sexta-feira, 31 de agosto de 2012

The New Normal 1x01 (Preview): Pilot


 Quem define o que é normal?

“Ser diferente é normal”, já diz uma campanha publicitária de inclusão social, que vira e mexe aparece nas TV’s brasileiras. Essa frase de abertura está aí justamente para colocar em foco toda a polêmica em torno de The New Normal, comédia que estreia pela NBC no dia 11 de setembro, mas que teve o Piloto liberado pela emissora um pouco antes, para testar a audiência.
A tal polêmica, é claro, vem por causa do tema da série, em que um casal de homossexuais decide ter um filho, utilizando uma barriga de aluguel. Como estamos em 2012, seria de se esperar que ninguém ficasse realmente chocado com algo assim ou que os mais “conservadores” (para não dizer preconceituosos) apenas ignorassem a produção e seguissem com suas vidas. Para se ter ideia, a afiliada da NBC em Utah (Estado de maioria Mórmon) tirou The New Normal de sua programação, antes mesmo da estreia, assim como já fez com The Playboy Club, Coupling e pasmem, Saturday Night Live. O grupo intitulado “One Million Moms” segue a mesma linha e anunciou boicote ao programa por não considerá-lo “normal”. Pois é.  Agora imaginem o tipo de bagunça que pode surgir quando a série de fato começar.
Todo esse barulho em torno de The New Normal, criada por (titia) Ryan Murphy e Alisson Adler, vem muito do texto direto e sem meias palavras, o que para mim, pessoalmente, é um grande trunfo. Já na Series Premiere a série se preocupa em nos apresentar cada personagem e mostrar os diferentes tipos de opiniões sobre a abordagem central. Tudo naquele estilo já conhecido por quem acompanha o trabalho dos produtores de Glee e American Horror Story.
Eles usam situações extremas e algumas vezes caricatas para expor grandes verdades sobre o pensamento de certos grupos de pessoas, utilizando sempre o humor para, literalmente, enfiar o dedo na ferida. Há quem seja contra o estilo e julgue-o erroneamente como ‘raso’, mas é bem ao contrário. O que muitos não notam é que esse estilo de fazer troça com algum exagero passa a mensagem pretendida de forma mais eficaz do que um texto rígido e sombrio, por exemplo.
O que surpreende em The New Normal, além do elenco que foi muito bem escolhido, é justamente essa coragem de dizer, em alto e bom som, que os tempos mudaram, a sociedade evoluiu e não existe mais lugar para preconceitos. E a série se preocupa em evidenciar o assunto não apenas com relação aos gays, mas também em questões raciais, de idade, de altura... Para exemplificar esse “novo normal” do título, há depoimentos de famílias nas mais diversas formas e tamanhos, evidenciando o fator principal em todas elas: o amor.
Mesmo que todos esses elementos contidos no episódio pareçam extremamente sérios, eles vêm de uma análise do conteúdo, porque ao assistir à série o clima é outro e o bom humor nunca falta. Tudo começa quando Bryan (Andrew Rannels) percebe que sua vida com David (Justin Bartha) ficaria ainda melhor se eles pudessem ter um bebê. O casal discute possibilidades e decide por encontrar uma “barriga de aluguel”. Depois de alguns contratempos no processo, eles encontram Goldie (Georgia King), uma jovem mãe que está tentando recomeçar a vida ao lado da filha Shania (Bebe Wood) e tentando desenhar um futuro melhor para a menina.
Tendo sido traída pelo namorado e tendo vivido uma sucessão de desastres pessoais e profissionais, Goldie se candidata à “barriga de aluguel” e pede à agência que organiza os encontros entre os futuros pais que lhe encaminhe para um casal gay, porque para ela, todos devem ter chances iguais de construir uma família.
O grande contraponto dentre os personagens é Jane (Ellen Barkin), a avó de Goldie que não titubeia em proferir seus pensamentos em alto e bom som. A atriz, sem dúvida, ficou com um grande desafio, já que Jane não está nem aí quando o assunto é mostrar sua homofobia ou racismo. Isso, só para começar. É claro que, aos poucos, Jane deve ser humanizada e até mudar de atitude, afinal, esse é o objetivo do arco central de The new Normal. Para começar, ela revela que não gosta de homossexuais por ter descoberto que o próprio marido era gay e mantinha um romance com um amigo. Jane, como toda mulher educada para ser apenas a esposa, passou a vida toda aguentando tudo calada e agora, aproveita para descontar suas frustrações em quem, naturalmente, não tem nada a ver com isso.
Para combater a forte presença de Jane, Rocky (Nene Leakes), a secretária de Bryan, vem com tudo. Ela faz o tipo que não leva desaforo para casa e vai dizer boas verdades, sempre que for necessário. Sendo assim, dá para notar que há um bom balanço entre a acidez e a ternura, que deixam aquele gostinho de ‘quero mais’ para aqueles que já decidiram acompanhar a série. The New Normal, além de ter feito uma boa Series Premiere, tem tudo para ser uma das novas comédias de sucesso na temporada. O assunto é atual e a abordagem adotada é interessante.
Ryan Murphy (Glee, American Horror Story) e Alisson Adler (Glee, Chuck) atuam como roteiristas de The New Normal. Dante Di Loretto (Glee, American Horror Story) também é produtor executivo da série. O episódio Piloto foi dirigido por Ryan Murphy.
Comentários
10 Comentários

10 comentários:

Yan disse...

É tudo tão rápido e tão engraçado que nem dá pra respirar direito!
Huahuahuah
Eu gostei, principalmente nas menções a The Good Wife.

Luisa disse...

E uma das séries que eu pretendo assistir pra ver, mais eu fico com a impressão de que o texto inteiro caberia na series premiere de modern family.. Até o titulo, new normal (em termos de familia) modern family...parece que seria como se o Mitchel e o Cam tivessem ganhado um spin off com a "marca" de titia ryan, até a trama deles é a mesma ter um bebê... Mas vamos ver

Carlos Figueiredo disse...

Minha aposta para as comédias da Fall Season aparentemente deu certo. Gostei muito de The New Normal, o elenco todo é bom, as piadas são ótimas e ainda é primeira temporada, então a maldição de Titia Murphy não pegou.

Diogo Soares Pinguelli disse...

Agradei muito do piloto, Titia Ryan Murphy acertou de novo, mais um tapa na sociedade americana...
Não sei porque mas a Shania me lembrou muito a Olive de Little Miss Sunshine...

Pvaz74 disse...

black sue volte para Glee já.....

Lucas Magalhães Melo disse...

Muito bom!

Marcelo Motta disse...

Fazia bastante tempo que não via um piloto tão bom... espero que a audiencia ajude e a série não seja cancelada, pq acredito que vai ser diversão e fofura garantida... :)

Janaina disse...

Ai Camis, eu queria muito escrever um comentário nesse blog dizendo o quanto eu gostei da série, o quanto o piloto foi ótimo, que eu ri muito, etc... 

Mas infelizmente as minhas impressões não foram essas, eu achei o piloto calculado demais pra fazer todos que assistiam fazerem "Awww que bonitinho!!!!", feito exclusivamente pra agradar de forma politicamente correta (por mais que tenha a figura da avó pra ser a preconceituosa ela acaba se tornando uma figura muito caricata e risível, praticamente a piada pronta da temporada), o casal gay é muito Kurt e Blaine, toda a sequencia do parquinho quando um deles diz que "ser anormal é normal" foi muito expositivo, quase didático. Eu não ri de nada (até mesmo porque eu já tinha visto as cenas sobre The Good Wife e o elefante gay nas promos...)

Tenho a impressão que Modern Family e até Raising Hope fariam tudo com mais naturalidade...

Eu acho que a crítica sobre a sociedade preconceituosa seria mais efetiva se a avó, ao invés de tão "na cara", fosse mais condescendente (as pessoas preconceituosas não se identificam como pessoas preconceituosas)... do tipo ao invés dela falar: "eu amo pessoas gays, eles são os únicos a deixar meu cabelo incrível" ela falasse assim: "eu amo pessoas gays, como vc pode insinuar que eu não gosto de pessoas gays se todo mês eu confio a elas uma das partes do meu corpo mais vulnerável: meu cabelo... que, aliás, fica incrível!!!."

Provavelmente o problema está comigo e não com a série... sei lá.

Fernanda disse...

Eu achei bom..porém eu acho q vai crescer e se tornar melhor até pq eu senti a mesma coisa q quando eu vi Glee...

Cirilo Becher disse...

Eu adorei! O segundo episódio também é muito bom. Gostei da abordagem de que todos devem se ajudar. Bons atores e loucuras muito legais.