Se Washington não vai até Leslie,
Leslie vai até Washington.
Uma das melhores comédias da
atualidade está de volta e a alegria dos fãs só não é maior porque a audiência
não está das melhores. O problema em uma Premiere com números em queda (em
relação às premieres anteriores) é que precisamos pensar que os canais
competidores não lançaram as novas programações ainda, o que pode significar
ainda mais queda para a NBC, às quintas feiras. É um problema que se arrasta
desde o ano passado e nenhuma providência foi tomada. Dá até a impressão de que
se trata de autossabotagem. Resta a nós torcer para que Parks não seja engolida
por esse buraco negro e guiada ao cancelamento, mas vamos ao que interessa.
Como sempre digo, Parks and
Recreation tem um elenco com total domínio sobre os personagens que
interpretam. Esse episódio é um exemplo disso e de como pequenos traços de
personalidade podem fazer a diferença. Arrisco dizer que Andy roubou a cena com
suas maravilhosas e perceptivas observações sobre a arquitetura erótica da
capital americana. Prédios e monumentos em formatos de peitos e pênis fazem
pensar que Washington é pura sacanagem.
É claro que a cidade também esconde
segredos e mapas do tesouro em suas escadarias e em pedaços de chiclete
mastigados. Não dá para negar que Andy é o melhor guia turístico para uma
visitinha aos pontos mais badalados. Só ele conhece a fundo a história por trás
do salão oval. Acho que cobrar 200 dólares por tanta informação é até pouco.
April não está sabendo aproveitar o potencial do marido nessa “nova profissão”.
Outro destaque é Ron – Fucking –
Swanson e seu churrasco nada amigável. O porquinho Tom não sobreviveu a esse
megaevento do Departamento de Parques, mas Tom (o original) continua firme e
forte, exalando masculinidade e espalhando purpurina pelo mundo. Confesso que
não vejo a menor graça nas interações entre ele e Ann. Já não era bom no ano
passado, convenhamos e espero que o fim do relacionamento falso seja mesmo um
ponto final. Os dois não têm a menor graça juntos e acho que Tom funciona
melhor avulsamente.
Claro que fiquei pessoalmente
ofendida com a falta de apreciação pelo churrasco legítimo de Ron. O cara
entende da coisa e não estava oferecendo carne moída na grelha, mas verdadeiros
pedaços suculentos de gado. Pelo menos no final, Tom (o porquinho) serviu para
educar o paladar do pessoal e Ron até aceitou a existência de um vegetal em sua
nababesca refeição.
Leslie também teve seu espaço e
oportunidade de perpetuar a sacanagem por Washington, fazendo Ben mostrar a
bunda sempre que houve chance. Já que ela não para de trabalhar, aproveitou a
viagem para protocolar um pedido de ajuda para Pawnee (INDIANA: REGISTRE-SE) e
se deparou com os entraves de sua coisa favorita no mundo: a burocracia.
Uma das coisas bacanas do
episódio foi a participação de figuras da política americana. Leslie pôde
conhecer os números #4 e #26 de sua lista de Mulheres Incríveis, as senadoras
Barbara Boxer e Olympia Snowe. Para completar, um encontro no armário com o
senador John McCain, que por sorte não foi notado por Leslie, ou nossa “council
woman” não sairia viva do episódio, diante de tanta emoção.