domingo, 24 de junho de 2012

Dallas 1x03: The Price You Pay


 “A melhor maneira de entender um homem é falando com seus amigos e inimigos. Meus amigos estão na Assembleia Legislativa. Meus inimigos... Será difícil de encontrar”.
J.R. – O MITO

Todo mundo que gostou do intenso ritmo de Dallas e estava na dúvida sobre a manutenção dos 80 mil twists por segundo pode ficar tranquilo. A série mostra, em seu terceiro episódio, que vem com roteiro ágil, muitas maldades e armações garantidas ou seu dinheiro de volta.
Fica evidente que a TNT está apostando alto na produção e que pretende emplacá-la de vez. Se as coisas continuarem assim, tão interessantes e cretinas como estão, acho que não tem erro. Dallas pode ser um dos retornos mais bacanas dos últimos tempos.
O que chama a atenção é o fato de que a série é muito legal para quem tem alguma noção da original, mas é igualmente bacana para quem não tem a mínima noção das referências. Mesmo assim, faço questão de citar as que fui capaz de captar, porque elas aumentam ainda mais o nível de cremosidade dos diálogos e acontecimentos.
J.R – O homem, a lenda, o mito – é o rei das referências até agora, citando o pai, a mãe, velhos inimigos e lembrando até da maior pergunta que permeou a antiga Dallas: “Quem atirou em J.R?”. Quando J.R fala que “Balas não parecem ter muito efeito sobre mim, querida”, na cena com Ann, que aponta a espingarda para ele num dos depósitos, é essa referência. Algo parecido com o “Quem matou Odete Roitman?”, que elevou monstruosamente a audiência de Dallas na época e fez a trama famosa em mais de 60 países.
 Por essas e outras eu já sou fã incondicional do que eu considero o maior vilão da história da TV. Achavam que John Ross era ruim? Pois J.R é ainda pior. Esse homem é o rei da cara de pau. Já na primeira cena, uma das melhores que já vi na abertura de um episódio, ele tem uma “conversinha” com John Ross, empunhando uma navalha, e deixa claro quem é que manda ali, citando Jock, o patriarca dos Ewing e seu modo extra carinhoso de tratar os filhos e incentivar a competição entre eles. Impossível não amar o modo como ele se alia ao filho, orgulhoso por ter sido enganado pelo garoto, prevendo que dali sairá uma parceria rentável, afinal, tal pai tal filho.
Lobell que se cuide, porque John Ross vai encontrar um modo de se livrar dele. Marta e seus amiguinhos mafiosos estão na mesma situação. J.R não está mexendo com petróleo por ser um amador, embora suas táticas para lidar com Bobby sejam as mais primárias. O lance é que J.R, por seu histórico com Bobby, já subestima o caçula, que sempre foi queridinho da mamãe, Miss Ellie. Nem sei mensurar o tanto que ri na encenação de velho decrépito que ele faz, dizendo sempre que pode “Bobby deveria vender Southfork”. Sutileza predomina.
Sem prever (aparentemente) um belo golpe se formando, Bobby realmente vende o rancho e a coisa vai se embolar tanto que bem consigo prever. Na jogada temos J.R, John Ross, os mafiosos venezuelanos e até Cliff Barnes, o ex-cunhado de Bobby e um dos amantes de Sue Ellen. Por isso que J.R afirma que quando o homem morrer “serei aquele SAMBANDO na sua cova”. Sue Ellen, na primeira versão fica grávida e ninguém sabe se o bebê é de J.R ou de Cliff Barnes.
Cliff também não é flor que se cheire e por isso, Christopher fez bem em não querer que ele financie seu negócio de Peido Congelado. Ainda mais agora que ele descobriu que é só colocar uma colher de Sustagem no oceano que os tsunamis serão evitados. Investidores bons e honestos não vão faltar.
Com tanta felicidade na vida de Chris, algo tinha de destruir a maré de boa sorte. A descoberta de que Bobby tem um tipo raro de câncer caiu como uma bomba, mas o que surpreende mesmo é o nível da medicina em Dallas. Basta que Bobby diga que retirou metade das tripas por laparoscopia que suas andanças pela fazenda, como se nunca tivesse sido operado e não precisasse de uma bolsa colostômica, ficam normais e ninguém questiona. Foi a retirada de tumor mais surreal do mundo, com certeza. E ainda temos os remédios contra o câncer, que causam problemas cardíacos... Uma maravilha.
Chris mais uma vez aproveita pra dar um belo ataque de pelanca, justificativa fácil para se pegar com Elena, que almoça com a esposa de seu grande amor e depois se agarra no moço como se a pobre Rebecca não existisse. Mas é claro que Rebecca é a quenga maravilhosa que eu previa. Eu sabia que ela tinha armado o envio do e-mail, afinal, ela e o irmão (que ainda vai ter caso tórrido com Ann, podem anotar) têm interesses que ainda vão nos surpreender.
O chocante nisso é perceber que é fácil planejar um golpe do baú. Você manda um e-mail para um bofe avulso, simula um encontrão com ele num trem, na China e pronto. Só esperar pelo pedido de casamento. Rebecca, no entanto, tem seu lado bom. Ela está apaixonadinha pelo marido e mesmo sendo traída abertamente, decide não usar o pen-drive maligno e proteger a patente do Peido Congelado. Mal posso esperar pelo momento em que John Ross vai usá-la e até dar uns pegas nela, como brinde.
Comentários
5 Comentários

5 comentários:

Lucas Magalhães Melo disse...

"O chocante nisso é perceber que é fácil planejar um golpe do baú. Você manda um e-mail para um bofe avulso, simula um encontrão com ele num trem, na China e pronto. Só esperar pelo pedido de casamento. Rebecca, no entanto, tem seu lado bom. Ela está apaixonadinha pelo marido e mesmo sendo traída abertamente, decide não usar o pen-drive maligno e proteger a patente do Peido Congelado. Mal posso esperar pelo momento em que John Ross vai usá-la e até dar uns pegas nela, como brinde."

Estou mijando de rir depois deste ultimo paragrafo, kkk!

Acho que este "peido congelado" ainda vai dar errado, kk! Vai ter uma explosão e alguém vai pro coma, ta escrito já! kk

Sera que so eu percebi que J.R. é John Ross abreviado, ou foi so que que ainda nao percebeu isto? kk

pace diniz disse...

Nossa essa série é demais
mas um quer ferrar o outro
vamos ver no que vai dar
com certeza um sucesso

Vanessa disse...

ESTOU AMANDO DALLAS

Achei que seria algo bem mais tosco,mesmo com plots absurdos e cirurgia milagrosa ,pero no mucho,acho a serie boa,os atores não são ruins e é uma sambada na cara atras da outra.

Margarethm5 disse...

Eu percebi sim que John Ross é JR abreviado, mas não é por isso que JR é chamado assim, é porque ele tem Junior no fim do nome. Tanto que Pamela o chama de Júnior.

bárbara disse...

Na verdade, ele é JR porque é John Ross mesmo, mas é John Ross Junior. 
O pai era John Ross Ewing, apelido Jock.
O JR é John Ross Ewing Junior, apelido JR.
O filho é John Ross Ewing III.