Quem vai ficar com Marilyn?
Falta apenas um episódio para a temporada de Smash chegar ao
fim e a pergunta aí de cima continua válida. O papel de Marilyn em Bombshell
parece estar amaldiçoado, porque ninguém consegue ficar com ele por muito
tempo. Exemplo disso é Rebecca sendo envenenada. Não dá para saber se ela
cometeu uma auto-sabotagem, mas se precisarem acusar alguém eu sempre digo que
a culpa é de Ellis.
Ele detesta Rebecca e acha que o problema todo é a nova
atriz que ele tanto se esforçou para conseguir. Sua amizade com Ivy pode ter
sido um incentivo a mais, embora eu ache que seria óbvio demais que Ellis fosse
o “assassino”. Surpresa seria se Karen ou algum coadjuvante avulso estivessem
na tramoia, mas não creio que o assunto vá além. Precisavam de uma boa desculpa
para a saída de Uma Thurman (que deixa a série por estar grávida, apenas) e
essa foi a solução.
Dito isso, preciso confessar que quanto mais Smash eu vejo,
menos Smash eu entendo. Realmente gosto da série e comecei bastante empolgada,
mas tenho a impressão de que o foco se perde muito facilmente em alguns momentos.
Gostei bastante do número musical na igreja, mas ainda não entendi porque ela
existe. Só para colocar uma canção gospel no episódio?
Smash ainda não sabe criar boas deixas musicais e aí, cito
novamente o número indiano, que foi o que realmente deflagrou o problema e
chamou atenção de todos. Antes eu até comentava sobre a quantidade de cenas de
karaokê, que foram a desculpa para começar a maioria dos musicais no comecinho
da série.
Smash não precisa disso. A série é o que é e ninguém vai
ficar escandalizado com um personagem começando a cantar para expressar seus
sentimentos ou seu momento na trama. Creio que todos entendem que musicais
funcionam assim e por isso, cortar as desculpas esfarrapadas seria de grande
valia e deixaria tudo mais natural.
O que realmente gostei nesse episódio foi o estremecimento
na relação de Julia e Tom. Dois atores excelentes, que passaram a mágoa daquela
situação muito bem. Foi a hora da verdade para Julia, que insiste em culpar o
amigo pela crise em seu casamento, mas há certa confusão aí. Até pouco tempo Julia
estava absolutamente lúcida sobre seu caso com Michael, mas o pavor de não
resistir a ele deve ser traumatizante. Tanto que ela começa a culpar a todos
pelos erros que cometeu.
Como todos sabem, gostei do retorno de Michael não apenas
pela parte em que ele mexe com os sentimentos de Julia, mas pelo valor musical.
O cara manda muito bem cantando e só ele pode ser o Mr. DiMaggio de Bombshell.
A prévia do espetáculo, inclusive, vem envolta em problemas,
a maioria deles no campo pessoal, mas a questão principal foi a falta de
aplausos. A cena em que Marilyn morre, aos sussurros foi mesmo muito estranha,
mas não justifica a falta de respeito com o restante, que é muito bem
feito. O erro deve estar nisso.
Bombshell é um show alegre e bem humorado e as pessoas ficam muito depressivas
com um suicídio no final. Mal posso esperar para ver o novo desfecho, que deve
se cataclísmico.
Já que a Marilyn oficial está de saída, nada como uma boa
traição para atrapalhar a recente amizade de Karen e Ivy, não é mesmo? Até
cogitei que Ivy e Dev não soubessem quem o outro é (o que não alivia em nada),
mas não. Fizeram o que fizeram conscientes e agora passam o tempo todo fazendo
carão. Karen só não notou porque gosta de parecer idiota, porque os olhares de
culpa dos dois entregavam tudo.
Poderíamos até dizer que uma parcela da culpa é de Derek, um
diretor como o exposto nas canções de Bombshell, que adora levar suas atrizes
para o sofá. Essa história de “dar atenção” para Rebecca é a desculpa mais
esfarrapada do mundo para justificar que ele quis dormir com ela. Essa é uma
tendência dele e não dá para evitar.
Um ponto bastante positivo dessa semana foram as músicas
muito bem executadas. Sam cantou muito naquela igreja e Karen deu um bom
tempero no dueto. O mesmo vale para a apresentação dela com Ivy Lynn. As duas
são cantoras poderosas. Em contrapartida a toda essa potência vocal, Eilleen se
aventurou em “narrar” uma canção. Mesmo não sendo algo ao estilo clássico acho
que foi bem incorporado ao episódio. Só não dá pra dizer que Anjelica Houston
canta bem. Mas valeu a tentativa.
Músicas no episódio:
"Stand" - Donnie McClurkin: Karen Cartwright and
Sam Strickland
"Smash!": Original:
Karen Cartwright, Ivy Lynn,
Sue, Jessica and female ensemble members of Bombshell
"September
Song" - Knickerbocker Holiday: Eileen Rand