) já viu essa história da
protagonista ficar, literalmente com a bomba na mão, mas até aí... Tudo bem. O
problema mesmo é que não senti firmeza nas cenas e achei que aquilo era uma
granada de brinquedo. Não senti o perigo, o desespero, nada disso.
Andy tira a granada da mão da
menina sequestrada com tanta falta de cuidado que se aquilo ali tivesse que explodir,
teria explodido. Depois, ela fica gesticulando com a granada na mão, enquanto
Sam resolve que é uma boa fazer sua grande declaração de amor, segurando a
granada junto com Andy. Gosto do casal e sempre torci por eles, mas confesso
que a separação deles foi a melhor coisa desse ano, ainda mais quando lembro da
cena da granada. A emoção e a química que existia entre os personagens foram
engolidas pela terra? Aquilo tudo não encaixa bem e muito menos convence alguém
do amor de Sam por Andy.
É por isso que não fico com a
menor pena de Sam no final, quando ele decide que quer um relacionamento
maduro, mas Andy embarca, sem qualquer dúvida, na Força Tarefa de Luke. Se ela
não fizesse isso, seria ridículo e eu odiaria o casalzinho principal ainda mais.
Talvez a separação de Sam e Andy seja mais que necessária para que voltemos a
gostar dos dois juntos, um dia.
Como o clima todo nos induz a
pensar que algo pode se desenvolver entre Andy e Nick, fica a expectativa pra a
próxima temporada. Existem algumas possibilidades aí, algo quase como “troca de
casais”, mas não sei se vão investir em Sam com Gail. Já insinuaram isso uma
vez e ninguém comprou, mas não dá para negar que o arco desses quatro
personagens tenha desembocado exatamente nisso. Gail não perde o emprego
basicamente para não estragar o julgamento do assassino de Jerry e Nick resolve
entrar na força tarefa para superar a distância que supostamente existiria
entre ele e Gail. Uma baita confusão.
Ainda falando em romance, cheguei
a ter esperança de que Oliver saísse da mesmice com aquela esposa que o expulsa
de casa sempre que pode, mas tudo pode mudar no ano que vem. Comecei até a
pensar que Luke pode ter alguma coisa com Traci, mas é só minha imaginação
trabalhando. Com Chris querendo ser policial em cidadezinha do interior, resta
apenas Dov, avulso e sem nunca ter pegado ninguém da mesma delegacia, um plot
que é tão interessante que deve virar drama do personagem no ano que vem.
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