quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dallas 1x01x02: Changing of the Guard/ Hedging Your Bets


 Os Ewing estão de volta e isso definitivamente não é um sonho.

Sucesso na grade da CBS de 1978 a 1991, Dallas, a série estilo “novelão” mais famosa da TV mundial está de volta pela TNT, causando grande rebuliço nessa Summer Season, quando, via de regra, a programação fica um pouco mais leve. Como essa é a época ideal para testar novos produtos, podemos dizer que a emissora está tentando ter certeza de que o público ainda está interessado em uma série desse tipo.
A julgar pelo recente sucesso de Revenge, parece que a aposta é certa. Dallas voltou com tudo, em uma Premiere dupla em que muita coisa acontece, tirando nosso fôlego e impedindo sequer um piscar de olhos. A audiência respondeu bem ao lançamento e Dallas foi o programa mais assistido nessa quarta feira, com média de 6.9 milhões de espectadores. Isso porque estamos falando de um canal a cabo.
Fiquei extasiada. Os dois episódios são uma sucessão de plots twist, recheados de drama, estratagemas, armações, traições, ameaças... Chega a ser surreal o modo como a trama flui e cresce, levando em conta que estamos falando apenas dos dois episódios de estreia. Para quem gosta de histórias bastante movimentadas e personagens de caráter duvidoso, Dallas é um prato cheio e diversão mais do que garantida.
É importante dizer que quem não assistiu à série original não precisa ter medo algum de não entender esse “recomeço”. Os detalhes e conexões entre os personagens são explicados ao longo da Premiere e é super fácil de acompanhar. Além do mais, tentarei dar um vislumbre (breve) do que foram as 14 temporadas de Dallas. Eu também não assisti essa delícia completa, mas a série fez história e tem momentos épicos que merecem destaque. Quem ainda não sabe de nada vai acabar surpreso com a ousadia de roteiro e o nível de cretinice alcançado por esse verdadeiro clássico.
Recomeço é a palavra prefeita para descrever essa nova versão de Dallas, que traz de volta três personagens centrais: Bobby, J.R. e Sue Ellen Na original, o público acompanhou as intrigas e a briga pelo poder dentro da abastada família Ewing, dona do Rancho Southfork, que continua sendo o cenário principal.
No centro estavam os irmãos Bobby Ewing (Patrick Duffy) e J.R.Ewing (Larry Hangman), que travaram uma batalha destrutiva pelo controle da propriedade familiar. J.R., o filho mais velho, faz a linha megaevil e nada confiável, enquanto Bobby, o caçula, era mais sensato e muito ligado à mãe. Tanto é que, logo no começo dessa Premiere, Bobby afirma que precisa honrar as vontades descritas por Ellie Ewing em seu testamento, afinal, o petróleo foi grande gatilho de todas as encrencas por que passaram e o objetivo é assegurar que a família não entre em novas disputas envolvendo o chamado ouro negro.
Como o grande lance em Dallas é babado e confusão, é lógico que a nova geração dos Ewing está se envolvendo justamente com petróleo, que promete dividir a família novamente e trazer milhares de problemas para todo mundo. Bobby e J.R, é claro, continuam prontos para brigar, mas seus filhos não vão deixar por menos.
John Ross (Josh Henderson) é o filho de J.R com Sue Ellen (Linda Gray) a mulher mais chifrada e humilhada numa série de TV. John pode até parecer bom moço, mas herdou a personalidade do pai. Quando você menos espera, ele já sambou oitenta vezes na sua cara e sua única opção é aplaudir de pé. Ele começa como entusiasta do petróleo, perfurando no quintal de Southfork (que não é pouca porcaria em tamanho), namorando a filha da cozinheira. No fim do segundo episódio ele já está levando golpe da amante latina (porque John é um Man Whore) e enganando o próprio pai, para ser o único dono do rancho. Além disso, ele tem um olho verde e outro azul que deixam qualquer um zonzo e as cenas de shirtless (poucas) valeram a pena completamente.
Christopher (Jesse Metcalfe) é o primo de John Ross, filho adotivo de Bobby e Ann (Brenda Strong), um rapaz empreendedor e que luta para se sentir reconhecido como um Ewing original.  O mais legal sobre Chris é que ele é um cara de visão empresarial diferenciada e foi ele o grande responsável por eu me prender à série logo de início. Não, estou falando da beleza do moço, mas sim do melhor plot de todos nessa Premiere.
Chris está procurando investidores para seu projeto de comercializar – guardem bem essas palavras – PEIDO CONGELADO. Vocês não leram errado. Essa cena é surreal. Primeiro porque ele retira uma pedra de gelo imensa de uma bolsa e incendeia o troço, antes de apresentar, cheio de pompa: “Isso, senhores, é peido congelado. Uma maravilhosa fonte de energia que vai revolucionar o mundo”.
Meu queixo caiu nessa hora e tive certeza de que não poderia mais viver sem Dallas. A coisa fica ainda melhor quando descobrimos que a extração de Peido Marinho (que será congelado depois) causou um TERREMOTO na China. É ou não é a novela da vida real?
Todo esse drama do Peido Congelado motiva os acontecimentos principais nos episódios. John Ross usa isso numa chantagem maravilhosa, para tentar impedir tio Bobby (que está com câncer e decidiu vender Southfork por não confiar em ninguém) de vender a propriedade, mas ele está determinado. Nem mesmo a afirmação de Chris, que garante que pode cuidar dos bois e vacas nos pastos, convence Bobby, mas muitas surpresas vêm aí e o rancho vai cair nas mãos de pessoas com intenções muito obscuras. Nem mesmo a astúcia de J.R., que passou anos se fingindo de múmia num asilo, vai ser capaz de impedir tudo isso.
No olho do furacão temos ainda Elena Ramos (Jordana Brewster) a tal filha da cozinheira, que obviamente se envolveu com os dois primos e agora quer utilizar seus conhecimentos petrolíferos para enriquecer, financiada por Sue Ellen. Elena começa se esfregando muito com John Ross numa chuva de óleo, até que o drama do E-mail explode e ela resolve ficar sozinha. Acontece de Elena deveria estar casada com Chris, mas um e-mail separou o casal no dia do casamento. Elena e Chris descobrem essa terrível armação no dia em que ele está para se casar com outra e John Ross vira principal suspeito.
Lógico que o e-mail foi mandado mesmo por Rebecca Sutter (Julie Gonzalo), a esposinha de Chris, que não é uma menina meiga e prendada, mas uma safada oportunista que está ali para destruir os Ewing com a ajuda do irmão. Os motivos ainda são desconhecidos, mas quando ela conta a história de como conheceu Chris, fica óbvio que nada daquilo foi ao acaso.
Como dá para notar por essa pequena descrição, Dallas pretende ser uma produção muito ágil e surpreendente. Eu a descreveria como uma guerra em que um quer ser mais megaevil que os megaevils e no fim, todos são mais do que megaevils.
Não existe gente boazinha e inocente e, mesmo aqueles que resguardam alguma nobreza em suas ações, vão se render aos golpes baixos e sujeiras necessárias para continuar no jogo. Todos serão vilões em algum momento e, já que os malvados são nossos preferidos, Dallas tem tudo para ser uma dessas séries em que amamos todos os personagens. Quanto pior, melhor.
Na equipe de roteiristas está David Jacobs, criador da série, Warner Horizon e Cynthia Cidre. A direção fica por conta de Steve Robin.
P.S* Se você não entendeu porque há tantas referências a sonhos e chuveiros no material promocional e até na frase de abertura dessa review, saiba disso: Em 1985, Bobby Ewing foi atropelado e morto na série, porque o ator Patrick Duffy pediu para sair. Como o público odiou a mudança, Duffy retornou à série, exigindo uma explicação plausível para isso. O resultado? Os roteiristas inventaram que a TEMPORADA INTEIRA havia sido apenas um sonho/pesadelo da esposa de Bobby (Pamela), que desperta e o encontra tomando um banho, tranquilamente. Para mim, esse é a melhor resolução já feita em qualquer série do universo. Esperem por coisas desse nível na nova versão de Dallas.
P.S* Uma série que já começa com um casamento de luxo, baile do Rei do Gado, Boa Noite Cinderela e Sex Tape merece ser vista.
P.S*Dallas vai ser um festival de crocâncias e delícias. Realmente imperdível.
P.S*Selvagens e sensuais as sobrancelhas demoníacas de J.R.
P.S*A abertura da nova versão é quase igual à original. Só foi modernizada.
P.S* Dallas estreia no Brasil pela Warner Channel, no dia 18 de junho, às 22h. Até que chegou rápido!
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

Pobricitario disse...

Camis, vc devia assistir revenge. imagino como suas reviews seriam crocantes

Lucas Magalhães Melo disse...

"Peido Congelado", morri! Kk, com certeza vou conferir!

Vanessa disse...

Tava esperando estreiar na tv pra ve se realmente valia a pena,mas depois dessa review vou correndo fazer esse download,especialmente se tiver o nivel de crocancia de Revenge,que vc deveria assistir pra ontem.

Ataíde Neto disse...

Camis, sua review me convenceu a assistir essa série só pelo primeiro PS.

rafaela disse...

Ela já assiste. Só que por debaixo dos panos ;P

Victor Hugo David disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk, li até a aparte do peido congelado, vou ler o resto dpois de assistir o episódio! Eu já tava super esperando pela série, agora então nem se fala!


Ps. a série chegou rápido mas aposto que não vão ser passados os dois ep.s, daí vai ficar uma diferença de uma semana e meia entre os EUA e a Warner, só agonia na minha vida de ter que comentar uma semana e meia depois!! :(

Daniel Dos Santos disse...

Hey Tamis... hey tamis... cadê as reviews de True Blood?

Anônimo disse...

Viajando e fugindo um pouco de Dallas... Camis, não seria ótimo se Greys e shonda (bitch) imitasse dallas e aquele acidente fosse só um sonho da Meredith? Haa ela podia acordar e encontrar a Lexie na cozinha comendo cereal kk

Yago disse...

Noooooossa a Camis tem que ver Revenge!! URGENTE