segunda-feira, 9 de abril de 2012

Scandal 1x01: Sweet Baby


Os novos gladiadores.


Sucesso entre a crítica americana, Scandal é a nova série da ABC, com assinatura de Shonda Rhimes, conhecida por criar Grey’s Anatomy e Private Practice. Como tudo que envolve o nome de Rhimes, a produção estreia gerando muita expectativa, mas é importante questionar tanta aceitação entre os gringos, que definitivamente, tem estranha preferência por roteiros mais engessados e baseados em simples fórmulas.
Scandal é justamente isso: um procedural. Difícil dizer, só pelo primeiro “casinho da semana” se a coisa vai render e ser mais interessante, mas o começo da série está mais para morno do que qualquer outra coisa. A Season Premiere não é essa maravilha toda, como tem frisado a imprensa especializada internacional. É um episódio que não apresenta nada que realmente salte aos olhos e que definitivamente instiga pouco o público.
A premissa de Scandal é mostrar os bastidores de uma empresa que faz gerenciamento de crise. São, em grande parte, advogados, hackers e investigadores, que descobrem modos de provar que seus clientes, todos com uma imagem a zelar, não são os monstros pintados pelas situações bizarras em que se encontram.
O foco está na equipe de Olivia Pope (Kerry Washington), uma analista de crises de fama reconhecida e que apresenta resultados garantidos. Ela não tem vida fora do trabalho e repete, de forma cansativa e irritante “Eu confio em meus intestinos”.
 Ok, a frase é “I trust my guts”, mas a tradução literal é essa mesmo. Olivia se gaba, 100% do tempo, por ter instintos maravilhosos e indefectíveis, que mostram a ela quem mente e quem diz a verdade. É impossível não rir quando ela exige que os clientes a olhem nos olhos e repitam a história até que “Guts” decida se ela pega o caso ou não. “Guts” é, por assim dizer, quase outro personagem da série, de tanto que é citado e usado em consultas com clientes. Seria engraçado se não fosse chato, banal e super clichê.
Qual não é a surpresa quando “Guts” trai Olivia pela primeira vez, quando ela se vê envolvida, pessoalmente, em uma das crises do momento. Ex-funcionária da Casa Branca, Olívia é das poucas pessoas em quem o presidente dos Estados Unidos confia para desfazer um problema com uma suposta amante.
O presidente Fitzgerald (Tony Goldwyn) afirma e reafirma que jamais trairia a primeira-dama, embora Olivia saiba que isso é mentira, já que ela mesma (pasmem, só que não) é amante do homem. Por questões sentimentais, ela não é capaz de enxergar a verdade. É estranho pensar que “Guts” faria isso com Olivia, já que todo seu talento em gerenciar crises vem daí.
Uma curiosidade está no fato de que Olivia foi criada com inspiração em uma consultora de crises da vida real, Judy Smith, que serve ainda como co-produtora e consultora para manter tudo “muito fiel à realidade”, segundo consta.
Na equipe de Pope temos seu braço direito, Stephen Finch (Henry Ian Cusick), nosso eterno Bróda. Finch é um mulherengo assumido, tentando mudar de vida ao se casar com uma professorinha de primário. Olivia o aconselha a ser o único a ter uma “vida normal”, mas em cenas hilárias faz surgir anéis de noivado ao estalar os dedos, além de se esconder no armário de casacos do restaurante onde ele pedia a professorinha em casamento.
Outra colega de trabalho de Finch, que até dá a dica de que ele precisa se ajoelhar no grande momento, é Abby Whelan (Darby Stanchfield), alguém que está obviamente apaixonada por ele e tem todo potencial para se transformar em sua amante, quando o casamento cair na rotina.
Huck (Guillermo Diaz) é o esquisito que fica no computador o dia todo, mas faz pausas em que invade o banheiro feminino para dar dicas para a novata Quinn Perkins (Katie Lowes), recém-recrutada por Harrison Wright (Columbus Short), em um blind date que era entrevista de emprego, mas ao mesmo tempo já era contratação. Vale dizer que o diálogo inicial da série é com esses dois e que a agilidade com que falam serve apenas para esconder o quanto o texto é imbecil. Como não poderia faltar algum egresso de Grey’s Anatomy, o último personagem é Cyrus (Jeff Perry), o conselheiro do presidente Fitzgerald, outrora conhecido como pai de Meredith Grey.
Para começar, um dos casos é de um militar, que faz a vida propagando a importância do alistamento e de quanto é honrado arriscar a vida em nome do país. Uma figura pública, portanto. O rapaz havia encontrado a noiva morta a tiros, sendo declarado o primeiro suspeito.
A partir daí começa uma série de estratégias para provar que o cliente é inocente e tem um álibi sólido.  Muito convenientemente, ele era um gay enrustido que, não querendo tornar sua opção sexual pública de JEITO ALGUM, se deixa filmar, por câmeras de vigilância super modernas e com definição de imagem perfeita, beijando outro homem. Começa, então, o trabalho de Pope em mostrar que é melhor ser um militar gay do que um presidiário hétero.
Quando o trabalho acaba, Quinn ainda questiona sobre a continuidade da investigação, mas tudo chega ao fim quando o cliente está satisfeito. Não é problema da equipe de Pope se o assassino não foi descoberto pela polícia, afinal de contas. “Guts” não tem nada com isso.
Scandal foi criada e escrita por Shonda Rhimes, que também é produtora executiva, ao lado de Betsy Beers. Paul McGuigan está à frente da direção da série.

P.S* Outra expressão bem escrota que define a equipe de Olivia é "Gladiadores de ternos". Repetem-na quase tanto quanto "I trust my guts".

P.S* Também é estranho que Olivia só aceite clientes que dizem a verdade. No mundo real, a coisa não é bem assim.
Comentários
10 Comentários

10 comentários:

Maxwell Candido disse...

É nessas horas que eu sinto falta do Eli Gold.
XOXO. The Good Wife. HAHA.

Bárbara disse...

Acho que por achar pra sempre que a amiga de Zoey Hart estava certa em achar que o veterinário era gay, isso me veio logo à cabeça quando o rapaz apareceu... 

Realmente, a Shonda Rhimes arrasa em Grey's, mas acho que em Scandal ela tentou ser Aaron Sorkin... E aí... fica dificil, né, Shondinha... Tem que comer muito feijão ainda...

Lendo Contos disse...

Primeira review em que concordo com tudo, não aguentava mais os intestinos dela ditando os rumos da série.

Matheus Bittencourt disse...

Adorei a personificação de "Guts"! kkkkkkkk

Excelente review, Camis!

Raquel Alves disse...

Fiquei com preguiça de assistir essa série e de ler a review toda tmb.

Não sei porque, acho que a Shonda só vai acertar em Grey's mesmo, vou esperar essa série na Sony.

Só espero que não haja aqueles episódio que juntam as séries, já pensou Sacandal, Private e Grey's tudo junto, se bem que confusão é que não falta nas duas séries médicas, né?!

Rafael Diesel disse...

Não consegui assistir muito mais do que 10 minutos. Achei tudo muito verborrágico - eles falam sem parar em ritmo frenético, não tem uma pausa entre uma frase e outra. Isso geralmente é recurso pra não dar tempo ao espectador pra ele pensar a respeito daquilo que está vendo, e isso é um péssimo sinal.

Isso me lembrou de Arquivo X, onde afiam longas tomadas com a câmera aberta e nenhum texto ou apenas frases muito curtas deixando que a imagem e a imaginação do espectador representem muito mais que o texto poderia expressar. E Scandal é o oposto disso, logo no início eu já estava me sentindo cansado.

Pode ser que evolua, que se mostre brilhante, mas me pareceu muito pobre e pretensioso. Obviamente não estou habilitado para opinar, visto que assisti muito pouco, mas meu “Guts” dá dizenddo que é uma bomba.

Rafael Diesel disse...

Não consegui assistir muito mais do que 10 minutos. Achei tudo muito verborrágico - eles falam sem parar em ritmo frenético, não tem uma pausa entre uma frase e outra. Isso geralmente é recurso pra não dar tempo ao espectador pra ele pensar a respeito daquilo que está vendo, e isso é um péssimo sinal.

Isso me lembrou de Arquivo X, onde afiam longas tomadas com a câmera aberta e nenhum texto ou apenas frases muito curtas deixando que a imagem e a imaginação do espectador representem muito mais que o texto poderia expressar. E Scandal é o oposto disso, logo no início eu já estava me sentindo cansado.

Pode ser que evolua, que se mostre brilhante, mas me pareceu muito pobre e pretensioso. Obviamente não estou habilitado para opinar, visto que assisti muito pouco, mas meu “Guts” dá dizenddo que é uma bomba.

Pati Melo disse...

“Guts” é o melhor personagem da série trollando seus companheiros de trabalho o tempo todo, e sendo burro o bastante ao acreditar no único presidente mulherengo que só gosta de mulheres feias(aquela olivia é de doer). Série chata, protagonista péssima... Shonda devia ficar só com Grey's  mesmo!!!!

AGAR disse...

Camilla, você ainda vai fazer review da série?

Marcio disse...

Scandal é uma série muito boa tanto que a critica a considerar um achado na TV americana não chamou a atenção de vários brasileiros por ser metódica de mais,mas é uma série tipica americana que fala sobre um dos assuntos mais polêmicos dos EUA que é politica eles ama isso tanto é que Good Wife também tem uma parcela de sucesso mas o caso da esposa advogada cansa,prefiro a ironia de Scandal.